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Estado de Minas COLUNA

Seu filho foi diagnosticado com autismo?

Quando se recebe o diagn�stico de TEA, n�o se culpe e n�o desanime. O futuro pode n�o ser como planejado, mas pode continuar maravilhoso


22/04/2022 04:00 - atualizado 22/04/2022 07:31

Ilustração coluna da anna marina
Estima-se que 1 a cada 59 crian�as tenham autismo, o que representa cerca de 2% das crian�as e adolescentes no mundo (foto: Ilustra��o/EM/D.A Press)

N�o � raro que comparemos nossa inf�ncia com a das crian�as de hoje. N�o imagino o que elas podem levar de lembran�as se o companheiro constante e insubstitu�vel � o celular, com seus jogos e raras distra��es.

Sem acompanhamento, sem amigos para compartilhar as emo��es, lembran�as para guardar e lembrar. Tenho na fam�lia esse tipo de meninada e n�o consigo entender como as coisas mudaram, os interesses s�o outros, celular dispensa companhia. Mas a juventude tem seus problemas e um deles, mais importante, � o autismo. Sobre isso, a coluna divulga considera��es de uma profissional da �rea, Liya Regina Mikami:

“Em 2 de abril, comemora-se o Dia Mundial da Conscientiza��o do Autismo. Esta data foi criada em 2007 pela Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) para conscientizar a popula��o sobre esta condi��o, que afeta milh�es de pessoas em todo o mundo. Estima-se que uma a cada 59 crian�as tenha autismo, o que representa cerca de 2% das crian�as e adolescentes no mundo.

Uma d�vida muito frequente entre os pais e familiares �: como saber se meu filho tem autismo?. Eu, como m�e de autista, mesmo sendo geneticista e trabalhar com autismo h� mais de 10 anos, passei pela mesma d�vida inicial que todos tiveram: ser� que � autismo?. Com 2 anos, meu filho ainda n�o falava. Procurei v�rios m�dicos que me informaram ser normal e que deveria esperar at� os 3 anos.

Por�m, por conhecer os sintomas da doen�a, que envolvem principalmente dificuldade na intera��o social, falha na comunica��o, movimentos estereotipados e rigidez na mudan�a de rotina, uma luz vermelha se acendeu para mim, mesmo verificando apenas falha na comunica��o e uma estereotipia (flapping com as m�os) – e pensei, � autismo. Para ser autista, a crian�a n�o precisa apresentar todas essas caracter�sticas e � claro que tamb�m o fato de ter uma caracter�stica n�o o enquadra como autista, podendo acontecer ainda que alguma caracter�stica esteja mascarada.

Por isso, ao menor sinal de alerta – crian�a n�o olha nos olhos, n�o fala, n�o gosta de contato f�sico, n�o interage com outras crian�as, tem movimentos repetitivos como balan�ar as m�os, balan�ar o tronco, bater a cabe�a quando contrariada, muito apegado a rotinas e n�o ter um “brincar” muito funcional – � importante que um neuropediatra seja procurado para que seja iniciada a investiga��o cl�nica.

Quando recebemos o diagn�stico de TEA, passamos por uma fase de luto, � normal, n�o se sintam culpados: eu tive, meu marido teve, muitos de voc�s com certeza tamb�m vivenciaram isso. O luto � por todos os planos que foram feitos para o futuro do nosso filho, futuro esse que neste momento nos parece t�o incerto e nos sentimos t�o isolados e desamparados.

Se est� passando por essa fase, n�o se culpe e n�o desanime, vai passar e voc� vai ver que o futuro pode n�o ser como voc�s planejaram, mas que pode continuar sendo maravilhoso; de uma forma diferente, seu filho continua ali, e voc� v� o qu�o especial ele e voc�s s�o, qu�o adapt�vel a mudan�as a gente � e como as conquistas di�rias passam a ser muito mais valorizadas.

Por isso, n�o desanime. Viva o seu luto, mas siga em frente. Temos que correr atr�s do futuro do nosso filho, tentar propiciar o tratamento recomendado pelo m�dico e fazer nossa parte neste tratamento tamb�m! O papel da fam�lia � fundamental para que seu filho tenha uma melhor qualidade de vida e independ�ncia no futuro.

Estimular seu filho em casa em momentos de lazer, dar independ�ncia, interagir com os terapeutas, unir a escola �s terapias, faz toda a diferen�a. Acreditem, por experi�ncia pr�pria, eu digo que d� certo.

Compartilhar seu luto, suas d�vidas e sua ang�stia com outras m�es e grupos de apoio � superv�lido. No entanto, jamais compare o tratamento do seu filho com o de outra crian�a e, ainda mais importante, n�o compare a evolu��o dele com outras crian�as, mesmo que tenham o mesmo diagn�stico, pois o TEA tem uma ampla varia��o na manifesta��o de caracter�sticas. O tratamento de cada crian�a � personalizado, indicado pelo neuropediatra e seguindo um plano terap�utico espec�fico para ele.

E, por fim, mais importante do que a conscientiza��o da sociedade sobre o autismo � a conscientiza��o dos pais e familiares dos autistas sobre o qu�o especiais eles s�o e de tudo que eles podem fazer e se desenvolver. Por isso, n�o desista nunca!”

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