Pérola da perfumaria, existe todo um ritual para a colheita da tuberosa, em Grasse, na França crédito: Reprodução Robertet/Facebook
Em Grasse, no Sul da França, a colheita da tuberosa é uma arte centenária que combina tradição e precisão para capturar o perfume inebriante dessa flor. As delicadas flores brancas, colhidas manualmente todas as manhãs no pico de sua fragrância entre o final da primavera e o início de agosto, exalam um aroma poderoso e complexo — um buquê de flores brancas com notas cremosas, frutadas e até um toque animalesco, frequentemente descrito como carnal e sedutor.
Tradicionalmente, a técnica de enfleurage era usada, besuntando as pétalas em gordura para extrair seu óleo essencial, mas hoje, métodos modernos como a extração com solventes voláteis, como o hexane, produzem o concreto, que é transformado em absoluto com etanol, preservando o espectro olfativo que faz da tuberosa uma joia da perfumaria.
De 4 a 9 de agosto de 2025, mulheres apaixonadas pela arte da perfumaria e por experiências singulares terão a oportunidade de embarcar em uma jornada transformadora entre as cidades de Paris e Grasse, na França: nasce o Felisa Olfactive Journey, a primeira viagem criada especialmente para quem vê o perfume como uma extensão da sua identidade, da sua história e do seu modo único de sentir o mundo.
O projeto é fruto da colaboração entre Fernanda Elisa Orcioli, fundadora da FELISA — casa de perfumaria brasileira com presença internacional — e Agatha Abrahão, diretora criativa e executiva da Stella Barros Turismo. A experiência marca o lançamento do Stella Barros Signature, nova plataforma de viagens autorais, criada para desenvolver roteiros inéditos por meio da co-criação, revelando novas formas de ver, sentir e se conectar com o mundo.
"Sempre acreditei que as melhores criações da vida nascem em colaboração. E acredito também que a viagem é uma das plataformas mais potentes e genuínas de brand experience: ela conecta, dá contexto, traz origem, história e sentido. Uma viagem bem desenhada é capaz de traduzir a alma de uma marca de forma viva, humana e inesquecível. E tornar a experiência absolutamente única. Estou muito feliz em lançar o Signature com o Felisa Olfactive Journey — uma marca cheia de essência e propósito — e de abrir esse novo capítulo onde experiências e narrativas se encontram de verdade", afirma Agatha Abrahão.
O projeto une Agatha Abrahão, da Stella Barros Turismo e Fernanda Elisa Orcioli, da FELISA Stella Barros Turismo/Divulgação
A experiência nasce da visão sensível e inovadora de Fernanda Elisa Orcioli, fundadora da FELISA, que desde o início sonhava em transformar a perfumaria em um portal para novas formas de sentir e viver. "Desde o início da FELISA, meu desejo era ir além do frasco. Sempre acreditei que um perfume é, antes de tudo, uma história, um encontro, uma memória viva. O Felisa Olfactive Journey é a materialização desse sonho: levar nossa comunidade para dentro do processo, das origens e da alma da perfumaria. É uma viagem para ser sentida com o corpo inteiro — e para construir, junto conosco, novas camadas de conexão", afirma.
Com curadoria minuciosa e foco na alta perfumaria artística, o roteiro propõe um mergulho pelas origens e bastidores da criação de fragrâncias. De Paris a Grasse, passando por Nice, as viajantes visitarão museus, passearão por ruelas charmosas e perfumarias de nicho exclusivas, além de acompanhar de perto o processo de criação de fragrâncias — da matéria-prima ao frasco. Também fazem parte da programação momentos raros, como a vivência da colheita da tuberosa nos campos aromáticos de Grasse, um ritual de presença e conexão no berço da alta perfumaria mundial.
