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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Celular, o inferno nosso de cada dia

Ningu�m merece! Aparelhinho serve para golpes bem-bolados, liga��es irritantes de empresas de telemarketing e envio de propaganda por WhatsApp de madrugada


28/01/2022 04:00 - atualizado 03/02/2022 11:04

Ilustração mostra casal encostado em celular gigante. Ele fala no aparelho que carrega, ela está teclando em seu smartphone

Voltei � consulta habitual com meu neurologista, que � um craque profissional e um craque cultural. Conversa pra l� e conversa pra c�, escutei dele o que nunca escutei de ningu�m. Ele n�o gosta de celular porque o aparelho est� acabando com uma das principais conquistas da humanidade: o contato f�sico, a conversa cara a cara – coisas que est�o desaparecendo do mapa.

N�o sei se j� contei aqui, se contei, vale repetir. A informa��o mais dolorosa que j� escutei, a respeito do celular, � a da m�e que mora com a filha num apartamento pequeno, mas como elas n�o se d�o muito bem, as conversas dom�sticas – entre os dois quartos – � atrav�s do celular.

J� contei aqui tamb�m que fui uma das primeiras pessoas desta cidade a comprar celular quando o aparelho foi lan�ado. Custava R$ 260 e joguei o meu fora quando meu marido morreu, faz oito anos esta semana. Recentemente, quando passei dois meses sem telefone fixo por causa do mau atendimento da Net, o que mais escutava era conselho para deixar de chatice e comprar um celular.

Fora isso, escuto diariamente conhecidos contando como as liga��es de telemarking t�m aumentado no celular. A maioria cancelou o telefone fixo porque 90% das chamadas que atendiam eram de empresas querendo vender algum produto. Ou, pior, empresas de cobran�a procurando por pessoas que nunca moraram no endere�o. N�o adianta nada explicar que aquela pessoa n�o � conhecida, n�o mora na casa e n�o trabalha no local, pedindo, educadamente, para retirarem o n�mero do sistema deles.

A solu��o foi desligar o n�mero fixo e ficar livre do inc�modo, pois as chamadas n�o se restringem ao hor�rio comercial, muito antes pelo contr�rio. S�o feitas � noite e nos fins de semana, principalmente depois do almo�o, hor�rio do merecido descanso de quem trabalha a semana inteira.

H� alguns anos, quando houve o boom de libera��o de bancos para fazerem empr�stimo consignado para aposentados, o INSS come�ou a vender ou simplesmente entregar de bandeja o cadastro dos aposentados para as institui��es financeiras.

Come�ou, ent�o, o novo calv�rio – que perdura at� hoje – de liga��es no celular, oferecendo o tal empr�stimo. Como muita gente j� pegou dinheiro emprestado, afinal os juros s�o bem mais baixos, agora tem outro tipo de liga��o. Empresas ligam dizendo que s�o de determinado banco e podem reduzir o valor dos juros do empr�stimo, abusivos. Quando marcam para a pessoa ir l�, n�o � em nenhuma ag�ncia, mas em empresa desconhecida. At� hoje n�o entendi como esse pessoal ganha dinheiro.

O perigo de golpe � enorme. H� alguns meses, amiga da coluna recebeu uma liga��o dessas. Al�m de reduzir os juros, a informante disse que ela teria de volta cerca de R$ 5 mil. Esperta, essa amiga procurou ter um encontro para ver toda a documenta��o. Foi a� que a atendente disse que a oferta era s� para aquele dia, ela teria de passar uns dados e receberia mensagem de SMS para confirmar.

Na mesma hora, nossa leitora falou com firmeza que n�o daria informa��o por telefone e nem confirmaria mensagem. A atendente insistiu, dizendo que perderia dinheiro, mas ela bateu o p� e disse que qualquer negocia��o financeira, s� presencialmente. Na mesma hora a liga��o foi interrompida.

Viram como eles enredam, seduzem e distraem para aplicar o golpe? Fique alerta.

Voltando �s liga��es de telemarketing, muitas delas – me dizem, pois n�o tenho celular – chamam incessantemente e quando s�o atendidas caem. Uma prima, que est� com a m�e idosa e precisa do celular ligado a noite toda, programou o telefone, pois come�ou a receber tanta mensagem de WhatsApp no meio da madrugada – todas de propaganda – que tinha o sono interrompido o tempo todo.

Sinceramente, podem me chamar de pr�-hist�rica, mas a cada vez que ou�o um relato desse tipo, dou gra�as a Deus de ter coragem para jogar meu celular fora, sem me render aos insistentes pedidos de amigos e da fam�lia. Tecnologia � muito bom, ajuda bastante, mas estou vendo que as pessoas est�o ficando ref�ns dela.

Outro dia, fiquei sabendo que meu amigo, o empres�rio Rodrigo Ferraz, passou 12 dias sem mexer no WhatsApp. Literalmente, desligou plugs para descansar. Alguns amigos disseram que deve ter sido mais dif�cil do que a caminhada que ele fez de BH a Congonhas, que levou 19 horas, para pagar uma promessa. E cumpriu numa boa. 

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