
Hoje � dia dos namorados. O amor sobrevive a guerras, doen�as cr�nicas, pand�micas ou epid�micos. Ser�?
O amor resiste a tudo. � tudo. Ser�?!
A explos�o da vida nas suas mais diferentes formas � a prova da resili�ncia amorosa.
N�o me refiro aqui ao amor Er�tico de Plat�o, onde a falta � a for�a motriz do desejo amoroso. Uma vez satisfeita a falta, j� n�o se ama mais como antes.
Neste cen�rio, a ilus�o � a cicuta que entorpece e degenera o amor. Sonhar com o que n�o se tem e abra�ar o sofrimento de se ter e n�o querer mais.
N�o me refiro a Philia de Arist�teles, onde a alegria de amar, basta em se mesma. O mundo e suas voltas, nem sempre alegram. O contr�rio � mais verdadeiro. O mundo � o “hosp�cio do universo”, segundo Tom�s de Aquino. Lugar estranho de nascer chorando e morrer sorrindo.
O amontoado de dias que preenchem nosso tempo no planeta, tem mais impulsos que tiram do que imprimem pot�ncia de agir e existir. Driblar a tristeza � tarefa para poucos craques. Mas n�o � imposs�vel.
Tudo � uma quest�o de treino e perseveran�a. Buscar o amor e tentar dar a Eros alegria no ato de buscar a felicidade � valorizar o esfor�o da conquista. Uma vez conquistado, alegre-se e continue buscando superar expectativas. Trata-se do trabalho de fazer a manuten��o peri�dica da ilus�o. � neste momento que Hercules e Eros se encontram e seguem pelo caminho do nada.
Felizes e satisfeitos.
Satisfeitos e felizes.
N�o me refiro, muito menos ao amor Agape de Cristo, onde o Eros se confundi com o pr�ximo, seja ele quem for.
Amor sem cobran�a, onde o reconhecimento e a reciprocidade n�o interessam. Perfei��o demais tamb�m � ilus�o e muito frequentemente, doen�a. Me refiro, isto sim, ao Eros, Philia e Agape, por desejar, alegrar e compartilhar todos os meus dias, minutos e segundos com quem estou.
Comemorar o encontro com a vida � o ato mais trabalhoso que temos nesta nossa curta exist�ncia.