As flores trazem mensagem de paz e afeto. Em todo o mundo, já foram catalogadas quase 370 mil espécies de plantas que dão flores. E atraem pela beleza e pelo perfume. Gerhard por Pixabay
Um estudo publicado na revista NewScientist, em 2019, revelou que quase 600 espécies de flores foram extintas entre 1753 a 2018, principalmente no Havaí, Brasil, Austrália e Madagascar. Veja algumas espécies que são raras, exóticas e típicas de diferentes partes do planeta. commons.wikimedia
Flor-Monstro - É uma das maiores flores do mundo. Nativa das ilhas de Sumatra e Bornéu, na Indonésia. Pode ter 106 cm de diâmetro e pesar até 11 kg. Steve Cornish commons wikimedia
Flor-Dos-Macaquinhos-Pendurados - Tem caules eretos que podem atingir meio metro de altura. Nasce no centro e no sul de Portugal. O apelido se deve ao formato que lembra pequenos micos pendurados. Luis nunes alberto commons wikimedia
Flor-Cadáver - Tem um gigantesco espádice (uma espécie de espiga) que é a maior inflorescência (parte da planta onde ficam flores) do mundo. Nativa da Indonésia. O apelido se deve ao mau cheiro que a planta exala. pixabay
Orquídea Garça - Tem um formato que lembra a ave branca. Originária de planícies úmidas no Japão, Coreia e China, em altitudes acima de 500m. Está ameaçada de extinção porque muitos terrenos foram tomados por plantação de arroz ou pela urbanização. Alpsdake commons wikimedia
Hydnora Africana - As flores são grandes, com um ovário inferior, cheiram mal e são polinizadas por moscas e besouros. Existe na África (incluindo Madagascar), Ásia e América Central. Seth -commons wikimedia
Orquídea Fantasma - Originária do sudoeste da Flórida, Bahamas e Cuba, onde crescem em áreas bastante úmidas e abafadas. As flores são grandes e têm cheiro de maçã. commons wikimedia
Orquídea Sapatinho - O apelido se deve ao formato do labelo (pétala superior, que parece estar embaixo por causa da torção do eixo). Brotam em regiões tropicais e temperadas de todos os continentes, exceto na África e na Austrália. pixabay
Flor de Açafrão - Originária da Ásia Central. Usada desde a antiguidade como especiaria na culinária do Mediterrâneo. Essencial para a paella espanhola. Quando seca, a flor desprende um pigmento amarelo e um óleo volátil usado como corante de tecidos. purple, white, striped, pickwick, crocus, flower
Dicente- Cultivada há séculos na China, Coreia e Japão. O seu encanto é parecer com um coração. Gosta de umidade no solo e no ar. Pxfuel free download
Lírio Sapo - Originária do Japão, floresce quando a maioria das outras plantas com flores termina de florescer. Gosta de sombra e umidade. Lembra uma estrela-do-mar, com pintinhas. piqsels
Cardo Roxo - Floresce na Europa, Ásia Ocidental e Norte de África. Durante o primeiro ano permanece sob a forma de roseta de folhas basilares, só desenvolvendo o caule e florescendo no segundo ano. dominio publico
Crista de Galo- Originária da África, brota em regiões tropicais do planeta, mas também é tolerante ao frio. Tem textura aveludada. pixabay
Cosmos Chocolate - Espécie mexicana, floresce em solo arenoso e calcário. Nos jardins, geralmente é plantada em canteiros mistos, com arbustos. commons wikimedia
Cacto Orquídea - Planta originária do México, ganhou esse apelido porque brota nos troncos de árvores. Mas, apesar de se chamar cacto, não gosta de regiões áridas. Floresce na sombra e na umidade. wikimedia commons
Camélia Middlemist Vermelha - Vermelha exuberante, é originária da China e foi levada à Grã-Bretanha em 1804. É considerada uma das mais raras do mundo. pixabay
Rosa Juliet - Essa é a flor mais cara do mundo. Foi desenvolvida em 2006 pelo criador de rosas David Austin. É, portanto, uma flor que exigiu pesquisa em laboratório, ao custo de R$ 21 milhões. Feita a partir da combinação de flores naturais, tem muitas pétalas, na cor pêssego. Geolina163 commons wikimedia
Árvore Franklin - Planta originária dos EUA. Necessita de sol em regiões frias e de sombra parcial em locais quentes. Sua casca é cinza e estriada. Sua folhagem varia de verde médio a verde escuro e fica vermelha, amarela e roxa no outono, em plena floração commons wikimedia
