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Estado de Minas entrevista/Alex Veiga - empres�rio

Exemplo de pai e profissional

Empresa 100% familiar, Patrimar comemora 60 anos de sucesso com solidez e credibilidade


13/08/2023 04:00
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Alex Veiga - empresário
(foto: Vitor Maciel/Divulga��o)

 
Em homenagem ao Dia dos Pais, escolhemos um profissional que fez carreira em uma empresa familiar e hoje construiu, ao lado da esposa e filhas, um grupo s�lido que mostra para o mercado como a uni�o familiar e o preparo profissional fazem toda a diferen�a na solidez e credibilidade de um neg�cio. Trata-se de Alexandre Veiga, mais conhecido como Alex Veiga, presidente e CEO do Grupo Patrimar, respons�vel por grandes empreendimentos imobili�rios em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e interior de S�o Paulo. O profissional come�ou como estagi�rio na empresa de Murilo Martins, a M. Martins Engenharia e Com�rcio. Virou s�cio quando Murilo, seu sogro, decidiu abrir uma nova empresa, a Patrimar Empreendimentos Imobili�rios, ao lado do fundador ,que tamb�m colocou como s�cios os filhos Marcelo e Helo�sa. Com o tempo, Alex comprou a parte do cunhado, Marcelo, e depois do sogro, tornando-se, com a esposa, filhas e genro, �nicos propriet�rios da Patrimar, que este ano celebra 60 anos de sucesso. Conhe�am essa hist�ria.
 
Como come�ou a Patrimar?
Para falar em Patrimar, temos que come�ar a falar da M. Martins Engenharia e Com�rcio, empresa fundada em 1963, por Murilo Martins, especializada em obras de arte especial, que nada mais � que execu��o de pontes e viadutos, uma empreiteira. Dr. Murilo come�ou do zero e foi crescendo. Naquela �poca o Brasil tinha muita oportunidade nesse setor de estradas e obras p�blicas. A empresa foi ganhando porte ao longo do tempo e depois de alguns anos o seu irm�o, M�rcio, entrou como s�cio.

O que levou a empresa a migrar para engenharia civil?
Nessa �poca, era muito comum mineiro investir o capital comprando fazendas. Apesar de serem de Uberaba, n�o tinham essa paix�o por fazenda, ent�o optaram por investir o capital excedente fazendo pequenas incorpora��es. Compravam terrenos e constru�am pequenos pr�dios, que vendiam depois de prontos. Era uma forma de aplica��o do capital, e n�o um neg�cio. Um investimento do lucro da M.Martins ao longo dos anos.

Quando e como voc� entrou na empresa?
Comecei a namorar a Helo�sa, filha do Murilo, em 1975. Passei no vestibular em 1978, estudava engenharia civil pela manh� e administra��o de noite. Gostava muito de jogar t�nis, um dos meus amigos do t�nis era o saudoso L�cio Costa. Ele morava no Parque das Mangabeiras, �nico pr�dio da cidade que tinha quadra de t�nis e jog�vamos l� com frequ�ncia. Um dia ele me pediu para dar aulas de t�nis para Patr�cia, sua mulher, e eu aceitei porque era uma coisa que eu gostava muito. Acabei arrumando um monte de alunos l� no pr�dio, e passava a tarde dando aulas de t�nis. Ganhava um dinheirinho muito bom com as aulas. Acho que dr. Murilo ficou preocupado de eu largar tudo para dedicar ao t�nis porque estava ganhando muito bem, ent�o um dia ele me chamou e disse que eu tinha que fazer est�gio. E foi assim que entrei na empresa, como estagi�rio em 1979/80, exatamente nesses pr�dios que ele e o irm�o constru�am como investimento. O est�gio foi um abalo financeiro na minha vida, passei a ganhar um d�cimo do que ganhava com o t�nis. Formei e continuei l�. Era respons�vel por tudo nessa �rea, desde a compra do terreno at� a constru��o do im�vel. E sempre provocando, porque era um setor muito pequeno da firma, porque n�o era o foco deles.

