Pronto! Encontrei o bicho.
N�o foi f�cil adentrar o ser. Olhei o receptor ACE2 e, sinceramente, hesitei. Para evit�-lo, me isolaria na Sib�ria, usaria m�scara, ficaria a 2 metros do ser de 2 pernas e quadr�pede nas condutas.
Afinal, n�o mere�o destino t�o cruel... Mesmo tendo apenas 1 fita de RNA, mere�o considera��o!
N�o tenho neur�nios, mas tenho ju�zo e respeito por aqueles da minha esp�cie, aos quais pe�o perd�o pelo equ�voco.
Se evolu�mos na China, aqui retrocedemos.
Do morcego ao homem, passando pelo Pangolin foram s�culos de evolu��o. Bastou um lapso e migrei retro-especificamente.
Todos erram, mas eu me descuidei exageradamente em Araguari. Passei de m�o em m�o, por narizes descobertos, bocas cuspideiras e de repente, pqp l� estava eu na narina do dito-cujo. Aprendi esta bela express�o com ele!
Enquanto membro da nobre fam�lia dos Beta-Coronavirus, claro, tive mais sucesso nas cidades que come�am com B:- Beraba, Berlandia e Bi�, tinha que ser l�! Errei de analfabeto! Coisa de quem chegou a pouco de fora e ainda n�o domina o idioma.
Pe�o perd�o ao povo dessa cidade, por ter sido capturado antes de visit�-los. Afinal, causaria menos danos que o predador de Coronas.
Meu destino de sucesso, e de toda minha fam�lia, foi cruelmente desmoralizado frente ao poder da Cloroquina.
Implorei de joelhos: - Cloroquina n�o! Cloroquina n�o! Cloroquina n�o!
Mas, com crueldade e arma em punho ele deglutiu a bomba at�mica viral em frente a c�meras de TV.
Em poucas horas, com apenas uma �nica dose, cambaleei e ca� desmoralizado frente a arma letal presidencial. Nunca vi porrada t�o forte!
Cloroquina maldita!
Descrevi at� aqui, o destino cruel de um pobre v�rus que penetrou o ser errado. Desvirtuou-se da sua esp�cie e, por mero descuido alfab�tico, em Araguari, degenerou-se e caiu em desgra�a.
Mas, o que tem o ser infectado de t�o especial, al�m da Cloroquina na algibeira?!
Arrog�ncia, insensibilidade, negacionismo e covardia para com os mais vulner�veis do pa�s que o elegeu.
Com desrespeito pelos mais velhos, descaso pela educa��o e pela natureza esplendorosa de suas florestas, o incr�dulo segue em sua trajet�ria beligerante e incendi�ria.
O pa�s sangra e ele ri. Seus cidad�os s�o enterrados de forma grotesca em valas comuns e ele debocha. O luto lhe parece estranho...como chama aten��o Jo�o Moreira Sales, editor e fundador da Piau� em seu artigo Tempos de Peste- A Morte e a Morte.
Sales chama aten��o para algo peculiar na personalidade do Presidente:
“A princ�pio, pode causar espanto a indiferen�a de Bolsonaro pelos mortos da pandemia, por brasileiros que, em boa parte, morreram em decorr�ncia da forma catastr�fica com que ele escolheu enfrentar a crise. Fez v�timas, portanto. A frieza se torna mais compreens�vel quando se observa o que lhe acelera o cora��o. Bolsonaro n�o se comove com a natureza, a arte lhe � estranha, a religi�o n�o passa de um adere�o pol�tico, a ci�ncia o ofende. At� o luxo parece deix�-lo indiferente. A viol�ncia, n�o. � quando fala nela que parece mais vivo e potente”.
A ci�ncia fala, por aqui... ele diz, por ali! Induzindo seu povo ao caminho enganoso e catastr�fico.
Desesperado para ter o protagonismo do controle da epidemia, financia e propagandeia tratamentos Fakes, sem consist�ncia cient�fica. Mas, em fakes ele � catedr�tico...
Ao politizar um problema clinico-epidemiol�gico de ineditismo secular, sob o qual debru�am as mentes mais brilhantes do planeta, ele militariza um minist�rio para que sigam o comando de algu�m que jamais comandou coisa alguma. Provavelmente, em breve, ressuscitar� Lysenko para assumir a pasta sem ministro.
Prepotente e obtuso, zomba do conhecimento que n�o lhe penetra, assim como, da consci�ncia e princ�pios �ticos cujo cargo que ocupa, exige.
Por�m, todo v�rus tem o destino que merece.
Coitado deste Corona.
Leia aqui: Estudo randomizado de hidroxicloroquina como profilaxia p�s-exposi��o para Covid-19