Flor de Morcego Preto - Brota na China, Malásia, Tailândia e na Oceania. Floresce na primavera e verão e suas inflorescências parecem pequenos morcegos, com longos "bigodes". Stefano Flickr
Campion de Gibraltar - Espécie endêmica de Gibraltar, na Península Ibérica. Brota em penhascos. Era considerada extinta, mas em 1994 foi encontrada por um alpinista e propagada em bancos de sementes em Gibraltar e Londres. Bart Van Thienen commons wikimedia
Koki'o - Uma das mais raras e sob risco de extinção. Típica da ilha de Moloka'i , no Havaí (EUA). Chegou a ser dada como extinta, mas uma planta foi encontrada e reproduzida. David Eickhoff wikimedia commons
Trombeta dos Anjos - Ameaça de extinção, tem esse apelido por causa do formato que parece uma trombeta e pela delicadeza das pétalas. Originária do sudeste do Brasil, em área costeira. As suas folhas e flores são usadas em medicina fitoterápica para o intestino e a pele. Fanghong wikimedia commons
Protea - Uma das flores mais belas e antigas do mundo. Proveniente da Ãfrica do Sul, seu nome deriva de Proteus, divindade grega com poder da metamorfose. A flor Protea tem capacidade de se transformar e se adaptar a ambientes inóspitos. pixabay
“Cada etapa do Felisa Olfactive Journey foi desenhada para provocar encantamento e despertar sentidos. Mais do que uma viagem, é uma vivência de presença, afeto e transformação, que convida cada participante a atravessar as camadas mais profundas da essência da FELISA. Entre ícones da alta perfumaria, processos criativos e rituais de pertencimento, o percurso ressignifica o ato de viajar como uma descoberta sensorial e pessoal, criando uma nova forma de conexão: mais intuitiva, mais real”, finaliza Fernanda.
Tendência Global: Turismo de experiências autorais
Quem não gosta de um delicioso cheiro de perfume? Mas.. de onde surgiu e qual a história dos perfumes? Saiba, então, sua origem, sua importância no Brasil, e muito mais destes produtos, geralmente ligados à ideia de prestígio. Divulgação/ Silvana Martins
A história da perfumaria remonta às civilizações antigas, quando o uso de fragrâncias estava vinculado a práticas religiosas e rituais. No Egito Antigo, os perfumes eram usados tanto em cerimônias religiosas quanto para o embalsamamento das múmias, evidenciando sua importância cultural. Divulgação
Os egípcios, conhecidos por seu apreço pelos aromas, foram pioneiros no uso de perfumes em contextos não religiosos, oferecendo fragrâncias para as elites da sociedade. Wikimedia-Commons
A prática da perfumaria se expandiu para outras culturas, com os gregos desempenhando um papel crucial ao tratar a arte da perfumaria de maneira mais sistemática, com autores como Teofastro, que no século IV a.C. escreveu sobre as propriedades das fragrâncias e sua aplicação. Pixabay
Ao longo do tempo, a perfumaria se desenvolveu em diferentes regiões. No Oriente Médio, os árabes aprimoraram as técnicas de extração de óleos essenciais e foram responsáveis pela introdução do álcool nos perfumes, o que proporcionou maior fixação e durabilidade das fragrâncias. Pixabay
Ao mesmo tempo, as civilizações da Mesopotâmia e da Índia também contribuíram com seus próprios métodos, com destaque para os rituais terapêuticos e religiosos que utilizavam óleos aromáticos. Freepik
Na Europa, a perfumaria foi incorporada pela nobreza, com a França tornando-se um centro de inovação durante o reinado de Catarina de Médici. Grasse, na França, se estabeleceu como o coração da perfumaria mundial no século XVIII, fornecendo matérias-primas para grandes casas de perfumes, como Chanel e Dior. Wikimedia Commons/Art UK
O uso de perfumes também foi estreitamente ligado à ideia de status e prestígio. Desde a Antiguidade, os perfumes eram considerados um símbolo de luxo, reservados para a elite e usados em ocasiões especiais. Freepik
Presentear alguém com um perfume sempre foi visto como uma forma de expressar apreço, afeto ou admiração. Atualmente, o perfume continua a carregar significados profundos, funcionando como um elo entre o presente e o passado. Imagem Freepik
Afinal, o olfato, sendo um dos sentidos mais ligados às emoções e à memória, torna os perfumes não apenas fragrâncias agradáveis, mas também formas de criar e preservar memórias duradouras. Freepik