Quando decidiram entrar de vez no mercado da constru��o civil?
Um belo dia o Murilo vendeu um pr�dio, na Avenida do Contorno, 6064, e recebeu o pagamento antecipado. N�o quis colocar o dinheiro na firma, porque sabia que o irm�o investiria tudo em caminh�es. Sabia que eu gostava muito do segmento de constru��o civil, me chamou e decidiu abrir um novo bra�o: a M. Martins Empreendimentos Imobili�rios. Era uma divis�o, a� sim para disputar o mercado de incorpora��o de forma ativa, e me deu umas a��es dessa empresa, que foi crescendo. Depois de um tempo deu a��es para os seus filhos, Marcelo e Helo�sa. Em 1995, foi feita uma cis�o na M.Martins Empreendimentos Imobili�rios. O M�rcio, que tinha uma parte menor, saiu e ficou apenas com a fam�lia do Murilo, e eu junto, e trocamos o nome para Patrimar. Ele continuou com o irm�o na empresa de engenharia pesada. Separamos inclusive, fisicamente. A Patrimar foi para uma casa no Gutierrez, que tinha sido adquirida para constru��o de um pr�dio.
 
Quando o Marcelo saiu?
Em 2011, o Murilo me chamou e perguntou se eu n�o queria comprar as cotas do Marcelo, porque ele estava com outros interesses pessoais. Foi uma aquisi��o dif�cil, porque a empresa j� tinha um certo porte, mas, por outro lado, foi um momento muito bacana da minha vida. Eu j� tinha um patrim�nio pessoal, n�o era enorme, mas tamb�m n�o era t�o pequeno, chamei Helo�sa, e as minhas filhas Renata e Patr�cia, e o Lucas, que j� namorava a Renata, e disse da oportunidade de nos tornarmos majorit�rios. Pontuei que ter�amos de abrir m�o de muita coisa e queria saber a opini�o deles porque s�o meus herdeiros, e toda movimenta��o nesse sentido tem risco. Todos j� trabalhavam aqui e acharam que era a coisa certa. Em cinco anos paguei tudo e voltei a ter meus sonhos pessoais de trocar carro, ter casa de praia, etc.

Depois que comprou a parte do Marcelo entrou em fase tranquila?
Terminei de pagar o Marcelo em 2016/2017. O Brasil estava em uma crise horrorosa. Abri m�o do meu patrim�nio pessoal, e o mercado deprimido. Decidi dar uma arrumada na firma. Foi quando a Funda��o Dom Cabral apareceu e fizemos um curso chamado PDA, feito para os acionistas, de um ano e meio. Isso me mostrou que tinha que organizar a empresa, que tinha crescido de forma n�o muito organizada. O passo seguinte foi trazer a FDC para a Patrimar. Peguei os principais executivos e fizemos o curso Paex indoor. O impacto e o legado que a FDC nos deixou mudou essa empresa.

Ficaram voc�s e dr. Murilo?
Sim. O Murilo continuava e nossa rela��o sempre foi a melhor poss�vel. Ele era sogro e s�cio e mais do que isso, um amigo e sempre me tratou como filho. Nossa empatia era muito grande e aprendi demais com ele, n�o s� do neg�cio, mas tamb�m da vida, prazeres, viagens, maneira de educar os filhos. Figura extraordin�ria. Um segundo pai, em determinado momento at� mais atuante porque trabalh�vamos junto. Qual n�o foi minha surpresa quando, assim que terminei de pagar o Marcelo, o Murilo me chama e pergunta se podia comprar a parte dele. Ia come�ar tudo de novo. Ele estava doente, eu sabia, e n�o poderia negar esse pedido, fora que, ele falecendo, eu teria a fam�lia como s�cia, novamente. Comprei a parte dele, e desde ent�o o Grupo Patrimar – porque s�o duas empresas, a Patrimar e a Novolar –, � 100% sob o controle da minha fam�lia, � literalmente uma empresa familiar.

O que mudou na empresa?
Tudo. Nos organizamos, institu�mos a Governan�a, e hoje somos uma empresa aberta, estamos listados na Bolsa de Valores s� que com 100% das a��es na m�o de uma fam�lia. N�o fizemos o IPO, n�o ofertamos, mas temos as mesmas obriga��es de qualquer empresa listada, como uma Cirela, MRV, Direcional. Eu tenho as mesmas obriga��es e isso � muito bom. Se entrar no site da CVM � poss�vel ver os resultados da Patrimar. Somos 100% transparentes, e � muito bom do ponto de vista dos bancos, quando eles v�o analisar.

