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Estado de Minas

Tive a miss�o de tornar Stael Abelha Miss Minas Gerais

Cuidei dela que tinha ainda o perfil de mo�a bonita do interior, mas precisando de um refor�o em seu estilo


10/07/2020 04:00

Mineira de Caratinga, Stael Abelha estampa capa da revista O Cruzeiro, em 1961, quando foi eleita Miss Brasil
Mineira de Caratinga, Stael Abelha estampa capa da revista O Cruzeiro, em 1961, quando foi eleita Miss Brasil (foto: revista o cruzeiro/reprodu��o)
A morte de Martha Rocha na semana passada me fez voltar a 1961, quando Stael Abelha foi eleita a primeira Miss Brasil mineira. Naqueles leves tempos, esse tipo de concurso era especialmente atraente, provocava uma s�rie de atra��es. Mundo bom aquele, quando elei��o de miss se transformava em programa. Acontece que, naquela �poca, eu trabalhava tamb�m com o empres�rio M�cio Athayde, que estava em plena cria��o do Pampulha Iate Clube, o PIC de hoje. M�cio ia al�m de seu tempo, o clube era um acontecimento projetado por Oscar Niemeyer, com belos jardins de Burle Marx com quem eu me encontrava repetidas vezes (ele gostava de almo�ar no Hotel Normandy, que, na realidade, tinha uma bela cozinha, principalmente para a �poca). Como M�cio fazia sempre quest�o do melhor, n�o vacilou em convidar Burle Marx para se responsabilizar pelos jardins do clube, uma vez que eram dele todos os jardins da Pampulha, incluindo cassino e orla da lagoa.

Dentro desse tipo de preocupa��o, escolheu Stael Abelha, uma bonita mo�a nascida em Caratinga, para ser a figura principal do futuro PIC e de sua carreira como pol�tico e empres�rio de sucesso. Resultado: Stael foi parar nas minhas m�os, cuidei dela, que tinha ainda o perfil de mo�a bonita do interior, mas precisando de um refor�o em seu estilo. O primeiro trabalho foi torn�-la Miss Minas Gerais, o que n�o foi muito dif�cil, primeiro porque era bonita e tinha um bom corpo e depois porque eu contava com a colabora��o de Nicolau Neto, que era meu colega aqui no jornal e cuidava da sociedade do interior. Nicolau era um craque, supersimp�tico e de relacionamento sem problemas, conseguiu com facilidade fazer a cabe�a do j�ri para escolher Stael como miss. � claro que n�o foi uma tramoia, porque ela realmente merecia levar a faixa de mais bonita.

Depois que ela foi escolhida, coube a mim n�o s� burilar seu guarda-roupa, porque recebia muitos convites, mas tamb�m escolher o traje a rigor que deveria usar no desfile no Rio, onde a escolha final era realizada. A cidade n�o tinha muita op��o, n�o tinha lojas com roupas importadas e nem tampouco muitas roupas de festa. Ent�o, fui procurar uma costureira muito boa que conhecia, Santinha, e escolhi para a Stael um vestido de acordo com seu tipo f�sico e sua candura. O vestido longo era de organza com babados e bordados, muito bonito, e que valorizava o tipo f�sico de nossa miss. Stael aceitou o longo sem criar caso, foi provar, gostou e foi com ele, feliz, para o Rio de Janeiro.

Onde, mais uma vez, foi preciso fazer um servi�o de “agenciamento” para sua escolha. Nessa ocasi�o, era companhada n�o s� pela fam�lia como tamb�m por M�cio Athayde, um nome j� bastante conhecido no meio empresarial. N�o fui ao Quitandinha, onde o desfile final era realizado, mas Nicolau foi. E de l� mandou a not�cia, por telefone, de que Stael havia sido escolhida Miss Brasil. � claro que comemoramos a vit�ria e come�amos programar sua chegada a BH, com desfile de carro aberto pela Avenida Afonso Pena. Assim foi feito, a avenida estava cheia de gente, ela recebeu muitos aplausos e foi descansar da canseira no Hotel Normandy, que era o m�ximo da �poca.

Foi l� que fiquei sabendo que ela e M�cio Athayde estavam de namoro e que ele simplesmente n�o queria que ela fosse representar o Brasil no concurso final, nos Estados Unidos. Sua negativa n�o valeu, ela teve que ir para n�o desmoralizar o Brasil na disputa e voltou de l� sem ser classificada. Mas com seu casamento com M�cio j� totalmente programado. 

Casaram-se e ele a levou para morar em Bras�lia. Aparecendo pouco, porque ele era muito ciumento. Ele morreu, perdi totalmente o contato com ela – mas gosto de lembrar como foi um tempo curioso aquele, de conseguir criar uma Miss Brasil – a primeira mineira at� os anos 1960. N�o sei se, depois dela, outras mereceram tamb�m a faixa de beleza. De um tempo que n�o volta mais.

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