Cad� a diversidade e inclus�o nos conselhos administrativos no Brasil?

Como s�o compostos os conselhos administrativos no Brasil? N�o precisa fazer muito esfor�a para perceber que os conselhos s�o majoritariamente compostos por homens, brancos, hetero e cis. A� fica a pergunta: cad� a diversidade e diversidade nos conselhos administrativos no Brasil? 

 

Para come�ar essa conversa � importante entender a import�ncia de um conselho administrativo. De forma resumida: ele � respons�vel por definir e aprovar planos estrat�gicos de neg�cios.

 

Tamb�m � respons�vel em eleger a diretoria e fiscaliza��o da gest�o e contas da empresa. Tamb�m � respons�vel pela aprova��o de quaisquer neg�cios ou opera��es que tenham impacto no futuro da empresa. Outra fun��o � gerar transpar�ncia e credibilidade. Ele tamb�m � o pilar da boa governan�a corporativa, zela pelas boas pr�ticas e visa maximizar o retorno sobre o investimento. O conselho administrativo tamb�m � o elo entre acionistas, s�cios e empresas. 

 

Perceberam a import�ncia que o conselho administrativo tem? S�o pessoas que t�m um poder de decis�o muito grande e a� eu pergunto de novo: por que as pessoas que fazem parte de grupos minorizados ainda n�o ocupam espa�os de comando? Por que n�o existe representatividade real? 

S� para voc� ter uma ideia, segundo o Instituto Ethos, apenas 4,2% dos conselhos administrativos das empresas s�o formados por mulheres negras.

Para tentar reverter essa e outras disparidades que s�o frutos do racismo estrutural, machismo, capatismo, etarismo, entre outros preconceitos e discrimina��es, em agosto de 2021, a Comiss�o de Valores Mobili�rios dos Estados Unidos (CVM) aprovou uma proposta da Nasdaq para que as empresas listadas tenham diversidade nos conselhos de administra��o, com pelo menos dois membros de grupos minorizados. 

 

A nova  regra j� passa a valer para as mais de 3 mil empresas listadas na Nasdaq. Al�m disso, elas s�o obrigadas a trazer ao p�blico os dados sobre diversidade em seu conselho um ano ap�s a aprova��o da regra. As empresas que n�o se adequarem ou n�o justificarem o porqu� n�o o fazem podem ter suas a��es retiradas da bolsa de valores. 

 

Al�m disto: “entre agosto e setembro (2022), a Bolsa do Brasil (B3), colocou em audi�ncia p�blica proposta de novas regras, no modelo “pratique ou explique”, para aumentar a diversidade de g�nero e a participa��o de grupos sub-representados na alta lideran�a das companhias listadas, com o objetivo de colher percep��es do mercado e de entidades engajadas na tem�tica ESG. O documento, chamado de Anexo ASG, est� em fase de aprova��es e a perspectiva � que a vers�o final seja publicada no primeiro semestre de 2023.

 

De acordo com a proposta de norma, a previs�o � que as empresas brasileiras de capital aberto tenham ao menos uma mulher e um integrante de comunidade sub-representada (pessoas pretas ou pardas, integrantes da comunidade LGBTQIA+ ou pessoas com defici�ncia, na proposta original) em seu conselho de administra��o ou diretoria estatut�ria.”  

 

Ainda de acordo com a B3: “as companhias que j� estiverem listadas na bolsa, na data de in�cio da vig�ncia das novas regras, ter�o at� 2025 para comprovar a elei��o do primeiro membro diverso – ou apresentar justificativas para o n�o cumprimento da medida – e 2026 para o segundo membro. As informa��es dever�o ser prestadas no Formul�rio de Refer�ncia, um documento p�blico divulgado pelas companhias anualmente.”

Al�m disso, � importante que outras empresas, institui��es e tamb�m o poder p�blico invistam na forma��o e qualifica��o de profissionais que fazem parte de grupos minorizados. Preparando esses profissionais para ocuparem cargos em conselhos administrativos, por meio de programas e projetos. 

Ou seja, s�o necess�rias a��es concretas para solucionar esse gap gigantesco.

Deixo aqui outros projetos e programas que j� tem como foco promover a diversidade e inclus�o nesses espa�os de poder corporativo: