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Neuro-oncologista alerta para dor de cabe�a 'diferente'

Suspeita de tumores cerebrais n�o � levantada com dor de cabe�a comum, mas quando ela apresenta algo novo, como piora da intensidade ou aumento da frequ�ncia


11/04/2022 04:00

Homem com cabeça abaixada, aparentando dor de cabeça
Tumores cerebrais provocam dor de cabe�a, por isso � necess�rio estar atento para identificar sintomas novos (foto: Pixabay)

O Dia Mundial de Combate ao C�ncer, comemorado em 8 de abril, visa conscientizar a popula��o sobre formas de prevenir os diferentes tipos dessa doen�a. Sabemos, por exemplo, que o excesso de �lcool est� ligado ao c�ncer no f�gado, enquanto o cigarro est� relacionado ao c�ncer de pulm�o. Quando s�o feitas essas associa��es, criam-se mecanismos para fornecer mais informa��es �s pessoas, a fim de adequar seus h�bitos. No entanto, quando o assunto � c�ncer no c�rebro, estamos navegando no vazio.

“Os tumores cerebrais ainda s�o alvo de muitos estudos, principalmente em rela��o �s suas causas. Por isso, n�o existem medidas para preven��o. Tamb�m n�o existem sinais de alerta que permitam dizer ao m�dico, hoje, que o paciente tem um c�ncer cerebral. Ent�o, por exemplo, ainda n�o temos uma forma de rastreamento que compense aplicar a n�vel populacional para evitar essa doen�a”, explica Gabriel Novaes de Rezende Batistella, m�dico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (Snola).

“Apesar disso, o tumor gera sintomas a depender de onde ele nasce. Costumo dizer aos meus pacientes que um tumor de 0,5cm que nasce no lugar errado pode colocar um paciente na cadeira de rodas, mas um tumor de 10cm longe de �reas nobres pode nem sequer gerar sintomas se ele crescer bem lentamente. De qualquer forma, temos que levantar suspeitas de que algo errado est� acontecendo no nosso c�rebro quando temos dores de cabe�a diferentes do habitual, mais fortes e que respondem menos aos rem�dios, fraquezas de um s� lado do corpo, crises epil�pticas, redu��o da sensibilidade em alguma parte do corpo, boca torta ou rosto torto, entre outros”, acrescenta o m�dico.

Segundo ele, o paciente deve estar atento para identificar a dor de cabe�a diferente. “A suspeita de tumores cerebrais n�o � levantada com qualquer dor de cabe�a comum, apenas quando ela apresenta algum alarme, ou seja, � diferente. O surgimento de uma dor de cabe�a nova (para quem nunca sente esse tipo de dor), a mudan�a do tipo de dor de cabe�a, a piora da intensidade (quando ela fica mais forte com o passar do tempo e de dif�cil controle), aumento da frequ�ncia (quando a dor aparece mais vezes) ou quando a dor � fixa (toda vez ela aparece no mesmo lugar) s�o sinais que podem ajudar no diagn�stico”, afirma o neuro-oncologista.

Epilepsia com quadros de desmaio, fadiga, formigamento no corpo, amn�sia, confus�o mental ou outras crises convulsivas, principalmente quando o paciente apresenta a crise pela primeira vez, ou n�o tenha recebido o diagn�stico de epilepsia antes, tamb�m pode ser motivo de preocupa��o.

Outro sintoma comum � a perda de fun��es neurol�gicas, os chamados d�ficits focais. Segundo o Instituto Nacional do C�ncer (Inca), �rg�o ligado ao Minist�rio da Sa�de, o paciente pode apresentar perda de for�a ou do tato nos membros; de vis�o ou de audi��o; altera��es da fala ou da capacidade intelectual (compreens�o, racioc�nio, escrita, c�lculo, reconhecimento de pessoas); ou de comportamento (apatia, agita��o ou agressividade) em rela��o ao padr�o normal da pessoa. “O surgimento de uma ou mais dessas altera��es neurol�gicas deve ser sempre relatada ao m�dico para acelerar o diagn�stico”, explica o especialista.

Essa identifica��o do paciente � importante, uma vez que hoje n�o conseguimos identificar m�todos de rastreio efetivos para encontrar esses tumores no in�cio do seu crescimento, segundo Gabriel Novaes: “Nosso c�rebro n�o tem receptores para dor, e ele � protegido pela nossa calota craniana, muito diferente dos seios, que podem ser apalpados; dos pulm�es, que podem ser auscultados; e do nosso intestino, que pode ser visualizado facilmente. Pedir para que todos no mundo fa�am tomografia de cr�nio seria imprudente, e aumentaria terrivelmente as irradia��es em pessoas saud�veis, e nem precisamos comentar quanto � resson�ncia magn�tica, exame caro e de dif�cil acesso por muitos pacientes. Quando encontrarmos maneiras efetivas de frear esses tumores, talvez possamos sugerir formas de gerar uma preven��o a n�vel populacional e salvar muitas vidas, mas ainda � cedo”, conta.

No caso do tratamento, o neuro-oncologista diz que h� basicamente tr�s pilares principais: cirurgia, radioterapia e quimioterapia. “Em casos extremamente bem selecionados podemos tentar, em car�ter de exce��o, terapias-alvo ou imunoterapias, mas ainda n�o s�o estrat�gias provadas efetivas nos tumores cerebrais, apesar de estudos estarem extremamente avan�ados e muita esperan�a paira sobre os neuro-oncologistas em todo o mundo”, finaliza o m�dico.

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