Como se sentiu quando conseguiu finalizar 100% dessa aquisi��o, mesmo levando em conta per�odos de inseguran�a e de crises do mercado?
Vem uma sensa��o de ter feito a coisa certa. Primeiro porque empresa familiar � uma coisa muito bacana. Quando as coisas s�o bem definidas, cada um tem seu papel e sabe o que tem que fazer � todo mundo pr� aquele neg�cio. A Heloisa � economista, ela que faz a composi��o dos pre�os, as tabelas, etc. A Patr�cia, minha filha mais nova, trabalha na �rea de RH. Antigamente era Departamento Pessoal, hoje, uma boa parte do meu tempo dedico a conversar com as pessoas. � a �rea mais importante e relevante dessa empresa. Patr�cia est� fazendo um trabalho brilhante, depois que ela assumiu, o clima da empresa mudou, as pessoas est�o melhores. Ano passado ganhamos o pr�mio das Melhores Empresas para se Trabalhar. A Renata coordena a �rea de projetos da Patrimar e hoje ela entende de projeto com riqueza de detalhes, seu olhar � melhor que o meu. E o Lucas � o diretor Comercial e de Marketing da empresa.

Quando nasceu a Novolar?
Fundamos a Novalar em 2000, porque quer�amos entrar no segmento de baixa renda. Era preciso ter uma segunda marca para esse segmento. Em 2002, apareceu uma oportunidade no Rio de Janeiro, fomos para l� e desde ent�o nunca ficamos sem obra naquela cidade. Agora vamos investir no crescimento da Novolar. Queremos que metade do faturamento do grupo seja da Novolar, dentro da Minha Casa Minha Vida, que sofreu uma mudan�a e vai ser muito bom.
 
Mas voc�s est�o com um empreendimento de alto luxo no Rio?
Surgiu uma oportunidade da Patrimar ir para o Rio de Janeiro. S�o terrenos enormes, de 25 mil metros, terminam literalmente no Campo de Golfe Ol�mpico, o melhor da Am�rica Latina. E tem a lagoa de Marapendi e o mar, que � uma �rea de reserva ambiental, ent�o todos os apartamentos t�m vista para o mar. � um terreno �mpar, na Barra, uma raridade. Fomos para o Rio e o mercado nos abra�ou. Escolhemos tudo do Rio de Janeiro, desde o arquiteto at� a equipe de marketing e assessoria de imprensa. Demos um show, lan�amos o primeiro, que � o Oceana, empreendimento de mais de R$ 1 bilh�o de VGV, j� est� 80% vendido. Lan�amos o segundo h� um ano atr�s, 70% vendido. Devemos lan�ar o terceiro ainda este ano. E vamos lan�ar no final deste m�s ou in�cio de setembro um outro empreendimento enorme, no Rio 2, regi�o de classe m�dia alta. Conseguimos, rapidamente, virar uma empresa carioca. O mercado do rio estava muito machucado, sofreu muito na crise de 2016/2017. Foi o �ltimo a entrar na crise porque fez muita obra de mobilidade urbana por causa das Olimp�adas, mas depois veio a ressaca e machucou muito a cidade. Entramos nesse momento, mas foi uma oportunidade, e hoje acho que somos a maior construtora de alta renda do Rio de Janeiro.

E S�o Paulo?
Fomos para o interior de S�o Paulo por decis�o estrat�gica. Come�amos por Campinas, depois Taubat�, S�o Jos� dos Campos, Piracicaba. Se conseguirmos uma janela, uma oferta por um IPO, pensamos na Capital, porque l� temos que ir com um caixa pesado. S� entraremos em S�o Paulo com empreendimento robusto.

E Belo Horizonte?
Quando criamos a marca Patrimar, fomos a primeira empresa a vir para o Belvedre, e por isso fomos a que mais constru�mos aqui. Quando os terrenos do Belvedere acabaram, mudamos para Nova Lima (Vila da Serra), terrenos da fam�lia Lodi. Os propriet�rios de terreno nos procuravam, e era o momento que a Patrimar estava despontando. Depois fomos para o Vale do Sereno. Hoje, estamos fazendo o La Reserve com seis torres – j� entregamos duas. Entregamos o Apog�e e o L’Essence, estamos construindo o Unique e o �toile com mais de 60% comercializado. A regi�o de Nova Lima tem uma import�ncia muito grande para n�s. � a regi�o de maior PIB per capta do pa�s, portanto, muito desejado, e adquirimos o maior n�mero de terrenos na regi�o, que � um vetor de crescimento do alto padr�o da regi�o metropolitana de BH.

