Como é por dentro o Rosewood SP, que conquistou 3 chaves no Guia Michelin
Visitei o hotel este ano e posso te falar: o ícone da Cidade Matarazzo eleva o luxo paulistano ao valorizar a arte brasileira
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Em um marco para a hotelaria brasileira, o Rosewood São Paulo recebeu a distinção máxima de três chaves no Guia Michelin Hotéis 2025, anunciada em 8 de outubro em Paris, na França, posicionando-se ao lado do Belmond Hotel das Cataratas como um dos dois únicos estabelecimentos do país a alcançar essa honra.
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Similar às três estrelas para restaurantes, as três chaves simbolizam uma "estadia extraordinária", avaliando critérios rigorosos como design, serviço, localização e capacidade de criar memórias inesquecíveis, conforme os inspetores anônimos do guia, que analisaram mais de 7 mil hotéis em 125 países.
Essa premiação reforça o Rosewood como um embaixador do luxo brasileiro globalmente — afinal, em 2024, foi o único hotel nacional na lista The World’s 50 Best Hotels —, destacando sua integração à cultura local e inovação arquitetônica em um ano em que 20 propriedades brasileiras foram reconhecidas com uma, duas ou três chaves.
Localizado no icônico complexo Cidade Matarazzo, no vibrante bairro Bela Vista, em São Paulo, o Rosewood transforma um antigo hospital centenário restaurado em um oásis urbano de sofisticação, projetado pelo arquiteto francês Jean Nouvel, vencedor do Prêmio Pritzker. Inaugurado em 2022, o hotel surge como um museu vivo da arte contemporânea brasileira, com 450 obras de 57 artistas nacionais — de vitrais de Vik Muniz a azulejos de Sandra Cinto, passando por esculturas de Ernesto Neto e pinturas de Paulo Pasta —, espalhadas por corredores, suítes e espaços comuns, convidando os hóspedes a uma imersão cultural que pulsa com a energia da metrópole.
Experiências sensoriais
Hospedar-se no Rosewood é embarcar em uma experiência sensorial que equilibra o caos paulistano com serenidade absoluta. Com 160 quartos e suítes (mais 100 residências privativas), cada acomodação é um refúgio personalizado, com tecidos de linho orgânico, banheiras profundas e vistas para jardins tropicais ou a skyline da cidade, onde o serviço impecável começa com um chá de boas-vindas adaptado ao seu humor.
No coração da Bela Vista, o Rosewood não é mero ponto de parada, mas um portal para São Paulo: a 10 minutos do Masp e do Parque Trianon, ele incentiva explorações a pé pela Liberdade ou pelo Mercado Municipal, com traslados exclusivos e guias culturais sob demanda. Para casais ou viajantes solo, é um ninho de romance e reflexão; para famílias, um playground sofisticado com atividades kids. Com diárias a partir de R$ 2.5 mil, o investimento vale pela transformação: sair do Rosewood é como deixar um sonho acordado, com a certeza de que São Paulo, em sua essência caótica e criativa, encontrou um novo embaixador de excelência mundial.
Minhas avaliações sobre o Rosewood
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Eu, Carlos Altman, jornalista do Estado de Minas e espiritualista, sou fascinado pelas raízes profundas da ancestralidade, pisei no Rosewood São Paulo, no coração vibrante da Bela Vista, e fui imediatamente capturado por um templo inesperado: a livraria no lobby, um santuário de conhecimento que parece sussurrar segredos de séculos. Não é apenas uma coleção de livros; é um portal vivo, onde prateleiras de madeira polida abrigam obras que vão de poesia indígena a tratados contemporâneos sobre arte e espiritualidade brasileira.
