
Minha candidata ao Pr�mio Nobel da Paz � a Opera��o Acolhida. Desde junho de 2018, j� entraram no Brasil mais de 800 mil venezuelanos, que deixaram seu pa�s natal por causa da fome e persegui��es pol�ticas. Segundo o �rg�o de refugiados da ONU, j� deixaram a Venezuela 7 milh�es de pessoas, a maioria indo para a Col�mbia, porque � vizinha e tem a mesma l�ngua. Os que vieram para o Brasil pela Opera��o Acolhida, em geral chegaram famintos, subnutridos, doentes e foram alimentados, tratados e encaminhados, do extremo norte do Brasil, para os estados brasileiros, para terem vida digna para si e fam�lia.
O Ex�rcito Brasileiro cumpriu uma honrada miss�o humanit�ria nessa opera��o. Por isso, foi estranho ver gloriosos Drag�es da Independ�ncia, do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, formados em alas, apresentando lan�as para honrar o causador do �xodo de venezuelanos, Nicol�s Maduro, enquanto subia a rampa do Pal�cio do Planalto.
O povo venezuelano j� foi feliz. Tinha a maior renda per capita da Am�rica latina; eram os “sauditas” sul-americanos do petr�leo; o combust�vel, l�, era quase de gra�a; s� dirigiam carr�es americanos; abarrotados de divisas, importavam o que de melhor havia no mundo. Mas veio Hugo Chavez e seu bolivarianismo, uma vers�o sul-americana de marxismo. Se Marx n�o deu certo na Uni�o Sovi�tica, em cerca de 70 anos de poderes divinos sobre as pessoas, por que n�o daria certo na Am�rica Latina, onde a mem�ria do povo n�o tem Tolst�i para contar a Hist�ria? Quem sabe um Bol�var revisado? Com isso, destru�ram a Venezuela. Ch�vez morreu h� dez anos e Maduro � seu sucessor, com esse Bol�var de propaganda, que contrasta o Bol�var libertador.
Hugo Chavez inventou uma uni�o de pa�ses sul-americanos para ver se por aqui viceja o marxismo. A Unasul foi criada em 2008 por ele, com o apoio de Lula. N�o sobreviveu ao estatuto do Mercosul, que exige democracia de seus integrantes. Como Lula n�o exige isso de Evo, de Ortega nem de Maduro, quer recriar a Unasul, talvez com outro nome. Doutor Goebbels fazia isso, tal como antes fizeram os bolcheviques. Troca o nome e faz o mesmo. � o que pretende fazer com os presidentes visitantes, depois da recep��o especial com que celebrou Maduro ontem, no Pal�cio do Planalto e no Itamaraty.
O doutor Freud estudou o mecanismo de fuga, com seus pacientes em Viena. Lula foge das quest�es internas que n�o consegue resolver, viajando. China, Jap�o, Europa, Estados Unidos… e agora Bras�lia, reunindo vizinhos para propor a paz no mundo e a bem-aventuran�a na Am�rica Latina. N�o consegue se impor, como gostaria, ao Congresso Nacional, porque ainda vive na primeira d�cada do mil�nio. Mas sonha com lideran�a externa e gera propaganda com essa reuni�o em Bras�lia.
�ulico n�o falta para aplaudir o argumento dele de que h� preconceito contra Maduro, numa narrativa sobre as consequ�ncias de seu governo. S� que a realidade n�o est� em Brasilia, na boca de Lula, mas em Pacaraima, com a Opera��o Acolhida mostrando o que acontece al�m da fronteira com a Venezuela.