
A vacina Influenza trivalente utilizada pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS) � produzida pelo Instituto Butantan. A formula��o � constantemente atualizada para que a dose seja efetiva na prote��o contra as novas cepas do v�rus. A vacina ser� eficaz contra as 3 cepas: H1N1, H3N2 (Darwin) e tipo B (Austria).
A vacina Influenza quadrivalente ser� disponibilizada pelas clinicas particulares. Tem em sua composi��o prote��o para 4 cepas:
- Tipo A: H1N1(Victoria) e H3N2 (Darwin)
- Tipo B: Austria e Phuket
A vacina de 2022 � diferente da vacina de 2021, com altera��o de 50% das cepas e traz em sua composi��o a prote��o contra a a��o da cepa Darwin (H3N2), respons�vel pelo surto de gripe no final de 2021.
1. O que � influenza?
Tamb�m conhecida como gripe ou gripe sazonal, a influenza � uma infec��o viral aguda do trato respirat�rio, comunit�ria, com distribui��o global e elevada transmissibilidade. Outros v�rus respirat�rios podem originar infec��es com quadros cl�nicos semelhantes aos da s�ndrome gripal, sem estas serem consideradas gripe, ex: COVID19, rinovirus, adenovirus, enterovirus.
2. Quais s�o os tipos de v�rus que causam a Influenza?
O agente etiol�gico da gripe � o Myxovirusinfluenzae, pertencente � fam�lia Orthomyxoviridae. Ele apresenta um genoma constitu�do por segmentos de �cido ribonucleico (RNA), que codifica v�rias prote�nas virais, entre as quais a hemaglutinina e a neuraminidase. A segmenta��o do genoma do v�rus (oito segmentos de RNA) � o que explica a grande variabilidade dele.
Os v�rus da influenza se dividem em 4 tipos: Influenza A, B, C e D. Apenas os v�rus A e B provocam doen�a com impacto significativo na sa�de humana, sendo os principais causadores das epidemias anuais. Temos 18 subtipos para a Influenza A, dos quais apenas dois acarretam infec��es humanas: A (H1N1) e A (H3N2). J� o v�rus Influenza B, apresenta duas linhagens: B / Victoria e B / Yamagata.
O Influenza C � relativamente raro e n�o causa surtos ou epidemias. Os v�rus B e C acometem apenas humanos. Em rela��o ao v�rus Influenza D, n�o se sabe se causa doen�as nas pessoas.
3. Como ocorre a transmiss�o da influenza?
A transmiss�o ocorre por contato direto (pessoa-pessoa) ou por meio de superf�cies ou objetos contaminados (indireta). Quando um indiv�duo infectado espirra ou tosse, expele part�culas infecciosas que variam de 0,1 μm a 100 μm de di�metro. Part�culas finas (aerossois) e n�cleos de got�culas, gerados a partir da desseca��o r�pida de got�culas maiores, t�m um di�metro inferior a 5 μm e s�o capazes de permanecer no ar por minutos a horas, mas s�o vulner�veis a mudan�as de temperatura e umidade. A pessoa com influenza pode transmitir o v�rus a outras pessoas, at�, aproximadamente, um metro e meio de dist�ncia. Essa dissemina��o ocorre mais facilmente em ambientes fechados, sobretudo no inverno, quando as pessoas ficam por mais tempo juntas.
Transmiss�o indireta – uma pessoa pode contrair influenza ao tocar, com as m�os, uma superf�cie ou um objeto contaminado com o v�rus Influenza e, em seguida, tocar os olhos, boca ou nariz. Estudos t�m demonstrado que o Influenza pode sobreviver por curto per�odo de tempo nas m�os e em superf�cies n�o porosas. Todavia, sobrevive por at� 48 horas, em superf�cies como mesas de cafeterias, livros, superf�cies r�gidas, teclado de computador, ma�anetas e mesas de escrit�rio. Embora o potencial de transmiss�o relevante seja question�vel, outros v�rus respirat�rios que tamb�m circulam no per�odo podem contaminar superf�cies. Por isso, lavar as m�os com frequ�ncia ajuda voc� a reduzir as chances de uma pessoa se contaminar a partir desses objetos e superf�cies.
