
Nem tudo nesta semana resumiu-se � trabalheira que tive ao cair com a cara e a coragem na roubalheira dos clonadores de cart�o de cr�dito. Passei a manh� de segunda-feira no Bradesco da Rua da Bahia, requisitando um dos cart�es clonados. � tarde, fui para a outra ag�ncia, da Avenida Crist�v�o Colombo. Um simples mortal como eu, que n�o entende nada de banco, n�o pode compreender que a conta � uma s�, o correntista � um s�, mas cada tipo de cart�o deve ser pedido em ag�ncia diferente. E quem vai � Rua da Bahia pode esquecer da vida – � preciso esperar pelo menos uma hora para ser atendido, porque o funcion�rio � um s�. Como se a romaria banc�ria n�o bastasse, tive que fazer uma comunica��o � pol�cia do roubo. A funcion�ria do banco me informou que podia fazer o B.O pelo computador, chamando o servi�o da PM, mas ele n�o est� funcionando.
Ent�o, a solu��o, j� que n�o tive �nimo de ir a uma delegacia para relatar a ocorr�ncia, foi usar um desses trailers da PM que ficam prestando vigil�ncia nas esquinas. Perto do jornal tem um, na esquina da Afonso Pena com a Get�lio Vargas, e para l� me mandei. Bom da hist�ria: fui atendida com a maior gentileza e presteza por um soldado que l� estava, que registou minha queixa com todos os dados necess�rios e me forneceu, no fim, a informa��o do n�mero do B.O, cuja c�pia devo retirar hoje para enviar ao Bradesco. Ent�o, essa hist�ria de cart�o clonado � uma bandalheira que o cidad�o normal n�o merece – mas a pol�cia n�o consegue quebrar a rede do golpe, que � magistralmente ensaiada.
At� onde Deus pode me ajudar, vamos ver hoje ou amanh� o tombo que levei com o uso do cart�o fraudado no �ltimo fim de semana. E atrav�s da minha burrice, quero alertar os leitores desta coluna para n�o ca�rem no golpe, como eu ca� totalmente, s� por n�o saber o truque do telefone, que funciona lindamente com a t�cnica da quadrilha. Outra coisa que a aprendi com a perda dos cart�es � que alguns postos de gasolina cobram um plus sobre o pre�o marcado quando o pagamento n�o � feito em dinheiro. O que �, todos sabem, proibido por lei.
Mas como o mundo nos reserva algumas alegrias, recebi a minha esta semana, oferecida pela natureza. Desde que me mudei para minha casa, h� mais de 50 anos, encontrei plantado no jardim uma pereira. Mantive a novidade no jardim, porque o �nico p� de pera que conheci na vida foi em uma casa em frente � que mor�vamos, em Santa Luzia. Casa rara, porque era habitada por velhas senhoras que n�o se comunicavam com o restante dos luzienses. E tampouco davam �s crian�as o raro prazer de provar uma fruta que estava al�m de nossa imagina��o. Pois a gra�a que recebi da natureza foi que o meu p� de pera est� me gratificando com quatro frutas, que j� est�o em bom tamanho e que espero amadure�am para que o prazer seja completo.
Estou creditando esse milagre da natureza �s infernais chuvas que ca�ram sobre a cidade durante mais de dois meses, matando, derrubando, desabrigando muita gente. Se realmente for isso mesmo, chego at� a desculpar a trabalheira que o dil�vio nos pregou, porque ningu�m ficou livre do aguaceiro. E depois que as peras amadurecerem vou divulgar aos quatro ventos o prazer que � provar uma fruta dessa, colhida no jardim da pr�pria casa. A natureza sabe o que faz.