Como � para voc� e sua fam�lia comemorar 60 anos de uma empresa s�lida e sempre batendo recordes e ganhando pr�mios?
Quando agente lembra dessa idade, inegavelmente lembramos do dr. Murilo que deixou marcas positivas em todos n�s. Depois disso, vem a sensa��o de fazer a coisa certa. Valeu a pena parar com as aulas de t�nis. Trabalhar junto com seus filhos, sua mulher e seu genro � muito legal. Empresa familiar, do ponto de vista do investidor – aprendi isso com a Funda��o Dom Cabral – � superbem vista. Empresa de dono, que voc� est� ali o tempo todo lutando. N�o � f�cil, no Brasil, um neg�cio estar de p� depois de 60 anos. � muito raro, e isso mexe muito comigo. Adoro o que fa�o, tenho verdadeira paix�o, respiro isso aqui o dia inteiro, venho trabalhar com uma motiva��o tremenda, e tenho vontade de realizar cada vez mais. Da hora que compra um terreno que n�o tem nada e o dia que entrega um pr�dio, vendo aquelas pessoas cheias de alegria, d� uma realiza��o muito forte. O Alex estagi�rio, que procurava terreno e come�ava a fazer pequenos pr�dios foi muito importante para mim, me deu base, e � isso que tento passar para minha turma. Precisamos de base e alicerce para tudo. Quando falei que dedico grande parte do tempo para conversar com a equipe, � porque sei que o maior patrim�nio da Patrimar � o time que est� aqui dentro.

S�o quantos funcion�rios?
Nos escrit�rios, parte administrativa, de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Campinas, temos entre 300 e 320 pessoas. Em obras temos mais de 3 mil. A escolha certeira das pessoas � o que faz a empresa chegar onde chegou. O time � muito bom. E a renova��o � importante, e � a� que entra a terceira gera��o, porque eu e Heloisa somos a segunda gera��o. J� sou um pouco jur�ssico,, mas procuro n�o me acomodar. A empresa tem que crescer. Para reter valores as pessoas tem saber que tem condi��es de crescer e subir dentro da empresa. E temos programa de participa��o nos lucros.

Qual foi sua maior emo��o?
Estava entregando um empreendimento no Rio de Janeiro, em Campo Grande. N�o era muito grande, pouco mais de 300 unidades. Era o chamado faixa um, o mais barato que tinha, hoje seria na faixa de uns R$ 170 mil. Fui entregar a chave e tinha 300 fam�lias, mas a fam�lia toda, m�e, filho, neto, sogra, etc. Um calor danado, tinha tenda. Fui entregar a chave para uma senhora. Ela chegou para mim chorando e disse: “o senhor n�o imagina o que a minha vida mudou. Meus filhos tinham hora para subir e para descer na favela. Meu marido me abandonou, eu descia com meus filhos na comunidade e subia, e quando eu n�o estava em casa, eu morria de medo, porque eles estavam sozinhos, porque outra era traficante, menino novo. E meu filho usando aquela roupinha surrada, o outro com t�nis importado, roupa de marca, rel�gio, cord�o. Agora eu tenho uma casa fora de l�”. N�o s� eu, mas todos que estavam ali em volta se emocionaram muito. Eu nunca esqueci esse dia. A constru��o civil te d� o prazer de realizar esse tipo de coisa. Estamos ali para trabalhar e ganhar dinheiro, ter lucro, faz parte da atividade de uma empresa, � fundamental ter lucro, mas a realiza��o pessoal que eu tenho quando entrego um apartamento que � um sonho, �s vezes inimagin�vel, para uma pessoa, n�o tem emo��o igual. Tenho o h�bito depois uns dois anos voltar para ver se alguma coisa n�o est� legal, n�o ficou boa, se alguma coisa poderia ter sido feita diferente. A maior parte dos empreendimentos est�o melhores do quando entregamos, porque essas pessoas valorizam a casa pr�pria de uma maneira especial. 
 
 


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