O termo "perfume" tem suas raízes no latim "perfumare", que significa "através da fumaça", originando-se de práticas religiosas antigas que envolviam a queima de substâncias aromáticas para atrair os deuses. Freepik
Essas primeiras formas de perfumaria eram simples, baseadas em resinas e madeiras aromáticas. Com o tempo, as fórmulas se sofisticaram, incorporando óleos essenciais, álcool e outros ingredientes naturais ou sintéticos, criando o que hoje conhecemos como perfumes. Freepik
A fabricação de perfumes tornou-se uma arte em si, com o surgimento de destilarias e métodos de extração cada vez mais complexos. No século XIX, com o avanço da química, a perfumaria deu um grande salto. Freepik
Nesta época houve a introdução de compostos sintéticos que permitiram criar fragrâncias antes inalcançáveis apenas com ingredientes naturais. Freepik
As técnicas de destilação, maceração e enfleurage foram aprimoradas, permitindo que os perfumistas isolassem e purificassem os compostos aromáticos com precisão. Freepik
Hoje, a indústria também se preocupa com a sustentabilidade, com muitas empresas buscando fontes renováveis e métodos de produção éticos, respondendo à crescente demanda por produtos ecológicos. Aknazar Arysbek Unsplash
O mercado global de perfumaria, especialmente no Brasil, é um reflexo dessa evolução. O Brasil é o segundo maior mercado de perfumes do mundo, atrás apenas da França, e continua a crescer. Imagem de Barbara por Pixabay
Desde a chegada da corte portuguesa ao Brasil no início do século XIX, o país começou a se familiarizar com os hábitos europeus de consumo de fragrâncias. Com o tempo, a indústria de perfumaria brasileira se consolidou, criando uma identidade própria no mercado. Freepik
A popularização do uso de perfumes no Brasil ganhou força no final do século XIX, com o surgimento de empresas de cosméticos e perfumarias, como a Granado e outras marcas nacionais. Youtube/Granado Pharmácias
A revolução industrial e o crescimento da sociedade de consumo no século XX também impulsionaram a popularização dos perfumes, com grandes casas de moda e beleza lançando suas próprias fragrâncias, tornando os perfumes acessíveis a um público mais amplo. Imagem Freepik
No Brasil, a venda direta de cosméticos e perfumes, iniciada pela Avon na década de 1960, também contribuiu para essa democratização. As empresas brasileiras de perfumaria começaram a competir com as estrangeiras após a abertura do mercado na década de 1990, elevando a qualidade e o design dos produtos. Divulgação/Avon
O poder dos perfumes vai além de sua função estética, pois tem o poder de transformar o cotidiano e evocar emoções intensas e profundas. A experiência olfativa é única para cada pessoa, e um perfume pode contar uma história, expressar um sentimento ou criar uma atmosfera inesquecível. Catia Climovich Unsplash
Essa proposta está alinhada às novas tendências do turismo de luxo. Segundo o Virtuoso Luxe Report 2025, experiências personalizadas e com propósito, que combinam vivências culturais, sensoriais e encontros com especialistas locais, estão entre os maiores desejos dos viajantes de alto padrão. A previsão é de crescimento significativo nesse nicho, com 50% dos entrevistados prevendo um aumento moderado e 20% estimando um crescimento expressivo na busca por viagens com curadoria e imersão.
O turismo contemporâneo não busca apenas destinos: busca narrativas. Em um mundo saturado de consumo rápido, as marcas que conseguem criar experiências transformadoras — como viagens que revelam seus bastidores, suas almas, seus sonhos — constroem vínculos mais fortes e duradouros com seu público. O Felisa Olfactive Journey é a prova de que, quando uma marca estende seu território para o mundo real, criando vivências cuidadosamente desenhadas, ela deixa de ser apenas admirada: passa a ser vivida.
As vagas para o Felisa Olfactive Journey são limitadas a um grupo exclusivo de até 15 mulheres. Com valores a partir de €7 mil (R$45.5 mil) por pessoa — incluindo hospedagem com café da manhã, aéreo interno, transfers, experiências exclusivas, ingressos, guias e acompanhamento local — a jornada já está com inscrições abertas.