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Estado de Minas padecendo

A pandemia do fim do mundo

Os anos passavam e n�o nascia ningu�m. A economia mundial entrou em colapso. N�o havia m�o de obra jovem para sustentar os idosos


22/08/2021 04:00 - atualizado 20/08/2021 10:08

(foto: Depositphotos)
(foto: Depositphotos)


N�o se sabe ao certo em que lugar do planeta tudo come�ou. Jovens feministas de todo o mundo entraram em greve reprodutiva. Recusaram-se a  assumir sozinhas todo o peso e custo da maternidade.

Recusaram-se a ter filhos at� que a sociedade se organizasse para dividir a carga. As taxas de natalidade despencaram nos pa�ses desenvolvidos. Naqueles pa�ses, as mulheres tinham recursos e podiam escolher.

Em pa�ses mais pobres, a popula��o permaneceu crescendo at� que, misteriosamente, todas as mulheres foram ficando inf�rteis. At� que, um dia, n�o existia mais uma gestante no planeta. Cientistas buscavam descobrir a causa. Tentavam fertiliza��o. Nada. As mulheres se tornaram incapazes de manter os fetos em seus �teros.

Os anos passavam e n�o nascia ningu�m. A economia mundial entrou em colapso. N�o havia m�o de obra jovem para sustentar os idosos. De nada adiantava ser um bilion�rio, poder viajar para Marte, colonizar outros planetas. Tentaram gerar beb�s fora do �tero, tentativas v�s. Era uma pandemia de infertilidade.
 
Muitas mulheres queriam ser m�es, mas nem toda a vontade do mundo era capaz de faz�-las gerar beb�s. Os homens se revoltaram. A responsabilidade era feminina. Eles n�o tinham culpa. Se mulher n�o podia ter filho, n�o servia para mais nada.

No Afeganist�o, o Talib� culpou as mulheres, violentadas, torturadas, mortas por n�o conseguirem ter filhos. Sequestravam mulheres de pa�ses vizinhos, mas nenhuma delas era capaz de gerar. Consideraram-nas in�teis e as eliminaram. Foi o primeiro pa�s a extinguir toda a popula��o feminina. Exterminada e culpabilizada pela infertilidade. Restaram os homens, que, em ataques de f�ria, matavam-se uns aos outros.

Depois do Afeganist�o, veio a extin��o das mulheres da Rep�blica Centro-Africana, da Costa do Marfim, I�men, Nig�ria, Brasil, �ndia, Rep�blica Democr�tica do Congo, S�ria...

A popula��o mundial foi sendo drasticamente reduzida pelo feminic�dio, pela fome, pelas guerras. Os cientistas foram considerados inimigos da humanidade diante da impot�ncia em conseguir fazer com que as mulheres voltassem a ter filhos. Diziam que as vacinas eram respons�veis pela grande praga da infertilidade. Em nome de Deus, torturavam e matavam.

O fim estava pr�ximo. O que sobrou estava se autodestruindo.

O que eles n�o sabiam � que em alguns lugares mais isolados do planeta, mulheres se refugiavam e buscavam a cura. Junto delas havia muitos homens. Homens que haviam sido encarregados de mat�-las, que fingiam cumprir a miss�o, e as levavam para lugares seguros. Homens que entenderam a necessidade de apoiar a causa feminista. Ou seja, na luta pela igualdade de g�neros e pela participa��o da mulher na sociedade.

Nessas aldeias, todas as pessoas eram tratadas com equidade. N�o havia espa�o para nenhum tipo de discrimina��o. Nas aldeias, as pessoas tinham os mesmos direitos e as mesmas responsabilidades. Todos eram respons�veis pelo grupo. As aldeias tinham um sistema de comunica��o muito desenvolvido, elas se comunicavam entre si, independentemente da localiza��o de cada uma.

Foi numa dessas aldeias que, depois de muitos anos, nasceu o primeiro beb�. Gerado por uma av�, cuja filha havia sido exterminada, mas deixara �vulos congelados. Aos poucos, as mulheres em idade f�rtil come�aram a engravidar e crian�as passaram a nascer com sa�de.

Depois de todos aqueles anos de infertilidade, algumas coisas haviam mudado no sistema reprodutivo feminino. S� era poss�vel engravidar se atingissem o orgasmo na rela��o sexual.

E assim o planeta foi repovoado. Com divis�o de tarefas, com divis�o da responsabilidade pela cria��o dos filhos entre os pais e toda a sociedade. E com muito amor e sexo.


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