H� poucos dias propus ao nosso tradicional e altamente ativo grupo de discuss�es da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) a cria��o de um novo subgrupo de WhatsApp. O motivo era a mistura de piadas com o �ltimo trabalho publicado pela conceituada revista Nature.
O problema � que estava ficando dif�cil ler a Nature, ou qualquer outra publica��o cient�fica, por mais in�dito e apelativo que fosse o t�tulo.
O humor corrompe e deteriora o mais herm�tico dos grupos de WhatsApp.
Assim, foi criado um grupo s� para piadas, poesias e curiosidades. O outro grupo simplesmente continuou. N�o temos estat�stica de qual dos dois tem sido mais frequentado, mas n�o temos d�vida de qual � mais divertido!
Quem pensa que cientista n�o se cansa est� enganado. Sem divers�o, n�o h� cria��o. Cara fechada n�o cria nada al�m de azia, m� digest�o e placa nas coron�rias. A ci�ncia exige alegria e bom humor. Caso contr�rio, se torna cansativa e burocr�tica como qualquer outra atividade que sonha com o” happy hour”.
Neste grupo alternativo, p�rolas do humor v�o surgindo aos montes a cada minuto. Uma necessidade quase que fisiol�gica: Rir para n�o chorar.
Entre as p�rolas do humor, a origem:
- E no sil�ncio da noite, me pego pensando... pensando...
... custava ter fervido o morcego?!
Certamente, uma pergunta-chave que evitaria esta cat�strofe mundial. Uma li��o clara de prud�ncia sanit�ria. Antes de comer qualquer coisa, pense muito bem se esse ato n�o virar� o planeta de pernas para o ar. Se n�o pensar, pelo menos ferva!
Outra p�rola: Conversei hoje com um amigo engenheiro graduado pelo ITA, mestrado em Stanford, doutorado em Harvard, p�s-doutorado no MIT, e perguntei o que ele estava fazendo na quarentena e ele me respondeu: “Estou fazendo um trabalho sobre Tratamento Hidrot�rmico de Cer�mica, Vidro e Metais num ambiente de Tens�o”.
Fiquei muito impressionado e pedi mais detalhes para entender. Ent�o, ele me explicou que estava lavando lou�a com �gua quente, sob a supervis�o da esposa.
Reflexos do isolamento social em casal. Tem gente que depois da lua de mel, jamais tinha passado tanto tempo com a mesma esposa. Precisou de um v�rus para consumar o casamento.
Entretanto, o juramento estabelecia parceria na sa�de e na doen�a, nada foi dito sobre quarentena. Trata-se de s�ria quest�o jur�dica sobre a qual advogados perder�o o pr�ximo s�culo discutindo.
Os criadores de tratamento s�o impag�veis: se juntarmos os anticorpos do Silvio Santos, Roberto Carlos, Mick Jagger e da Rainha Elisabeth, a vacina est� pronta.
Fiquei muito impressionado e pedi mais detalhes para entender. Ent�o, ele me explicou que estava lavando lou�a com �gua quente, sob a supervis�o da esposa.
Reflexos do isolamento social em casal. Tem gente que depois da lua de mel, jamais tinha passado tanto tempo com a mesma esposa. Precisou de um v�rus para consumar o casamento.
Entretanto, o juramento estabelecia parceria na sa�de e na doen�a, nada foi dito sobre quarentena. Trata-se de s�ria quest�o jur�dica sobre a qual advogados perder�o o pr�ximo s�culo discutindo.
Os criadores de tratamento s�o impag�veis: se juntarmos os anticorpos do Silvio Santos, Roberto Carlos, Mick Jagger e da Rainha Elisabeth, a vacina est� pronta.
Ali�s, a Rainha Elisabeth tem sido a personagem-chave para justificar a devolu��o dos testes sorol�gicos pela Inglaterra � China.
Segundo as Fake News mais confi�veis, o teste para corona feito na rainha deu que ela estava gr�vida. Um esc�ndalo no reino! Sutileza para se pensar duas vezes antes de submeter a popula��o a testes feitos �s pressas por empresas de fundo de quintal e executados por balconistas de farm�cia, sem qualquer controle de qualidade e seguran�a.
Segundo as Fake News mais confi�veis, o teste para corona feito na rainha deu que ela estava gr�vida. Um esc�ndalo no reino! Sutileza para se pensar duas vezes antes de submeter a popula��o a testes feitos �s pressas por empresas de fundo de quintal e executados por balconistas de farm�cia, sem qualquer controle de qualidade e seguran�a.
Uma estrat�gia cl�nica cada vez mais confirmada por estudos cient�ficos para diagn�stico da COVID-19, foi valorizada e adotada pela prefeitura de Camet�: coloque no centro da mesa um cupua�u aberto, ou uma manta de pirarucu seco, se n�o sentir o cheiro, corre para a UPA que t� pegando.
Criatividade e sabedoria popular que valoriza talvez uma das mais marcantes e sutis caracter�sticas cl�nicas desta doen�a: a perda do olfato e do paladar. Ali�s, tenho usado um slide que copiei do meu colega Una� Tupinambas, extra�do da obra prima de Guimar�es Rosa. Trata-se de uma fala do personagem Riobaldo: N�o sei de nada, mas desconfio de muita coisa...
Diante de tantas incertezas, Riobaldo nunca esteve t�o certo. Desconfio tamb�m que fizemos uma das descobertas mais importantes da hist�ria da humanidade: a morte n�o tem cheiro e nem gosto, � insossa...
Preocupado com os feriados perdidos, h� quem pergunte: Algu�m sabe informar se ir�o repor esses feriados que estamos perdendo!?!
No meio de todas estas doses profil�ticas de humor, surgem cita��es s�bias, como esta, atribu�da a Ralph A. Emerson: Uma redefini��o de Sucesso - Rir muito e com frequ�ncia; ganhar o respeito de pessoas inteligentes e o afeto das crian�as; merecer a considera��o de cr�ticos honestos e suportar a trai��o de falsos amigos; apreciar a beleza, encontrar o melhor nos outros; deixar o mundo um pouco melhor, seja por uma saud�vel crian�a, um canteiro de jardim ou uma redimida condi��o social; saber que pelo menos uma vida respirou melhor porque voc� viveu. Isto � ter sucesso.
E assim, o humor criativo do mundo, particularmente do brasileiro, vai driblando a epidemia e as incertezas.
Rir da pr�pria desgra�a torna a realidade mais leve e palat�vel. O humor � a vacina contra a depress�o e o sofrimento in�til. O universo morre de rir da nossa tristeza. Portanto, vamos continuar vivendo de rir.
Ant�doto poderoso contra o sofrimento e a nega��o da nossa temporalidade. Somos o que somos: humor, humores, rumores e p�.
Continuemos em busca da criatividade e da felicidade poss�vel nos momentos mais tensos e dram�ticos da nossa profiss�o e curta exist�ncia. O humor � o amor epid�mico que surge no caos nosso de cada dia. Vida na ess�ncia...