Bolsonaro faz homenagem a mulheres, mas � rejeitado em pesquisa

Em ano eleitoral o dinheiro aparece rapidinho, n�o � mesmo senhor presidente da Rep�blica, Jair Messias Bolsonaro (PL)? E � �bvio que em baixa entre o eleitorado feminino, ele usou o dia internacional da mulher para fazer acenos, inclusive com a cria��o de projetos que ele mesmo havia vetado, como o que cria a distribui��o de absorventes para mulheres pobres.

Melhor explicar o motivo. A �ltima pesquisa Datafolha, publicada em dezembro, mostrou que nada menos do que 61% das mulheres entrevistadas que disseram que n�o votam em Bolsonaro em hip�tese nenhuma. Os n�meros n�o mentem: 55% consideram seu governo ruim ou p�ssimo. � �poca, Bolsonaro chegou a ironizar os resultados. “Na pesquisa, as mulheres n�o votam em mim, votam na esquerda”.

O que interessa de fato � que, ontem, Bolsonaro usou o Dia Internacional da Mulher, para fazer uma comemora��o. Com direitos a muitos acenos, inclusive com a cria��o de projetos que ele mesmo havia vetado, como distribui��o de absorventes para mulheres pobres.

E claro que n�o poderia deixar de ter a presen�a da primeira-dama, que subiu no palanque: Em um Pal�cio do Planalto forrado em cor-de-rosa, a cerim�nia deu espa�o para as mulheres do governo falarem – com destaque para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, vista no grupo de campanha como trunfo para suavizar a imagem do presidente com as mulheres.

Tarefa dif�cil para a esposa do presidente. Os n�meros n�o mentem. Nem precisa se dar o trabalho para conferir nas pesquisas. E a atual propaganda n�o colou. � s� esperar uma nova rodada das pesquisas para ver direitinho.

Uma sess�o solene do Congresso Nacional celebrou, ontem, o Dia Internacional da Mulher. Senadoras, deputadas federais e convidadas defenderam o protagonismo feminino na pol�tica, denunciaram a viol�ncia sexual no Brasil e criticaram as declara��es machistas do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP) contra mulheres ucranianas.

A sess�o solene foi sugerida pelas senadoras Eliziane Gama (Cidadania-MA), l�der da bancada feminina no Senado; Leila Barros (Cidadania-DF), procuradora especial da Mulher na Casa; e Simone Tebet (MDB-MS).

No discurso de abertura, Eliziane Gama lamentou a invas�o da Ucr�nia pela R�ssia e condenou as declara��es de Arthur do Val que nem � necess�rio ressaltar. Da boca dele s� sai bobagem.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), que foi a primeira l�der da bancada feminina na Casa, leu a carta escrita pelo jornalista Jamil Chade e a condi��o feminina na guerra e na paz. Visivelmente emocionada, a parlamentar destacou o seguinte trecho: “Ao longo da hist�ria, a viol�ncia sexual � uma das armas de guerra mais recorrente para desmoralizar uma sociedade. � nossa obriga��o desmontar o processo de profunda desumaniza��o de uma guerra e da mis�ria. Cada um com suas armas”.

A deputada Tereza Nelma (PSD-AL), procuradora da Mulher na C�mara, defendeu que, nas elei��es deste ano, mulheres votem em candidatas. Ela ressaltou que os n�veis de desigualdade entre homens e mulheres ainda s�o alarmantes em nosso pa�s e nos levam a diferentes estat�sticas de viol�ncia contra a mulher, precariza��o do trabalho feminino. Da� a sub-representa��o das mulheres na pol�tica. J� a deputada Celina Le�o (PP-DF), coordenadora da bancada feminina, criticou o “machismo estruturante dentro dos parlamentos”.

O presidente da Rep�blica, Jair Messias Bolsonaro (PL), reuniu, ontem � tarde, mais de duas dezenas de pastores evang�licos, al�m de deputados, senadores e ministros do governo em um ato pol�tico na resid�ncia oficial do Pal�cio da Alvorada. No encontro 24 pastores discursaram ao microfone. E, �bvio, fizeram elogios a Bolsonaro e ao governo e manifestaram apoio ao presidente. Para o pastor Estevam Hernandes, � necess�rio evitar um espinheiro no governo. “N�o vamos permitir que o espinheiro governe o Brasil. Esse � o nosso desafio”, disse, sem especificar a quem se referia.

O Conselho Nacional de Justi�a (CNJ) inaugurou, ontem, a Ouvidoria Nacional da Mulher. A medida colocar� � disposi��o do cidad�o um espa�o para recebimento de den�ncias e reclama��es sobre a tramita��o de processos judiciais que tratam de viol�ncia contra a mulher. O contato com a ouvidoria pode ser feito de forma presencial, na sede do CNJ, em Bras�lia, ou por meio de formul�rio eletr�nico. Devido �s restri��es provocadas pela pandemia da COVID-19, o atendimento ser� realizado pelo site do pr�prio conselho.

O presidente Jair Messias Bolsonaro sancionou, ontem, o projeto de lei relatado pelo senador Alexandre Silveira (foto) (PSD-MG), substituto de Antonio Anastasia, que foi para o TCU. O projeto permite aos servidores p�blicos da sa�de e da seguran�a p�blica contarem com o per�odo de maio de 2020 a dezembro de 2021 para direitos ao tempo de servi�o. O Minist�rio da Economia havia recomendado o veto da proposta, mas a insist�ncia e os argumentos levados por Alexandre Silveira ao presidente garantiram a transforma��o da proposta em Lei. Tudo passa por Minas, n�?