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Estado de Minas ALEXANDRE GARCIA

Lula receber� raro legado, longe da "heran�a maldita" de outros tempos

O presidente eleito vai receber um raro legado, longe da "heran�a maldita" de outros tempos


02/11/2022 04:00 - atualizado 02/11/2022 07:26


Bolsonaro se pronunciou depois de 48 horas do resultado das urnas
Bolsonaro se pronunciou depois de 48 horas do resultado das urnas (foto: EVARISTO S�/AFP)


Elei��o decidida; pr�ximos quatro anos com presidente petista. Como ser�o? Ser� preciso perguntar � bola de cristal? Ou apenas projetar nestes pr�ximos quatro os catorze j� passados e conhecidos? Para 60 milh�es de eleitores, os 14 anos j� n�o contam; ou sequer lembram ou n�o querem lembrar. Na �poca, eram crian�as ou adolescentes, 21 milh�es de eleitores de hoje. Muitos outros ainda s� recebem not�cia de uma �nica fonte - a fonte que lhes mostra a sua vers�o dos fatos. Assim decidimos os pr�ximos quatro anos. Aparentemente, n�o ser�o f�ceis para o presidente eleito. A C�mara de Deputados est� com 73% de centro-direita e o senado, com 67%; al�m disso, a maior parte dos governadores foi eleita pelo grupo que apoia o presidente que sai.

O presidente que entra vai receber um raro legado, longe da “heran�a maldita” de outros tempos. Infla��o e desemprego em queda, PIB, arrecada��o federal e investimentos em alta, balan�a comercial superavit�ria, endividamento p�blico em baixa, otimismo entre empreendedores, credibilidade do governo, impostos em baixa, obras de infraestrutura por toda a parte, inclusive �gua para o Nordeste e minist�rios e estatais imunizados de partidos pol�ticos - uma grande oportunidade para o novo chefe do governo, se estiver de bem com a maioria centro-direita do Congresso.

O Senado ainda precisa empurrar o Supremo Tribunal Federal de volta ao segundo artigo da Constitui��o, para que o tribunal deixe de ser tamb�m legislador e constituinte. N�o vai adiantar simplesmente tirar ministro, a menos que o novo presidente indique realmente ju�zes e n�o advogados com causa. A judicializa��o da pol�tica, lamentada no discurso de posse de Fux, mostra que o tribunal ficou entre dois fogos, por n�o se manter acima da fogueira das vaidades. Primeiro, � acusado de contribuir para tirar o PT do poder; hoje, � acusado de contribuir para tirar Bolsonaro do poder. Ativismo n�o � pr�prio de ju�zes. Ju�zes s�o isentos por natureza; j� a natureza de advogados � defender causas. Fazer o Supremo abandonar o ativismo � um desafio para os poderes com mandato popular.

Numa elei��o de 124 milh�es de votos, decidida por pouco mais de 2 milh�es de eleitores, mostra duas metades e destaca o quanto o n�o votar pode ser decisivo. 32 milh�es de brasileiros deixaram que os outros decidissem. N�o h� como n�o lembrar de Pilatos, que lavou as m�os enquanto o povo optava por quem seria libertado ou crucificado.

O eleito leu um belo discurso ap�s o resultado. Bonitas palavras, como discursos do s�culo passado - ser um presidente de todos, por exemplo. Nada encontrei entre as palavras a inten��o de prevenir a corrup��o, nem uma disposi��o sobre o teto de gastos, a conquista do equil�brio fiscal aprovada no per�odo Temer. Das palavras ditas, resgatei a afirma��o de que o crescimento econ�mico ser� repartido entre toda a popula��o.

Anunciou a volta das “confer�ncias nacionais” da esquerda e avisou que vai refazer tudo: “� preciso reconstruir este pa�s na pol�tica, na economia, na gest�o p�blica, nas rela��es internacionais”- um indicador da volta daqueles 14 anos de PT. Acentuou que ningu�m est� acima da Constitui��o - parece recado ao Supremo. Chegou a falar no “orgulho que sempre tivemos do verde e amarelo da bandeira”… mas uma  parte sincera do discurso foi a afirma��o de que a elei��o “colocou frente a frente dois projetos opostos de pa�s.” Agora um projeto vai se opor ao outro. Se o Congresso permitir.


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