DOR INTENSA

Tiago Iorc tem crise de hérnia de disco e fala sobre má postura

Condição cada vez mais comum entre jovens é agravada por hábitos como uso excessivo do celular e má ergonomia

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O cantor Tiago Iorc, 39 anos, usou as redes sociais no último domingo (12/10) para revelar que foi internado às pressas por conta de uma crise de hérnia de disco na cervical. Segundo o post, não é a primeira vez que a dor intensa atrapalha a rotina do artista.

"Tive uma crise parecida há uns quatro anos e foi até me sugerido cirurgia, mas felizmente consegui contornar com tratamentos menos invasivos, como osteopatia, fisioterapia e pilates", escreveu.

Por ser uma condição que já era do conhecimento de Tiago, a causa foi logo comentada, com destaque para os hábitos diários. "Tive que ser internado às pressas por conta de uma crise de hérnia de disco na cervical, causada por má postura ao longo dos anos... Por ser alto, por tocar violão, ficar muito tempo no celular (nosso mal contemporâneo)... Basicamente, por eu ficar com a cabeça baixa e o pescoço curvado por muito tempo."

O que é hérnia de disco cervical?

A coluna vertebral é dividida em três segmentos:

  • Cervical
  • Lombar
  • Dorsal

A coluna cervical é a parte da coluna localizada no pescoço e tem a função de sustentar o crânio e permitir os movimentos da cabeça. Para isso, os corpos vertebrais - sua extensão - são separados por discos fibrosos que amortecem os impactos diários sobre as vértebras. Porém, o atrito constante e o desgaste desses discos podem dar origem a uma hérnia.

Mario Augusto Taricco, neurocirurgião do Hospital Sírio-Libanês, explica que a hérnia de disco cervical pode atingir tanto um nervo quanto a medula espinhal, principal via de comunicação entre o cérebro e o resto do organismo. "A dor ocorre quando há compressão do nervo, deixando-o mais sensível aos estímulos dolorosos."

O quadro mais comum é de dor intensa, com origem na parte de trás do pescoço e que se estende pelos braços, podendo chegar até as mãos. Por isso, pode ser confundida com um problema no ombro, como uma tendinite.

O intenso incômodo, no entanto, chamou a atenção de Tiago Iorc. "Com o tempo, fui me desleixando dos cuidados e caí na armadilha de achar que, por eu não estar sentindo dor, estava tudo bem. Mas esses erros posturais são acumulativos, e uma hora a conta chega. E chegou ontem, sem dó", revelou.

Casos têm acontecido cada vez mais entre jovens

Para André Evaristo Marcondes, ortopedista e especialista em coluna do Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, o número de jovens diagnosticados com hérnia é um problema que merece cada vez mais destaque.

"Diferente do que a população acredita, doenças na região da coluna cervical, lombar ou torácica não são exclusivas de adultos e idosos. Elas podem acometer qualquer pessoa, independentemente de idade, sexo ou classe social. O que existe é a prevalência de cada tipo de patologia de acordo com a faixa etária", comenta.

Assim como o artista, que tem menos de 40 anos, a presença de dores e queixas em não idosos tem sido frequente. "É cada vez mais comum em meu consultório a presença de jovens abaixo dos 30 anos diagnosticados com hérnia de disco. O estilo de vida moderno, associado à má postura, à falta de ergonomia, que muitas vezes o home office causa, a traumas na coluna e ao desgaste dos discos intervertebrais faz com que os jovens estejam cada vez mais predispostos a desenvolver doenças nessa região do corpo", complementa.

Como é o tratamento?

Cerca de 90% das hérnias de disco cervicais podem melhorar com tratamento conservador, utilizando-se medicações analgésicas, fisioterapia, infiltrações guiadas por radioscopia ou tomografia e bloqueios de dor. É possível associar relaxantes musculares na presença de contraturas.

"Diversos recursos podem ser utilizados inicialmente como métodos físicos: gelo, alongamento e tração, além da introdução de exercícios posturais e fortalecimento muscular. Não havendo melhora com tratamento conservador, ou em casos de hérnias de disco maiores ou com compressões medulares mais severas que desencadeiam déficit neurológico, indico o tratamento cirúrgico", destaca André Evaristo.

Quando a cirurgia é indicada?

Existem duas indicações absolutas de tratamento cirúrgico para a hérnia de disco:

  1. Dor intratável
  2. Déficit neurológico progressivo

Ou seja, casos de dor que não podem ser controlados com outras medidas e situações em que há lesão neurológica (perda de movimento ou sensibilidade) de caráter progressivo exigem abordagem cirúrgica obrigatória e, preferencialmente, emergencial.

Existem, no entanto, várias outras indicações, como dores crônicas persistentes por mais de seis a oito semanas, casos de instabilidade segmentar que causam perda funcional e pacientes cansados de apresentar os mesmos sintomas e limitações, entre outras.

No caso do cantor, um procedimento será necessária como alternativa para seguir com os compromissos, decisão tomada junto à equipe médica responsável.

“Por ser uma dor muito desconcertante (não dá nem pra achar posição para dormir) e por eu ter compromissos de trabalho e viagens importantes, os médicos sugeriram fazer um procedimento de bloqueio do processo inflamatório com injeções nas áreas afetadas da coluna. Vou fazer o procedimento já já. Mandem boas energias”, escreveu Tiago.

O tratamento cirúrgico, atualmente, pode ser realizado por várias técnicas, com diferentes graus de invasividade e objetivos. "Essas técnicas variam desde abordagens minimamente invasivas, com uso de endoscopia (acesso por vídeo) ou microscópio de alta resolução acoplado à inteligência artificial, até procedimentos de agressividade intermediária por via anterior, como a utilização de próteses ou artroplastia lombar, implantes móveis que substituem o disco doente por um artificial, e procedimentos convencionais por via posterior, com implantes intersomáticos e parafusos pediculares, promovendo a fusão do segmento operado, conhecida como artrodese", ressalta o especialista em coluna.

Em muitas situações, mudanças nos hábitos de vida e a prática regular de atividades físicas de baixo impacto podem resolver o problema. No entanto, em casos mais graves ou crônicos, a abordagem cirúrgica feita por um especialista experiente é sempre a melhor solução.

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