Anteriormente, se acreditava que a maioria dos eventos de transmiss�o da gripe ocorria por meio de got�culas. H� dados na literatura que apoiam o papel da transmiss�o por aerossol dos v�rus da influenza e as implica��es para a pol�tica de controle das infec��es
4. Qual o per�odo de incuba��o da influenza?
De um a quatro dias. Um �nico indiv�duo infectado pode transmitir a doen�a para um grande n�mero de pessoas suscet�veis.
5. Qual o per�odo de transmissibilidade da influenza?
De um a at� sete dias ap�s o in�cio dos sintomas. Entretanto, os indiv�duos afebris h� mais de 24 horas n�o apresentam mais um risco importante de transmiss�o na comunidade. Esse per�odo depende da idade e de doen�as que a pessoa tenha. Em crian�as e em pacientes imunossuprimidos, esse per�odo pode ser mais prolongado. No ambiente hospitalar, todavia, deve-se manter o isolamento, ainda que n�o haja febre, at� que pacientes n�o apresentem mais sintomas respirat�rios.
6. H� diferen�as entre influenza e resfriado?
� dif�cil diagnosticar com precis�o, em determinada popula��o, a infec��o por influenza A ou B, com base apenas em crit�rios cl�nicos, devido � sobreposi��o de sintomas causada pelos v�rios v�rus associados � infec��o do trato respirat�rio superior (IVAS).
O agente etiol�gico da gripe � o Orthomyxovirusinfluenzae, e o resfriado � causado por algumas esp�cies de v�rus – rinov�rus na maioria dos casos, mas tamb�m pode ser causado por adenov�rus, v�rus sincicial respirat�rio, coronavirus, e parainfluenza, entre outros.
Alguns sinais/sintomas podem ajudar a diferenciar gripe de resfriado:
A febre pode estar relacionada tanto � gripe quanto ao resfriado, mas h� diferen�a de intensidade. Resfriados causam febres baixas, enquanto gripes levam a temperaturas maiores de 38°C. Em crian�as, podem chegar a 39°C;
O resfriado se instala de forma lenta e gradativa, enquanto a gripe sempre acontece de forma s�bita e com sintomas gerais;
A tosse � um sintoma marcante da gripe, especialmente a tosse seca. Raramente o resfriado causa tosse;
Resfriados duram, em m�dia, de tr�s a quatro dias. Gripes duram, em m�dia, sete dias.
7. Quais medidas reduzem o risco de adquirir ou transmitir o v�rus da influenza?
- Vacine-se anualmente, para se proteger e tamb�m �s outras pessoas;
- Evite contato pr�ximo com pessoas que apresentem sintomas de influenza;
- Se voc� estiver com uma doen�a semelhante � gripe, permane�a em casa por,
pelo menos, 24 horas ap�s a febre ter desaparecido, exceto para receber atendimento m�dico. A febre deve desaparecer por 24 horas, sem o uso de medicamentos que a reduzam;
- Caso seja necess�rio ir a uma Unidade de Sa�de, comunique que est� gripado e solicite uma m�scara cir�rgica para evitar a transmiss�o para outras pessoas;
- Higienize as m�os com �gua e sab�o ou use �lcool-gel a 70%;
- Cubra o nariz e a boca com um len�o ao tossir ou espirrar. Jogue o tecido no lixo depois de us�-lo;
- Se n�o tiver len�os de papel, use o cotovelo ao tossir ou espirrar e, em seguida, lave as m�os;
- Lave as m�os frequentemente, com �gua e sab�o ou use uma fric��o para as m�os, � base de �lcool;
- Evite aglomera��es e ambientes fechados;
- Adote h�bitos saud�veis, como alimenta��o balanceada e ingest�o de l�quidos;
Evite tocar olhos, nariz e boca com as m�os, pois podem estar contaminadas com o v�rus da gripe ou germes;
N�o compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
Limpe e desinfete superf�cies e objetos que possam estar contaminados com o v�rus da gripe ou outros germes;
Mantenha os ambientes bem ventilados.
