Minha av� materna, que tinha algumas caracter�sticas curiosas, acabou morrendo pobre, apesar de meu av� ser respons�vel pelo �nico cart�rio da regi�o. Entre as heran�as que ela recebeu, estavam o Solar da Baronesa, que atualmente pertence � cidade, e o Vaticano, que ela abandonou para os parentes, porque achava imenso, indo morar numa casa pequena, ao lado, que mandou construir e mal cabia a fam�lia.
O Vaticano acabou nas m�os dos parentes, que usaram a casa durante anos e anos e acabaram com o direito do usucapi�o, vendendo a casa e distribuindo a grana entre si.
Vaticano foi o nome familiar, dado pela fam�lia, ao Solar Teixeira da Costa, em cujas janelas ainda se encontram sinais dos tiros dados na �poca da Revolu��o Liberal, que tinha como cabe�a Te�filo Otoni. Em compensa��o, minha bisav� tinha outra filosofia de vida. Quando sentiu que estava para morrer, distribuiu algumas de suas joias para as netas e entregou ao padre para serem usadas nas santas das igrejas.
Principalmente na imagem de Santa Luzia. Anos depois, vi muitas dessas joias usadas por mulheres ricas da sociedade mineira, vendidas pelo padre que era seu guardi�o.
Principalmente na imagem de Santa Luzia. Anos depois, vi muitas dessas joias usadas por mulheres ricas da sociedade mineira, vendidas pelo padre que era seu guardi�o.
Quanto � heran�a de minha m�e, acabou sendo um brilhante que nos alimentou durante muito tempo. N�o me lembro de seu tamanho, mas rendeu uma boa grana tamb�m. Quanto �s minhas tias, n�o sei o que fizeram com o que herdaram. E a� me vem uma curiosidade: como saber o valor comercial de uma pedra preciosa?.
Quem responde � a Brasil Gemas, primeira vitrine virtual de gemas naturais do pa�s. A plataforma, uma iniciativa do Sindijoias Ajomig, tem como prop�sito aproximar os elos da cadeia produtiva do setor de gemas, joias, bijuterias e folheados e fomentar neg�cios entre eles, de forma simples e �gil.
Mas como saber o valor comercial de uma pedra? “Joias como colares, brincos e at� mesmo an�is de noivado s�o capazes de eternizar um momento, j� que s�o associadas � ideia de raridade e durabilidade. Entretanto, al�m desse valor peculiar e emocional que as pedras preciosas t�m, � poss�vel descobrir o valor comercial de uma pedra atrav�s de algumas observa��es”, explica Marcelo Bernardes, membro da C�mara de Gemas, engenheiro de minas e gem�logo formado pelo GIA/GG-Graduate Gemologist e propriet�rio da empresa de lapida��o e exportadora Mbernardes Gemas.
Pedras preciosas ou gemas, como tamb�m s�o conhecidas, n�o s�o encontradas com facilidade na natureza. A raridade dessas gemas faz delas objetos extremamente valiosos e desejados. � importante lembrar que grande parte dessas pedras s�o encontradas em estado bruto, ou seja, passam completamente despercebidas entre rochas e lugares muitas vezes inacess�veis. E � por causa disso que os principais crit�rios s�o usados pelos gem�logos para avaliarem o valor comercial de uma pedra preciosa:
• Cor: nesse quesito, quanto mais intensa for a cor, maior valor de mercado a pedra ter�. Vale ressaltar que, nesse caso, o diamante � uma exce��o: quanto mais incolor, mais valioso.
• Pureza: pequenas fragmenta��es ou part�culas, por exemplo, podem afetar o valor de compra. Quanto mais pura ou “limpa” a pedra estiver visualmente, maior ser� o seu valor de mercado. Em alguns casos, quando pequenas escoria��es ou inclus�es s� podem ser identificadas com o apoio de equipamentos espec�ficos, o crit�rio de pureza deixa de ser t�o relevante para a precifica��o. Em outras palavras, qualquer impureza vista a olho nu pesa mais.
• Lapida��o: mesmo que a pedra tenha uma cor intensa, ao ser lapidada ela pode ou n�o ser prejudicada. Basicamente, uma pedra mal lapidada n�o tem uma boa aceita��o no mercado. Por isso, durante a lapida��o, � preciso ter aten��o � forma, ao estilo de corte, �s propor��es e �ngulos das facetas, � simetria e ao acabamento, principalmente o polimento final.
• Tamanho: o tamanho da pedra, ou quantidade de quilates, � um dos fatores mais impactantes na avalia��o. Basicamente, um quilate refere-se a uma unidade de peso para diamantes e outras pedras preciosas.Um quilate = 200 miligramas (0,200 grama, o que equivale a dizer que 1 grama = 5 quilates).
“Uma observa��o interessante � que uma pedra de dois quilates tem um valor comercial maior do que duas pedras de um quilate cada, pois quanto maior uma gema, mais rara e mais cara ela se torna” explica Marcelo.
E quanto mais quilates tem um diamante, maior � seu valor em todo o mundo. Um solit�rio roubado de propriet�ria mineira conseguiu ser seguido atrav�s do mercado internacional at� ser recomprado em… Israel. O que s� foi poss�vel por causa de seu tamanho – e, � claro, raridade.