O ex-presidente Jair Bolsonaro foi diagnosticado com carcinoma de pele, também conhecido como câncer de pele. O resultado foi confirmado após a retirada de lesões cutâneas durante um procedimento realizado no último domingo (14/9). Bolsonaro havia sido internado em Brasília com sintomas de vômitos, tontura, queda de pressão arterial e pré-síncope, recebendo alta nesta quarta-feira (17/9).

De acordo com o boletim médico, duas das oito lesões removidas apresentaram carcinoma de células escamosas “in situ”, exigindo acompanhamento e reavaliações periódicas. O relatório também apontou quadro de anemia por deficiência de ferro e resquícios de pneumonia.

O que é carcinoma?

Carcionoma ou câncer de pele é o mais comum no Brasil, representando cerca de 33% de todos os diagnósticos oncológicos no país. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são estimados mais de 220 mil novos casos anuais, sendo cerca de 85% do tipo não melanoma, geralmente menos agressivo, e 15% do tipo melanoma, conhecido por sua letalidade.

A principal causa, a exposição excessiva aos raios ultravioleta (UV), pode ser prevenida com medidas simples, como o uso diário de protetor solar e a adoção de hábitos de proteção, como evitar o sol nos horários de pico.

“Vivemos em um país tropical, com alta exposição solar durante todo o ano, mas ainda falta conscientização sobre os riscos do câncer de pele. Medidas preventivas básicas podem salvar vidas, e precisamos reforçar essa mensagem constantemente”, afirma Rodrigo Perez Pereira, líder nacional da especialidade pele da Oncoclínicas.

O câncer de pele pode ser dividido em melanoma e não melanoma. O melanoma, mais raro e agressivo, representa cerca de 3% dos casos e costuma surgir a partir de pintas escuras. O não melanoma é responsável por mais de 90% dos diagnósticos e se subdivide em:

  • Carcinoma basocelular: mais frequente e de evolução lenta, raramente provoca metástase.
  • Carcinoma espinocelular: pode atingir gânglios linfáticos, mas ainda apresenta comportamento menos agressivo que o melanoma.

Segundo Jade Cury, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-RESP), é importante atenção a sinais como feridas que não cicatrizam, lesões que sangram facilmente ou pequenas bolinhas rosadas que aumentam de tamanho.

Para identificar o melanoma, a médica recomenda a regra do ABCDE:

A – Assimetria: uma metade da pinta é diferente da outra

B – Bordas: margens irregulares

C – Coloração: presença de vários tons em uma mesma lesão

D – Diâmetro: pintas maiores que 6 mm

E – Evolução: mudanças ao longo do tempo

“Como o câncer de pele é um dos mais frequentes, o ideal é realizar um check-up anual, mesmo sem sintomas. E, se surgirem sinais de alerta, procurar o dermatologista imediatamente”, alerta Jade Cury.

Por que retirar lesões?

Antes da confirmação do diagnóstico, Bolsonaro foi submetido à retirada de diferentes lesões, incluindo um nevo melanocítico no tronco e uma neoplasia de comportamento incerto.

Segundo Jade Cury, o procedimento é simples e feito com anestesia local, utilizando bisturi ou punch dermatológico. O material removido é enviado para biópsia, que permite distinguir entre lesões benignas e malignas.

“A biópsia é fundamental porque algumas lesões podem parecer inofensivas, mas esconder cânceres como o carcinoma basocelular. Já os nevos melanocíticos, geralmente benignos, podem em alguns casos se apresentar de forma semelhante ao melanoma”, explica a dermatologista. Nos casos confirmados de câncer, pode ser necessária uma cirurgia mais ampla para retirar completamente a lesão com margens de segurança.

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