Cada volume cuidadosamente selecionado, parece pulsar com a energia da terra, como se os espíritos dos povos originários e da diáspora africana guiassem minha mão pelas capas. Folheei uma edição rara de mitos amazônicos e senti um arrepio – era como se a Mata Atlântica, evocada pela arquitetura de Jean Nouvel que abraça o hotel, se materializasse ali, entre as páginas. A livraria, com sua luz suave e poltronas que convidam à introspecção, me envolveu em um diálogo silencioso com a alma do Brasil, preparando meu coração para a experiência transformadora que o Rosewood promete.
Aninhado no complexo Cidade Matarazzo, na Rua Bela Cintra, 1.756, este hotel de seis estrelas transcende o conceito de hospedagem. É um manifesto vivo, onde a antiga maternidade restaurada pulsa com a energia ancestral do país. A Capela Santa Luzia, com seus afrescos bizantinos e o vitral hipnótico de Vik Muniz, é um altar onde a luz dança como se invocasse os orixás. Como espiritualista, senti ali um espaço sagrado, perfeito para rituais modernos – casamentos que selam eternidades ou meditações que unem céu e terra.
A gastronomia é uma celebração dos sentidos. Nos seis restaurantes, cada prato é uma oferenda à vida. No Le Jardin, o jardim vertical exsuda a essência da Amazônia, com sabores orgânicos que parecem colhidos de um sonho. O Blaise mistura elegância francesa com toques brasileiros, evocando festas ancestrais. O Taraz eleva a culinária andina a um plano quase cósmico, e o Rabo di Galo, no rooftop, serve coquetéis que são poesia líquida sob o céu paulistano. Os bares de piscina, com águas que refletem o horizonte, são altares hedonistas onde mergulhei como quem se entrega a um rio mítico.
Recanto das artes
A arte no Rosewood é um chamado à alma. Mais de 450 obras de 57 artistas brasileiros transformam os corredores em galerias vivas. Guiado pelo art concierge – um xamã moderno –, descobri as esculturas de Virgílio Neto, que dialogam com o cosmos; as fotocolagens de Denise Milan na exposição Respiração da Terra (até fevereiro de 2026), que capturam a pulsação do planeta; as abstrações de Elizabeth e Rosângela Dorazio, que ecoam os ventos do sertão; as poesias visuais de Verena Smit, que desafiam a realidade; e os azulejos de Sandra Cinto no *Bar Bela Vista*, inspirados em plantas amazônicas, que tornam cada drinque uma jornada pela floresta. Cada obra ressoa com a espiritualidade que reverencio, conectando-me às raízes indígenas e afro-brasileiras.
A localização na Bela Vista é um presente. A poucos passos, o Masp exibe exposições como a de Claude Monet (prorrogada até setembro de 2025, um fenômeno de público); a Pinacoteca, o Museu da Língua Portuguesa, o Instituto Moreira Salles, o MAM e o MAC-USP formam uma constelação cultural que faz do Rosewood o epicentro de São Paulo.
Ouvi de Silvio Araújo, diretor de marketing, sobre uma possível parceria com o Clara Arte de Inhotim, uma ideia que me enche de entusiasmo: workshops que fundem arte mineira e luxo paulistano, criando experiências que transcendem o ordinário.
Como jornalista, aplaudi a solidariedade do hotel. Projetos de doação, como cestas básicas que levam esperança a famílias vulneráveis, são gestos que aquecem a alma e provam que o luxo verdadeiro transforma vidas. Pet-friendly, o Rosewood acolhe companheiros de quatro patas com carinho. As piscinas infinitas, o spa com produtos naturais que canalizam a energia da terra, os eventos culturais que celebram a cena local – tudo isso faz do hotel um vórtice de inspiração.
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Para mergulhar nesse universo, anote: Rua Bela Cintra, 1756, Bela Vista, São Paulo. Ligue para (11) 3797-0500 ou siga @rosewoodsaopaulo no Instagram. O Rosewood São Paulo não é apenas um hotel; é uma experiência que reconfigura a alma. Saí de lá transformado, com a livraria do lobby gravada em mim como um totem, um lembrete de que, ali, o Brasil revela sua essência mais sagrada e ousada.