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Estado de Minas PADECENDO

O passado a gente n�o muda, mas � preciso revisit�-lo

A cada nova visita, com um pouco mais de bagagem, vemos nossas viv�ncias com nova mudan�a de perspectiva


06/03/2022 04:00 - atualizado 06/03/2022 12:11

Ilustração
Mudamos nossas mem�rias, fazendo as pazes com alguns acontecimentos (foto: Depositphotos)

 
“Ele pode porque ele � homem.” Quantas vezes ouviu aquela frase como resposta? Quantas vezes morreu de raiva de ser mulher por causa disso? Odiava quando algu�m dizia que ela n�o podia fazer algo porque era mu- lher. Como se ser mulher fosse algo incapacitante.
 
Bastava nascer com um p�nis para ter muitas portas abertas. Desde a inf�ncia ela via como as m�es eram mais permissivas com os meninos e cobravam mais das meninas. Ela dizia que, se houvesse outra encarna��o, queria vir homem. Mas ela era mulher e sentia necessidade de provar seu poder.

Foram d�cadas tentando provar para si mesma o seu valor. At� aquele dia. At� ouvir aquela frase mais uma vez: “Voc� sabe, eu sempre preferi os homens”.
 
Sim, ela j� sabia. Sua m�e nunca escondeu que sempre preferiu os homens. Sempre os achou mais capazes, mais competentes, mais tudo. Naquele momento ela entendeu que havia passado a vida tentando provar que as mulheres eram t�o ou mais capazes, eficientes, competentes... Queria provar para o mundo? N�o. Era a m�e dela que ela queria convencer.
 
Entendeu que havia falhado nas tentativas. N�o teve compet�ncia. Riu porque entendeu de onde vinha aquela sua rebeldia. Seu foco em ajudar mulheres. O tempo que levou para entender seu pr�prio valor. Finalmente, aquilo tudo fazia sentido. Se divertiu com a descoberta. Se libertou daquele looping infinito: “Eu sempre preferi os homens”.
 
Aceitou que sua m�e havia feito o que deu conta, replicando o que havia aprendido. Afinal, aquele conceito de homem valer mais vinha sendo passado de gera��o em gera��o. Um ciclo que ela estava conseguindo romper. Ela era mulher, mas a m�e foi muito presente, confiou que ela era capaz, elas criaram v�nculos. Isso era o importante.
 
Aquela autoan�lise foi esclarecedora. A m�e era a m�e, com suas pr�prias viv�ncias. E estava tudo bem. Ela era ela e n�o precisava mais provar nada para ningu�m.
 
O passado a gente n�o muda, mas � preciso revisit�-lo, analis�-lo. A cada nova visita, com um pouco mais de bagagem, vemos nossas viv�ncias com nova mudan�a de perspectiva. Mudamos nossas mem�rias, fazendo as pazes com alguns acontecimentos. No inconsciente n�o existe tempo, n�o h� passado, � tudo agora. Tudo o que ela viveu se refletia no presente.
 
Ele pode porque � homem, ela pode porque � mulher. Eles podem porque s�o capazes.

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