
N�o h� quem n�o tenha ouvido falar em trombose. A doen�a que assombra pessoas que trabalham sentadas e viajantes de longas dist�ncias ocorre quando um co�gulo sangu�neo se desenvolve no interior das veias das pernas devido � circula��o inadequada, impedindo assim a passagem do sangue. A trombose geralmente se manifesta como um quadro de dor na perna, principalmente na panturrilha, associado a incha�o persistente, calor, sensibilidade e vermelhid�o.
“Em casos mais raros, o co�gulo pode ainda se desprender da parede da veia e correr pela circula��o at� chegar ao pulm�o, causando uma embolia pulmonar, que pode resultar at� mesmo em morte s�bita”, explica a cirurgi� vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Mas, apesar de j� ser consideravelmente conhecida, poucos sabem que, em alguns casos, a doen�a tem aparecido em portadores de COVID.
A doen�a � trai�oeira. Estudo de 2018 publicado no Journal of Thrombosis and Thrombolysis mostrou que at� o h�bito di�rio de assistir, por muito tempo, televis�o est� associado ao surgimento de co�gulos sangu�neos, pois permanecer longos per�odos sentado pode diminuir o fluxo de sangue para as pernas e p�s. Solu��o: intercalar a paradeira com movimento. O que quer dizer que ela pode aparecer tamb�m em quem cumpre rotina de escrit�rio, passando v�rias horas seguidas sentados na mesma posi��o.
“Com o home office isso s� tende a piorar, j� que estamos na nossa casa, em teoria mais confort�veis. Essa imobilidade reduziu muito e, com isso, provocou aumento de reten��o de l�quidos, dor nas pernas e at� um aumento na incid�ncia de trombose. Para evitar problemas circulat�rios, existem algumas dicas, como: a cada hora de trabalho, levante, ande por cinco minutos, movimente as pernas, se espreguice; invista em uma meia el�stica de compress�o (consulte seu m�dico para saber o modelo ideal); e beba �gua, o que ajuda no funcionamento do organismo e na fluidez do sangue. Deixe a �gua um pouco distante, o suficiente para te fazer levantar da cadeira para pegar”, explica a m�dica.
Como um dos maiores fatores de risco para trombose � a imobiliza��o, a pr�tica de atividade f�sica se torna uma arma poderosa para sua preven��o, j� que aumenta a velocidade do fluxo sangu�neo dentro dos vasos, melhorando a circula��o e dificultando a forma��o de co�gulos. “Qualquer exerc�cio que trabalhe a panturrilha, a batata da perna, vai ajudar, sendo assim, apenas o ato de flexionar e esticar o tornozelo j� ser� significativo. Pode ajudar usar uma faixa para ser colocada na ponta dos p�s como resist�ncia e fazer for�a para esticar os p�s. Movimentos circulares com o tornozelo, abra�ar e esticar as pernas e movimentos como o de bicicleta podem ajudar caso a pessoa tenha a capacidade de realiz�-los sem dor ou inc�modo, diariamente”, detalha Aline.
“Para quem n�o tem o h�bito de realizar atividade f�sica, o ideal � come�ar com pouco tempo, 15 a 20 minutos, mas di�rios, e ir aumentando. Tente realizar a atividade de prefer�ncia sempre na mesma hora: n�o espere a inspira��o bater, levante e fa�a, por rotina. Pense que � pouco tempo: s� 15 minutos”, acrescenta a m�dica. Qual atividade? Vale tudo: agachamento, subir as escadas do pr�dio, caminhada na rua, o que n�o vale � ficar parado.
Segundo Aline Lamaita, o uso de p�lulas anticoncepcionais combinadas pode aumentar a incid�ncia de trombose de tr�s a cinco vezes, a depender do tipo de p�lula e forma de administra��o. “Isso ocorre porque a quantidade de horm�nios presentes nas p�lulas anticoncepcionais � capaz de alterar a circula��o, aumentando o risco de forma��o de co�gulos nas veias profundas. Por isso, o uso desse m�todo n�o � recomendado por mulheres que j� possuem predisposi��o ao problema”, explica a ginecologista Eloisa Pinho.
“P�lulas com altas doses de estrog�nio tamb�m possuem maiores chances de provocar hipertens�o arterial, principalmente em mulheres que fumam, tem mais de 35 anos ou j� sofrem de hipertens�o”, acrescenta a ginecologista. O ideal � sempre consultar um m�dico. “Apenas o ginecologista poder� realizar uma avalia��o levando em conta fatores como hist�rico m�dico e familiar para ent�o recomendar o m�todo contraceptivo mais adequado para voc�, seja ele hormonal ou de barreira”, finaliza Eloisa.