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Estado de Minas QUASE MEIO MILH�O DE MORTES

Pandemia de COVID-19: Agora falando s�rio

No Brasil, pol�ticas p�blicas negacionistas desde o in�cio da pandemia tentam agora, no meio da marcha f�nebre, recuperar o tempo perdido


15/05/2021 06:00 - atualizado 15/05/2021 10:20

(foto: Gerd Altmann/Pixabay)
(foto: Gerd Altmann/Pixabay)

Hoje vou jogar com o Chico de meio de campo, como nos velhos tempos. Mais atual do que nunca, "Agora falando s�rio" � uma pe�a antol�gica deste genial compositor, com o qual tive o prazer de disputar algumas bolas divididas. "Preferia n�o falar nada que distra�sse. Eu queria n�o mentir, n�o queria enganar, driblar, iludir."

Ap�s quase meio milh�o de mortos e os absurdos exibidos ao vivo pela CPI da COVID, n�o h� como n�o falar s�rio.

Onde iremos parar com essa pandemia no Brasil?!

"E voc� que est� me ouvindo. Quer saber o que est� havendo com as flores do meu quintal."

N�o haver�o flores para tantas sepulturas nos pr�ximos meses e anos.

Idas e vindas epid�micas com estresse intenso para o sistema de sa�de, continuar�o por um per�odo ainda imprevis�vel.

Ondas epid�micas at� 2024 foram projetadas por pesquisadores da Harvard Medical School, como publicado pela revista Science, ainda no princ�pio de 2020.

Nessa publica��o, os autores projetam uma trajet�ria complexa da epidemia. As pol�ticas p�blicas, o comportamento da popula��o, o surgimento de tratamentos eficazes e preven��o efetiva poderiam mudar essas proje��es.

O tempo verbal diz tudo: poderiam!

No Brasil, as pol�ticas p�blicas negacionistas desde o princ�pio da pandemia, tentam agora, no meio da marcha f�nebre, recuperar o tempo perdido, esbo�ando estertores de racionalidade. Tarde demais para as vidas que se foram.

A popula��o exausta de distanciamento social, acostumada com o nosso inigual�vel calor humano e carinho, exige normalidade, onde o normal n�o mais existe.

Grandes aglomera��es, casamentos cinematogr�ficos, ou at� mesmo um simples almo�o em fam�lia no final de semana, passaram a ser um risco de vida.

Apesar dos cuidados iniciais, quando a cerveja sobe, a m�scara cai e o v�rus nos abra�a junto com o aconchego familiar. Tratamentos eficazes ainda parecem distantes de todos n�s. Mais uma vez, o pouco que se tem, n�o se encontra. Os anticorpos monoclonais que ressuscitaram o Trump, foram praticamente confiscados pelos americanos. Tem, mas acabou! Apesar da insist�ncia de alguns ilusionistas, fica cada vez mais claro para todos a mentira do tratamento precoce proposto pelo charlatanismo presidencial.

Se n�o fosse a independ�ncia gerencial da ANVISA, at� as bulas dos rem�dios seriam mudadas. Crime e mentiras prolongar�o o nosso calv�rio humanit�rio e econ�mico.

Quando falamos de preven��o efetiva, pensamos imediatamente em vacinas. Ser� que controlaremos essa epidemia apenas com as vacinas?!

Certamente, as vacinas ser�o cruciais no processo de controle da epidemia. Mas, cad� as vacinas?!

Entretanto, exemplos vindos do Chile e Uruguai nos mostram que, a princ�pio, n�o apenas vacinas controlar�o a epidemia. Medidas de distanciamento social, uso de m�scaras e higiene de m�os, s�o fundamentais para conten��o da pandemia, mesmo com vacina��o avan�ada. Tudo que foi negligenciado e negado pelo planalto, agora, mais do que nunca, � a nossa sa�da.

A disciplina asi�tica provou que as medidas de distanciamento social, mesmo sem vacinas, s�o capazes de conter a epidemia. Com as vacinas, teremos alguma chance de reconquistar at� mesmo o abra�o perdido.

Falando s�rio, estamos longe de consertar o mal feito. Vendo as pessoas circularem sem m�scaras pelas ruas de NY, imposs�vel n�o sentir inveja da vacina alheia. Mas, paci�ncia e canja de galinha � coisa de mineiro, e n�o de americano.

Vamos ver o que acontecer� com eles nas pr�ximas semanas e meses. Antes de fazer as malas e correr para ir vacinar na Wallgreens, vamos ver a banda passar.

Nosso planejamento para enfrentamento dessa pandemia deve mirar o m�dio, longo prazo. Rever de escolas a igrejas, campos de futebol e outras grandes aglomera��es. Temos que reinventar o prazer, o aprender e o conviver.

Agora falando s�rio, "a sempre-viva morrendo e a rosa cheirando mal", n�o foi apenas burrice e incompet�ncia que nos tra�aram este destino. Foi perversidade!

"Preferia n�o falar, falando s�rio."

Obrigado Chico.

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