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Estado de Minas ALEXANDRE GARCIA

Absten��o decide resultados eleitorais

Se nos alienarmos na escolha, ficando em casa ou votando branco e nulo, perdemos a raz�o para reclamar das consequ�ncias


06/07/2022 04:00 - atualizado 06/07/2022 07:09

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Urna eletr�nica: pesquisas indicam aumento de eleitores dispostos a se abster nas elei��es (foto: Ant�nio Augusto/Secom/TSE - 13/12/21)

Estariam os brasileiros se desinteressando por elei��es? Segundo estudo sobre aliena��o eleitoral, do Instituto Votorantim, publicado ontem pelo “Estad�o”, a absten��o, mais nulos e brancos, subiu de 18% para 25%, de 2006 a 2018. Significa que em quatro eleitores, s� tr�s escolhem candidato. Esse aumento de aliena��o vem ocorrendo principalmente na Regi�o Sudeste –  S�o Paulo, Minas, Rio de Janeiro e Esp�rito Santo –, onde est�o 63 milh�es de eleitores, 46% do total, e a maior parte dos 30 milh�es de idosos n�o obrigados a votar. Em pa�ses pr�ximos, com voto facultativo, a aliena��o eleitoral foi decisiva.
 
No Chile, os constituintes acabam de entregar ao Presidente Boric o texto da nova Constitui��o. Ela extingue o Senado de 200 anos, cria cotas no Parlamento, justi�a diferente para as etnias originais, aumenta “direitos sociais” como aborto e diminui o poder da pol�cia, entre outras mudan�as. Tem 388 artigos e � uma das mais extensas do mundo. Entre os 154 constituintes que trabalharam um ano, a maioria � da esquerda; apenas 37 de partidos de direita.  Em 4 de setembro, ela ser� submetida a um referendo popular. Pesquisas indicam que apenas de 25% a 33% aprovam a nova Constitui��o. Como assim? Num plebiscito de 2020, 78% afirmaram querer uma nova Constitui��o.
 
Em maio do ano passado, elegeram os constituintes pouco mais de 5 milh�es dos quase 15 milh�es de chilenos aptos a votar. Quer dizer, apenas 36% escolheram quem faria a Constitui��o; agora a maioria que se absteve de votar a desaprova. Esse � o pre�o da absten��o – deixar que a minoria decida, abrindo m�o de um poder que a democracia oferece. Na Col�mbia, h� pouco, 18 milh�es n�o votaram e 11 milh�es elegeram o presidente.
 
Faltam tr�s meses para a elei��o de 2 de outubro. O voto � obrigat�rio, diferentemente do Chile e da Col�mbia, mas as san��es para quem n�o votar s�o m�nimas, e est�o dispensados da obriga��o os eleitores com mais de 70 anos. Esses, s�o cerca de 30 milh�es. Al�m disso, � bom lembrar que o “fique em casa”, que prejudicou os brasileiros, pode prejudicar tamb�m o poder da maioria, pedra de toque da democracia. Jovens de 16 e 17 anos, que poderiam votar mas n�o s�o obrigados, n�o se empolgaram: hoje s�o metade dos 2 milh�es que se alistaram em 2002. Os que n�o votam, ou inutilizam seu voto, deixam que os outros decidam.
 
Para ser eleito em outubro, o governador ou presidente precisa ter maioria entre os votos v�lidos. Juscelino foi eleito com 36% dos votos; o segundo candidato teve 30% e o terceiro, 26%. E houve uma contesta��o muito grande por parte dos 56% que n�o queriam JK. Por isso hoje h� o segundo turno, entre os dois mais votados, obrigando-se a ter o vencedor mais da metade dos votos v�lidos. Mas os votos nulos e brancos n�o contam. No segundo turno da elei��o presidencial de 2018, somadas as absten��es, votos anulados e brancos, foram 42 milh�es de eleitores que n�o participaram da decis�o. O perdedor, Haddad, teve 47 milh�es de votos e o vencedor, quase 58 milh�es. O equivalente � popula��o da Ucr�nia, ou da Argentina, n�o participou da escolha do presidente do Brasil.
 
O que serve para presidente ou governador, serve tamb�m para a escolha de nossos representantes no Legislativo. Eles ter�o o poder de fazer, alterar ou desfazer leis e at� de mexer na Constitui��o, no que n�o for cl�usula p�trea. N�s, eleitores, temos o poder de, dentro de tr�s meses, escolher aqueles que podem impedir que a Constitui��o seja desrespeitada, e eleger aqueles que, nos poderes Legislativo e Executivo, garantam o futuro de nossas fam�lias com valores em que acreditamos. Se nos alienarmos na escolha, ficando em casa ou votando branco e nulo, perdemos a raz�o para reclamar das consequ�ncias.

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