
O p�ncreas fica localizado no retroperit�nio, regi�o posterior aos �rg�os abdominais (est�mago, intestino) e de acordo com o Instituto Nacional do C�ncer (Inca), o c�ncer de p�ncreas representa 2% do total de casos diagnosticados no pa�s e 4% das mortes. O fator preocupante � que os primeiros sintomas da doen�a podem ser confundidos com os de outras condi��es mais simples, o que tende a retardar a detec��o precoce. N�o raro, quando se faz o diagn�stico, o tumor j� se encontra avan�ado e se espalha para outros locais do corpo.
A dificuldade do diagn�stico � a grande respons�vel pelo resultados cl�nicos insatisfat�rios, por isso, geralmente, o diagn�stico � feito quando a doen�a est� avan�ada”, explica o oncologista Alexandre Andrade. Mesmo assim, o especialista evidencia alguns sintomas. “Vamos colocar da seguinte forma: dor na por��o mais alta do abd�men, icter�cia (amarel�o nos olhos), urina escura e fezes claras s�o alguns pontos que levantam suspeita para o c�ncer de p�ncreas.”
O oncologista Ellias Magalh�es, que atende o Instituto M�rio Pena, alerta para alguns h�bitos que podem ser considerados fatores de risco. “O tabagismo, obesidade, sedentarismo, ou seja, a maneira de se prevenir contra a doen�a � investir no estilo de vida, mantendo o �ndice de massa corp�rea baixo. Al�m disso, a doen�a � mais comum em quem tem pancreatite cr�nica e diabetes.”
O m�dico acrescenta que certos pacientes podem apresentar esse tipo de c�ncer, devido � condi��o gen�tica. “Entre 10% e 15% dos casos � heredit�ria, alguma heran�a herdada que predisp�e uma s�ndrome gen�tica heredit�ria, como, por exemplo, o BRCA, uma muta��o bastante discutida durante o Outubro Rosa. Por ser respons�vel pelo c�ncer de ov�rio e de mama, a muta��o tamb�m � uma predisposi��o para o c�ncer de p�ncreas. Quando chega uma pessoa com essa caracter�stica ao consult�rio, conversamos sobre exames preventivos, como o ultrassom."
De acordo com o especialista, o tratamento depende de cada caso e estadiamento da doen�a. Geralmente, � cir�rgico e muitas vezes o paciente precisa se submeter a sess�es de quimioterapia e outras drogas, fase que pode variar de 6 meses a um ano. Nos �ltimos anos, a tecnologia tem sido grande aliada no tratamento desse tipo de c�ncer.
Em rela��o � tecnologia, a rob�tica permite o uso de recursos mais confort�veis, menos dolorosos e mais seguros; j� a radioterapia atinge pontos importantes sem comprometer estruturas perto do �rg�o”, explica.
Uma t�cnica em administra��o, que prefere n�o se identificar, est� com a irm� internada devido a um c�ncer no p�ncres descoberto em agosto deste ano. "Um dia, ap�s uma refei��o, ela passou muito mal. Fomos ao hospital, ela fez ultrassom e, nesse momento, o m�dico come�ou a suspeitar da doen�a. A confirma��o veio ap�s a resson�ncia", lembra.
Ela conta que na �ltima segunda-feira, 16, a irm� foi submetida � cirurgia, mas sem a retirada do tumor. "Agora, estamos aguardando o resultado da bi�psia para saber qual o est�gio da doen�a e os pr�ximos passos do tratamento", revela.
Setembro Roxo
Palavra de especialista
Isabella Rocha, m�dica oncologista do Hospital Fel�cio Rocho
Este m�s � dedicado � conscientiza��o da fibrose c�stica, doen�a gen�tica que faz com que o corpo acumule secre��o em alguns �rg�os, como pulm�es e p�ncreas. E se n�o tratada precocemente pode ocasionar complica��es como doen�a respirat�ria cr�nica e desnutri��o.
“O setembro roxo � importante, porque traz � tona a exist�ncia dessa doen�a e deixa as pessoas mais atentas aos sintomas. Na maioria das vezes, a dor abdominal surge dois meses antes de a doen�a se manifestar de forma mais grave. � importante que os pacientes prestem aten��o em sintomas como: falta de apetite e dores abdominais. Tamb�m � importante a realiza��o de exames em tempo h�bil e que a doen�a seja descoberta no in�cio. Essa conscientiza��o � importante porque faz que o diagn�stico seja mais precoce, visto que em quase 80% dos casos os pacientes j� apresentam met�stase, al�m de ser uma doen�a que acabamos descobrindo muito tarde”, exemplifica.