Assisti na TV um programa sobre a vida e obra de Peggy Guggenheim, aquela mulher nascida em Nova York que se transformou, ao longo da vida, em refer�ncia, uma lenda em mat�ria de descoberta e promo��o de artistas pl�sticos. Filha de judeus, riqu�ssimos (o pai morreu naquele desastre que � o mais famoso em toda a hist�ria da marinha tur�stica, do Titanic), ela fez a cole��o de seus museus, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial. Comprava um quadro naquele tempo por poucos d�lares, que hoje valem milh�es. At� aqui, � a �nica mulher que se destaca mundialmente como protetora das artes.
Na hist�ria de sua vida, um detalhe curioso � sobre seu nariz, muito feio. Ela resolveu fazer uma pl�stica, n�o deu certo e seguiu com o mesmo nariz atrapalhado ao longo de toda sua vida. O que n�o deixa de ser uma curiosidade, porque, atualmente, dados e percep��es gerais do relat�rio de tend�ncias anual rec�m-lan�ado da American Society of Plastic Surgeons mostram que, apesar de queda no n�mero de cirurgias no pa�s em 2020 em decorr�ncia da pandemia de COVID-19 e o uso de leitos para pacientes com a doen�a (que resultaram em uma paralisa��o de 15% de cirurgias durante o ano), um n�mero crescente de mulheres v� a cirurgia pl�stica sob uma luz positiva e deseja investir em procedimentos est�ticos.
“Aqui no Brasil percebemos que houve uma busca crescente por procedimentos faciais, principalmente a rinoplastia, e esse relat�rio mostra que essa � uma tend�ncia mundial. Os procedimentos no nariz substitu�ram o aumento dos seios como procedimento cosm�tico n�mero 1”, explica o cirurgi�o pl�stico Paolo Rubez, especialista em rinoplastia est�tica e reparadora pela Case Western University.
Em uma pesquisa com mais de mil mulheres em todo o pa�s, conduzida pela empresa de pesquisa de mercado Equation Research, o ASPS (empresa americana especializada em cirurgia pl�stica) descobriu que 11% das mulheres dos Estados Unidos est�o mais interessadas em cirurgia pl�stica e tratamentos do que antes da COVID. A pesquisa mostra que 35% das mulheres pesquisadas que j� t�m um procedimento de aprimoramento cosm�tico em seu curr�culo e est�o planejando seus pr�ximos tratamentos em 2021, com planos de gastar mais em procedimentos este ano do que no ano passado.
Segundo o especialista, uma teoria para o fortalecimento da rinoplastia � o chamado “efeito Zoom”. “Esse motivo � confirmado pelo relat�rio que cita o fato de que nunca estivemos olhando para nossos rostos em videochamadas tanto tempo, ent�o o foco mudou. O aumento do uso de redes sociais tamb�m contribui para isso”, explica Paolo Rubez. Nos Estados Unidos, um total de 352.555 procedimentos de rinoplastia foram realizados em 2020, substituindo os aumentos de mama como o procedimento principal – um t�tulo que a cirurgia det�m desde 2006.
“A pandemia provocou um boom em procedimentos faciais. A cirurgia de eleva��o das p�lpebras (352.112) e facelifts (234.374) saltaram para o segundo e terceiro procedimentos mais executados, com a lipoaspira��o (211.067) e aumento dos seios (193.073), completando os cinco principais procedimentos cir�rgicos cosm�ticos do ano passado nos Estados Unidos. Mas essa tend�ncia se mant�m por aqui”, explica o m�dico. “O n�mero crescente de homens buscando rinoplastia fortaleceu essa cirurgia, dado que o aumento de mamas �, em quase sua totalidade, uma interven��o est�tica feminina”, explica o m�dico.
Apesar das op��es n�o cir�rgicas de rinomodela��o com a aplica��o de injet�veis de �cido hialur�nico crescer tamb�m no Brasil, o fato do procedimento n�o ser definitivo faz com que muitos pacientes busquem a cirurgia, que traz resultados duradouros. “Essas subst�ncias remodelam temporariamente o nariz e melhoram o perfil do rosto, servindo como um test drive de rinoplastia e perfiloplastia (cirurgia do nariz e do queixo) quase sem compromisso para ver o resultado final. Ao dar esse primeiro passo, muitos pacientes em potencial de rinoplastia se sentem confiantes em dar o salto para a realidade dos resultados definitivos”, explica o cirurgi�o.
Segundo o relat�rio, tratamentos minimamente invasivos ca�ram pela primeira vez em quatro anos. “Apesar dos desejos crescentes em interven��es no nariz, o mais importante � consultar um m�dico cirurgi�o pl�stico para buscar solu��es definitivas”, finaliza.