
A varicela � causada pelo v�rus Varicela-zoster e considerada uma doen�a da inf�ncia. No Brasil, apenas 10% da popula��o com mais de 25 anos de idade n�o teve a doen�a. A catapora � olhada, pelos mais velhos, como um acontecimento corriqueiro da inf�ncia, mas deixa um rastro que poucas pessoas conhecem.
Como eu, por exemplo. Apareci com uma coceira no rosto, pouca, mas inc�moda. Passa creme daqui, experimenta creme dali e nada de o neg�cio acabar. Resolvi ent�o ir ao dermatologista, Luiz Maur�cio Almeida, que, craque, bateu o olho e decretou logo: voc� n�o est� com coceira. Isso � uma pequena amostra de herpes-z�ster. Delicado, quis saber se eu, na inf�ncia, havia passado por catapora. � claro que sim. “Vacinou depois?”, quis saber. Nada, pois j� n�o tinha passado pela catapora?
Ent�o, ele me contou que a catapora deixa essa sequela atrav�s dos anos – e que meu herpes-z�ster podia voltar algum tempo depois. Passei os cremes que ele me receitou e aprendi o nome popular da coceira no rosto que ele n�o me falou: tratava-se do popular cobreiro, que d� a torto e a direito, no rosto ou no corpo, sem controle e, em alguns casos, bem incomodo e dolorido. Passei pela crise de cobreiro, como passei a chamar a coceira, para arrepiar quem perguntava o que era aquilo, e ele por enquanto ainda n�o voltou. Aprendi, com isso, que catapora s� n�o era problema s�rio nos tempos �ureos, que as doen�as infantis eram enfrentadas sem muito alarde (e, por isso mesmo, muitas vezes com tristes resultados).
Ent�o, a doen�a est� a�, e o Minist�rio da Sa�de contabiliza que, de 2012 a 2017, foram notificados 602.136 casos de varicela no pa�s, embora n�o existam dados consistentes sobre a real incid�ncia da doen�a, porque apenas os casos graves, internados e �bitos s�o notificados, mas estima-se que ocorram cerca de 3 milh�es de casos, em m�dia, todos os anos.
A varicela costuma apresentar um curso benigno, mas em adultos apresenta um maior potencial de letalidade, o qual pode ser at� 40 vezes maior do que em crian�as. O n�mero de hospitaliza��es � maior em crian�as, por ser mais frequente na popula��o infantil, mas, proporcionalmente, os adultos apresentam maior risco de evoluir com complica��es, hospitaliza��o e �bito.
Geralmente, se manifesta com queixas gerais, como febre, dor de cabe�a, mal-estar geral e as caracter�sticas les�es de pele que aparecem como uma m�cula avermelhada e evoluem para ves�culas. Podem-se observar les�es em diferentes fases em todo o corpo. Pelos padr�es atuais, � muito importante procurar atendimento m�dico j� no in�cio dos sintomas para obter as orienta��es quanto ao isolamento, cuidados gerais e terap�utica, mas tamb�m para a detec��o precoce de complica��es, que possam ocorrer.
Etapa muito importante de cuidado com o paciente � evitar o cont�gio de outras pessoas, porque a catapora � altamente contagiosa. � imprescind�vel restringir o paciente de locais p�blicos, at� que todas as les�es estejam cicatrizadas, o que pode persistir por at� duas semanas. Roupas, m�os, toalhas, itens de uso pessoal e objetos que possam estar contaminados devem ser higienizados constantemente.
A vacina � a melhor forma de se evitar a catapora. O esquema de vacina��o come�a aos 12 meses de vida, com duas doses com intervalo de tr�s meses. Em situa��es de risco, como surto em escolas, creches ou domic�lio, deve-se realizar a vacina a partir dos 9 meses de idade, como um bloqueio. Para todas as crian�as que fizerem a vacina precocemente, nessas situa��es de surto, o esquema vacinal aos 12 meses de duas doses dever� ser mantido. Todas as crian�as, adolescentes e adultos suscet�veis que n�o tiveram catapora devem ser vacinados e pode-se tamb�m fazer a vacina��o p�s-exposi��o, at� 72 horas ap�s o primeiro contato com uma pessoa doente.