
E Tedros aponta para uma situa��o na qual acredito piamente, a pouco conhecida infodemia, que na tradu��o leiga significa a abund�ncia de v�deos, textos, gr�ficos, ilustra��es e �udios, sejam eles verdadeiros ou mentirosos, que dificultam o entendimento das orienta��es e geram uma crise de confian�a entre a popula��o. Das duas, uma: ou voc� fica totalmente paranoico ou passa a duvidar de tudo que brota na tela do seu celular.
Uma coisa � certa, a COVID-19 � uma doen�a que requer aten��o e cuidados diretos, principalmente para as pessoas do grupo de risco, por�m, indiretamente, pode ascender muito mais efeitos colaterais. Primeiro, pelo confinamento em casa. Estudo da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos, estima que a falta de contatos sociais traz riscos � sa�de compar�veis a fumar 15 cigarros por dia e chega a ser duas vezes mais danosa que a obesidade. Um aumento no consumo de �lcool � outra �rea de preocupa��o dos especialistas em sa�de mental. Estat�sticas do Canad� relatam que 20% das pessoas de 15 a 49 anos aumentaram seu consumo de �lcool durante a pandemia. Afinal, lidamos com uma doen�a em que n�o h� perspectiva de vacinas ou rem�dios com capacidade de cura para os pr�ximos meses.
Segundo efeito colateral � a crise econ�mica mundial que vem chegando. O Fundo Monet�rio Internacional (FMI) estima que o mundo entrar� na maior crise desde 1929, ano em que ocorreu a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, nos Estados Unidos. E uma coisa acaba levando a outras, mais graves. O colapso econ�mico que acometeu a Europa a partir de 2008, afetou a sa�de mental da popula��o. Nesse per�odo, houve aumento significativo das taxas de suic�dio no continente.
Terceiro motivo � pela press�o cotidiana na vida das pessoas, como, por exemplo, a tripla jornada entre as mulheres, que ficam respons�veis por cuidar de v�rios quesitos do lar, da fam�lia, estando ainda em home office. Na China, o primeiro epicentro do coronav�rus, alguns cart�rios registraram aumento nos pedidos de div�rcio quando a vida come�ou a voltar ao normal. Nas prov�ncias de Shaanxi e Sichuan, houve recorde nos �ndices de separa��o a partir das �ltimas semanas de mar�o, de acordo com informa��es do jornal chin�s The Global Times.
Ainda na China, durante a pandemia, os profissionais de sa�de relataram altas taxas de depress�o (50%), ansiedade (45%) e ins�nia (34%) e, no Canad�, 47% dos profissionais de sa�de relataram a necessidade de suporte psicol�gico. Dados do N�cleo de G�nero e do Centro de Apoio Operacional Criminal do Minist�rio P�blico de S�o Paulo revelam que casos de agress�es aumentaram 30% em mar�o, quando o isolamento social foi iniciado.
Esse compilado de informa��es � assustador, mas existem solu��es para minimizar tudo isso. Quando estamos em casa, temos a tend�ncia de atrasar os compromissos di�rios: acordamos, almo�amos, jantamos e voltamos a dormir cada vez mais tarde. Precisamos manter uma regularidade nos hor�rios durante todos os dias da semana, especialmente neste per�odo de quarentena.
O h�bito de tomar sol todos os dias tamb�m ajuda muito. Reserve alguns minutos da manh�, antes das 11h, para relaxar na varanda, no quintal ou na laje. Esse banho de luz estimula a libera��o de serotonina, subst�ncia que, entre os neur�nios, produz a sensa��o de bem-estar. Manter uma rotina de exerc�cios f�sicos � outra via para garantir o equil�brio da qu�mica cerebral, al�m da utiliza��o de vitaminas para um melhor equil�brio do corpo e da mente.