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Institutos Nacionais de Sa�de/Divulga��o

Uma vacina de RNA mensageiro (mRNA) experimental causou uma resposta imune robusta e duradoura em um pequeno grupo de pacientes de c�ncer p�ncre�tico, considerado de alta letalidade. No estudo de fase 1, feito com 16 pessoas, a subst�ncia ativou, em metade delas, poderosas c�lulas do sistema imunol�gico, chamadas T. Essas estruturas foram capazes de reconhecer o tumor espec�fico de cada paciente. A tecnologia � a mesma dos imunizantes contra covid-19 de base gen�tica.

Segundo Vinod Balachandran, cirurgi�o de c�ncer pancre�tico do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York, antes mesmo da pandemia, a equipe testava uma subst�ncia de mRNA para combater o tumor. Ele � o principal pesquisador do estudo, publicado ontem na revista Nature. O m�dico conta que as vacinas s�o feitas sob medida para cada paciente. Elas usam prote�nas dos tumores de p�ncreas chamadas ant�genos para alertar o sistema imunol�gico sobre as c�lulas doentes.

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Balachandran detalha que, depois que um paciente tem um tumor pancre�tico removido cirurgicamente, ele � sequenciado geneticamente para procurar muta��es que produzam as melhores prote�nas neoant�genas — aquelas que parecem mais estranhas ao sistema imunol�gico. A vacina � fabricada com mRNA espec�fico para essas prote�nas no tumor do paciente.

Medicamento

Enquanto a vacina est� sendo produzida, a pessoa recebe uma dose �nica de um medicamento que, segundo o m�dico, pode funcionar em conjunto com a subst�ncia, para aumentar as respostas imunes. Com as c�lulas T em alerta m�ximo para destruir as que carregam as prote�nas espec�ficas, o c�ncer pode ter uma chance menor de retornar.

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"A esperan�a � de que a vacina reduza o risco de recidiva do c�ncer ap�s a remo��o cir�rgica do tumor principal", explica o m�dico. Os resultados iniciais sugerem que a abordagem � eficaz. No estudo, metade dos pacientes — aqueles que responderam ao tratamento — apresentaram recorr�ncia tardia da doen�a, sugerindo que as c�lulas T ativadas pelas vacinas podem estar tendo o efeito desejado — manter o tumor sob controle.

"Esses resultados empolgantes indicam que podemos usar vacinas como terapia contra o c�ncer pancre�tico", acredita Balachandran. "As evid�ncias apoiam nossa estrat�gia de adaptar cada vacina ao tumor de cada paciente", enfatiza.

Um ensaio cl�nico randomizado maior deve ser aberto envolvendo pacientes em diversos pa�ses por volta de julho. A descoberta de Balachandran foi financiada pelos laborat�rios Genentech e BioNTech.

"O resultado do estudo mostra que estamos no caminho. As vacinas estimularam muitas c�lulas T, capazes de se manterem ativas at� dois anos depois do tratamento mesmo que os pacientes recebessem quimioterapia ap�s a vacina��o", relata o cirurgi�o.

"Em um acompanhamento m�dio de 18 meses, nos pacientes com essas c�lulas T expandidas pela vacina, os c�nceres n�o voltaram. Por sua vez, os c�nceres voltaram aproximadamente 13 meses ap�s a cirurgia em pacientes onde as vacinas n�o expandiram as c�lulas T", ressalta.

O m�dico relata que uma das pacientes recebeu a vacina em 2021 e continua bem. "� emocionante ver que uma vacina personalizada pode recrutar o sistema imunol�gico para combater o c�ncer de p�ncreas — que precisa urgentemente de melhores tratamentos. Tamb�m � motivador, pois podemos usar essas vacinas personalizadas para tratar outros tipos de c�ncer letais.