(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas ALEXANDRE GARCIA

Senhores e vassalos na hist�ria da democracia brasileira de um lado

A vontade de mandar aumenta a cada dia na raz�o direta da vontade de calar a cr�tica, as vozes que alertam sobre o avan�o do totalitarismo


14/12/2022 04:00 - atualizado 14/12/2022 07:27

Lula e Moraes, na diplomação, defenderam uma liberdade restrita ao que eles julgarem ser a verdade
Lula e Moraes, na diploma��o, defenderam uma liberdade restrita ao que eles julgarem ser a verdade (foto: Evaristo S�/AFP)

O TSE acaba de diplomar Lula e Alckmin, isto �, atestou que eles ganharam a elei��o presidencial e est�o aptos a tomar posse diante do Congresso Nacional. O presidente do TSE e o presidente eleito fizeram discursos em que defenderam as mesmas teses. Disseram que o outro lado ataca a democracia, que precisa ser defendida evitando mentiras, enquanto controlam a liberdade de express�o. Explicaram que a a��o do Supremo e do TSE � defesa da democracia, num Estado de direito. E a gente aceita, porque temos a fraqueza de engolir discursos que s�o o oposto do que testemunhamos e comprovamos – � da nossa cultura. Moraes afirmou que jamais houve uma fraude no sistema eletr�nico, e Lula ousou apregoar que as urnas digitais “s�o de confian�a reconhecida no mundo todo”. N�s achamos natural esse tipo de discurso.

A bandeira de S�o Paulo traz a inscri��o latina “non dvcor dvco”, que significa “n�o sou conduzido, mas conduzo”. Em democracia, isso deveria estar cunhado na alma de cada cidad�o. Mas, na nossa cultura, agimos como s�ditos, vassalos, dependentes, tutelados, esquecendo que somos cidad�os, pagadores de impostos, eleitores. Quem escolhe e sustenta deputados, senadores, vereadores, prefeitos, governador, presidente � o povo. Por isso cada um de n�s � origem do poder. Por n�s, povo, � que fizeram uma Constitui��o, para submeter o Estado a n�s, e nos submetermos todos as leis feitas com base na Lei Maior. N�s, o povo, n�o somos uma massa uniforme; cada um de n�s � uma pessoa para a qual at� Deus permitiu o poder do arb�trio. As leis que nos desencorajam a cometer crimes s�o as mesmas que nos garantem a vida, a propriedade, as liberdades de ir e vir, de reuni�o, de express�o, de opini�o. Mas, com a cultura da vassalagem, muitos de n�s acham natural que alguma autoridade decida o que podemos e o que n�o devemos dizer.

Lula e Moraes, na diploma��o, defenderam uma liberdade restrita ao que eles julgarem ser a verdade. Precisou de uma elei��o para que pelo menos metade da na��o despertasse na defesa da Constitui��o e das liberdades. O devido processo legal foi violentado h� tr�s anos, sob sil�ncio da m�dia, do Senado, da OAB. Mas principalmente do povo, para quem existe o Estado. Durante a Copa no Catar, percebeu-se o quanto � conveniente para os que se apropriaram das institui��es do Estado a aliena��o pelo futebol. Um gol do time preferido serve para n�o se perceber omiss�o no Senado, ou ativismo no Supremo. E os senhores do patrimonialismo – que alguns chamam de mecanismo – v�o pondo em pr�tica, passo a passo, a volta � apropria��o do Estado e aos privil�gios e benesses com poder aquisitivo, ante o sil�ncio dos verdadeiros senhores, o povo.

A tirania � viciante para os tiranos. A vontade de mandar aumenta a cada dia na raz�o direta da vontade de calar a cr�tica, as vozes que alertam sobre o avan�o do totalitarismo. V�o repetindo os discursos sobre democracia e liberdade e quem est� viciado em ser vassalo aceita, porque � c�modo. � mais f�cil ser conduzido que conduzir. O ant�doto para isso � popularizar a Constitui��o como b�blia da cidadania. Eliminaria a intermedia��o de int�rpretes, que acabam sucumbindo � tenta��o de ser donos e condutores da lei maior.

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)