médico olha pinta no pescoço de uma mulher com uma lupa

Embora seja o menos incidente dentre os tumores de pele, o melanoma representa alto �ndice de mortalidade

Bermix Studio/Unsplash

 
Embora seja o menos incidente dentre os tumores de pele – 8.980 novos casos at� o fim deste ano, segundo estimativas do Instituto Nacional de C�ncer (Inca) –, o melanoma representa alto �ndice de mortalidade. Isso porque � um c�ncer que costuma ser diagnosticado em fases mais avan�adas e pode sofrer met�stase.

“O melanoma se desenvolve nos melan�citos, c�lulas que produzem a melanina, respons�vel pela pigmenta��o da pele, e seu crescimento pode atingir os vasos linf�ticos e sangu�neos. � um tumor que pode surgir no rosto, pesco�o, tronco e pernas, nos olhos e em regi�es que n�o foram expostas ao sol, como o couro cabeludo, a planta dos p�s e a palma das m�os, membranas mucosas, e ainda no sistema nervoso central. Contudo, quando diagnosticado no est�gio inicial, as chances de cura podem ser superiores a 90%”, esclarece Octavio de Castro Menezes Candido, oncologista do Grupo Oncocl�nicas.

Um novo aliado da ci�ncia pode mudar drasticamente o curso da doen�a e suas particularidades em cada paciente. Desenvolvido com base na mesma tecnologia utilizada para a fabrica��o das vacinas da Pfizer e Moderna contra a COVID-19, o imunizante de RNA mensageiro (mRNA) mostrou resultados promissores no tratamento do melanoma avan�ado, quando associado ao Pembrolizumabe (Keytruda), um medicamento amplamente empregado nesse cen�rio e com bons resultados de efic�cia.
“A vacina encontra-se na fase 2 de testes e apresentou uma redu��o de 44% no risco de recidiva ou morte em pacientes com melanoma de est�gios III ou IV. Os melanomas t�m alta capacidade imunog�nica, ou seja, suas c�lulas carregam uma carga mutacional capaz de produzir em sua superf�cie prote�nas estranhas ao sistema imunol�gico, que facilitam seu reconhecimento pelas c�lulas de defesa. O RNA mensageiro nas vacinas se utiliza dessa caracter�stica para potencializar a a��o imunol�gica do organismo contra esses tumores. O que � melhor, de maneira quase personalizada, uma vez que cada indiv�duo tem um tumor �nico, que muitas vezes carrega muta��es pr�prias”, elucida Octavio de Castro Menezes Candido.
Isso significa que o novo produto permite a constru��o de um imunizante “individual” com at� 34 ant�genos detectados nas superf�cies das c�lulas de melanomas. “Ao ser administrada, a vacina replica esses ant�genos no corpo e agu�a as c�lulas de defesa a encontr�-los e destru�-los, levando a uma batalha permanente entre o sistema imunol�gico e o tumor. Ainda este ano espera-se que seja realizada a �ltima fase de testes da vacina antes de ser liberada para uso no mercado. � poss�vel que em breve tenhamos acesso a ela em ambiente de estudos cl�nicos, ampliando o alcance dessas inova��es para uma parcela importante dos pacientes no Brasil”, destaca o m�dico.

Exposi��o solar com queimadura 

O principal agente causal da neoplasia � a exposi��o solar com queimadura, al�m de fatores gen�ticos, portanto a preven��o � sempre o melhor caminho, como enfatiza Octavio Candido: "Evite a exposi��o prolongada aos raios ultravioletas do sol em hor�rios impr�prios. Use filtro solar com fator de prote��o UVA e UVB, utilize barreiras f�sicas, como roupas e chap�us, e mantenha consultas regulares com um dermatologista". 

O oncologista alerta que � importante ficar atento aos sinais: "Uma pinta escura que sofreu aumento de tamanho, altera��o da cor ou sangra exige uma orienta��o m�dica. O diagn�stico definitivo � feito por meio da bi�psia e quando necess�rio, � indicada a pesquisa do linfonodo sentinela, primeiro g�nglio linf�tico que recebe a doen�a". 

Segundo o oncologista, o tratamento do melanoma � individualizado, feito por uma equipe multidisciplinar e pode envolver procedimento cir�rgico, imunoterapia ou terapias-alvo, quando o melanoma � localizado: "A radioterapia e a quimioterapia s�o empregadas em um n�mero cada vez menor de casos". 

A regra das pintas 

Para ajudar a identificar sinais sugestivos de c�ncer de pele, existe uma regra utilizada internacionalmente, o ABCDE:
  • Assimetria: uma metade do sinal � diferente da outra;
  • Bordas: irregulares, indefinidas;
  • Cor vari�vel: presen�a de tons e cores diferentes em uma mesma les�o (vermelha, preta, castanha, azulada, cinza);
  • Di�metro: maior que seis mil�metros;
  • Evolu��o: mudan�a de tamanho, formato, espessura, cor ou tamanho.