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Estado de Minas ANNA MARINA

Um bom vinho, tinto ou branco, torna vida mais suave, mais feliz

O Barca-Velha, considerado o melhor vinho portugu�s, s� � produzido quando a safra � tida como excepcional


30/10/2021 04:00 - atualizado 30/10/2021 07:58

Detalhe da garrafa do vinho português Barca-Velha
Pre�o da garrafa da safra mais recente do Barca-Velha gira em torno de R$ 3,9 mil (foto: REPRODU��O DE INTERNET)

Dias atr�s, vi na TV um �timo document�rio sobre a regi�o do Rio Douro, em Portugal, que me lembrou muito uma viagem que fiz, a convite da Tap, para conhecer os vinhedos onde s�o produzidos os vinhos servidos em seus voos. Foi uma viagem e tanto, que passou n�o s� pelos vinhedos como tamb�m pelos restaurantes do roteiro, como a Bairrada, com seu maravilhoso leit�o que quem j� provou uma vez na vida n�o esquece nunca mais. O programa apoiou-se no vinhedo da Casa Ferreirinha, onde � produzido o melhor vinho portugu�s, o Barca-Velha, e tamb�m o P�ra Manca.  A jornalista convidada a percorrer os vinhedos da regi�o provou com muita aprova��o o Mateus Ros�.

Quando fui pela primeira vez a Portugal, fiquei sabendo que l� esse vinho que era servido por aqui em todos os lugares n�o era muito respeitado em seu pa�s de origem. Pela reportagem da TV, sua import�ncia era bem legal – mas ele n�o � muito mais visto por aqui. E s� no fim do programa � que a jornalista pode provar um Barca-Velha, servido com toda a circunst�ncia que o vinho pede. Os elogios foram t�o grandes e t�o invej�veis que me deu a maior vontade de me fartar com um bom copo desse vinho delicioso. Do qual – rica sou! – possuo uma caixa fechada.

Isso acontece porque a outra que t�nhamos foi servida durante um jantar que meu marido quis que fosse o mais refinado de todos. Segui suas ordens, mesmo sabendo que a metade dos convidados n�o iria sequer sonhar com o que estavam bebendo. Isso porque ele – o dono da casa – era um refinado em mat�ria de vinhos, que bebia praticamente todos os dias. E que gostava tanto que de Portugal variava de Barca-Velha para P�ra Manca, o m�ximo dos m�ximos.

Fiquei com tanta vontade de tomar um Barca-Velha que segui a lei do bom senso: fui consultar o pre�o de uma garrafa e desisti da vontade na mesma hora – a garrafa da safra mais recente girava em torno de R$ 3.900. N�o tive coragem e, ao comentar esse desgosto, recebi uma reprimenda de minha irm�: “Se o vinho � seu, se tem uma caixa, e a vida � t�o curta, por que n�o beber o que quer?”. Coragem continua faltando, porque o pre�o atual de uma garrafa, em Portugal, gira em torno de 980 euros. Grana demais!

Para contar a quem n�o sabe muita coisa sobre os vinhos portugueses, apoiando-se apenas nos franceses, basta dizer que para quem entende do riscado, a marca portuguesa � t�o importante quanto os franceses Ch�teau Latife e o Roman�e-Conti, prefer�ncias dos apreciadores da bebida.

A compara��o pode soar exagerada se levarmos em conta os exorbitantes pre�os pelos quais os dois �ltimos costumam ser vendidos – o lusitano � um pouco mais abord�vel se considerarmos que podemos encontrar garrafas de safras especiais que chegam a R$ 7.499, dependendo da safra, a Casa Ferrerinha engarrafou poucas safras at� agora.

O n�mero escasso de edi��es se deve ao fato de que o Barca-Velha s� � produzido quando a safra � tida como excepcional. Quando fica a desejar, de acordo com os r�gidos padr�es da vin�cola, no lugar do Barca-Velha � elaborado o Reserva Especial Ferreirinha. 

A paternidade do Barca-Velha � atribu�da ao en�logo Fernando Nicolau de Almeida, que come�ou a dar expediente na propriedade em 1929. Mas foi na d�cada de 1940 que ele decidiu apostar em algo para o qual a regi�o, tradicionalmente associada aos vinhos do Porto, nunca dera bola: um grande r�tulo de mesa.

Reza a lenda que, no in�cio, as barricas de madeira nas quais o Barca-Velha repousava nos por�es da vin�cola eram resfriadas com gelo – a eletricidade n�o havia chegado � regi�o, quase na fronteira com a Espanha. 

E mais: o gelo seria transportado envolto em palha, no lombo de burros, pois as estradas, se � que podiam ser chamadas de estradas, eram extremamente prec�rias – a vers�o oficial fala em caminh�es no lugar dos animais.

� bom falar de vinhos agora, quando a cidade promove uma feira coletiva nos principais pontos de venda e supermercados. Vale pesquisar, procurar, porque um bom vinho, tinto ou branco, torna vida mais suave, mais feliz.

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