
Por aqui ningu�m sabia o que era aquela comida, uma vez ousei fazer uma panelada para servir a amigos. Muitos olharam de nariz torcido, mas depois que provaram a novidade n�o sobrou gr�o na travessa. Realmente, � um acepipe dos deuses – mesmo sendo pouco conhecido. E como tem origem bem mineira, merecia ser mais bem divulgado. Semana passada, recebi da marca Tio Jo�o, especializada em receitas diferentes do gr�o, alguns bons quebra-galhos dizendo que a Josapar est� apostando no produto, inspirado na culin�ria internacional.
Fiquei sabendo ent�o que o arroz vermelho foi cultivado na Regi�o de Camargue, na Fran�a. O gr�o, que pertence ao subgrupo integral, chegou ao Brasil atrav�s dos portugueses em meados do s�culo 18 e logo teve seu cultivo proibido pela Coroa portuguesa por motivos comerciais, o que fez com que a variedade ficasse longe da mesa dos brasileiros por 120 anos.
N�o sei como o arroz vermelho foi parar em Santa Luzia, onde � bastante conhecido, uma vez que a not�cia que recebi conta que ele era plantado clandestinamente em fazendas do sert�o nordestino. A realidade � que ele � muito mais nutritivo do que o branco, conta com 15% mais prote�nas, tr�s vezes mais ferro, duas vezes mais zinco, al�m de monocolina (elastina natural), que auxilia na redu��o do colesterol ruim (LDL), e propriedades antioxidantes que evitam o envelhecimento precoce.
O arroz vermelho Tio Jo�o tem forte apelo gastron�mico gra�as ao seu sabor amendoado. Vou comprar para experimentar minha receita de fam�lia, que, para quem quiser fazer, � mais do que simples. Precisa de carne de porco (uso sempre su�, que tem mais carne do que a costelinha, uma vez que o caldo com osso fica mais saboroso), que � bem temperada e refogada para ganhar cor. Depois, recebe um tanto de �gua, para que a carne fique bem cozida e o caldo saboroso. Nessa altura, coloca-se o arroz para cozinhar. E ainda com muito caldo, acrescentam-se peda�os de batata-doce (n�o muito pequenos para que n�o desmancharem) e folhas de repolho rasgadas. Abafa-se a panela e deixe tudo cozinhar bem – mas mantendo caldo. N�o deve ficar como sopa de arroz, mas quanto mais �mida a mistura ficar, melhor � o sabor do prato. Detalhe: experimentei com o arroz comercial, que � vendido em pacotes ou vidros, mas n�o fica igual, o arroz � mais duro, n�o derrete e o caldo n�o fica grosso, saboroso.
Falando na marca Tio Jo�o, vale experimentar os pacotinhos de arroz-doce que a marca lan�ou, em tr�s sabores: natural, doce de leite e coco. S� consigo encontrar no Epa, e cada pacote s� d� para duas por��es para quem gosta do doce. E que fica muito mais gostoso quando � servido quase quente em lugar de gelado. Leva muito tempo para preparar, mas o pacotinho da mistura s� leva �gua. Ainda n�o entendi at� agora a raz�o de essa del�cia n�o ser encontrada em outros supermercados.