8. Por que � preciso tomar a vacina contra gripe todo ano?
� preciso tomar a vacina contra gripe todo ano porque os anticorpos dessa vacina diminuem com o passar do tempo. Outro motivo � que as cepas sempre s�o atualizadas,assim como em outras doen�as, na gripeos v�rus sofrem muta��es e os imunizantes precisam se atualizar conforme a orienta��o da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS). No caso da campanha de vacina��o da gripe 2022, por exemplo, ela traz a prote��o contra a a��o da cepa Darwin.
9. Qual � a efic�cia da vacina da gripe?
A efic�cia da vacina � de 50% a 85%. A resposta na produ��o de anticorpos ap�s a vacina��o depende de v�rios fatores, incluindo idade, exposi��o pr�via e subsequente aos ant�genos, um pareamento entre o v�rus circulante e a vacina, e a presen�a de condi��es que alteram a resposta imunol�gica. Se voc� tem sido vacinado contra influenza e, por um acaso, ter gripe, ela ser� menos grave, sendo menos prov�vel desenvolver complica��es.
10. Quem est� gripado pode tomar a vacina da gripe?
A pessoa que est� gripada deve esperar mais um tempo antes de tomar a vacina da gripe. Essa orienta��o tamb�m � v�lida para quem est� com febre ou outras doen�as agudas, como: infec��o gastrointestinal, pneumonia, entre outras.
11. A vacina causa a gripe?
N�o, a vacina � de v�rus inativado e n�o cont�m v�rus vivo, portanto n�o � capaz de produzir a doen�a.
12. Quem toma a vacina da gripe pode ficar resfriado?
A pessoa que recebe a vacina da gripe pode ficar resfriada (doen�a semelhante � gripe, por�m causada por v�rus diferentes e com sintomas mais brandos) e, at� mesmo, adquirir gripe, pois nenhuma vacina contra gripe tem efic�cia de 100%. Por�m, o imunizante vai diminuir o tempo de dura��o dos sintomas da gripe e a possibilidade de que ela se agrave.
13. Quanto tempo a vacina da gripe demora para fazer efeito?
Ap�s duas ou tr�s semanas da vacina��o come�a a produ��o de anticorpos contra o Influenza. � recomend�vel que a vacina��o seja realizada anualmente, nos meses de outono, objetivando-se, assim, que os n�veis m�ximos de anticorpos sejam coincidentes com os meses de inverno, quando a doen�a � mais incidente, em conseq��ncia da maior circula��o do v�rus
14. Estou com febre ou sintomas respirat�rios. Posso tomar vacina?
Em geral, como acontece com todas as vacinas, diante de doen�as agudas febris ou s�ndromes respirat�rias moderadas ou graves, recomenda-se o adiamento da vacina��o at� a resolu��o doquadro com o intuito de n�o se atribuir � vacina as manifesta��es da doen�a. Compartilhe com seu m�dico e espere os sintomas desaparecerem.
15. Tomei vacina para COVID-19. Posso tomar a vacina da gripe?
A vacina influenza pode ser administrada na mesma ocasi�o de outras vacinas do Calend�rio Nacional de Vacina��o e tamb�m com outros medicamentos, procedendo-se �s administra��es com seringas e agulhas diferentes em locais anat�micos distintos.
A campanha de vacina��o contra a influenza coincidir� com a realiza��o da vacina��ocontra a covid-19. As vacinas covid-19 poder�o ser administradas de maneira simult�nea ou comqualquer intervalo com as demais vacinas do Calend�rio Nacional de Vacina��o, na popula��o apartir de 12 anos de idade. No entanto, � importante que seja priorizada a administra��o davacina Covid-19, para as crian�as de cinco a 11 anos de idade contempladas nos grupospriorit�rios para a influenza. Nestas situa��es, deve-se agendar a vacina influenza, respeitandoo intervalo m�nimo de 15 dias entre as vacinas.
16. Tive COVID-19. Posso tomar a vacina da gripe?
Doen�as febris agudas, moderadas ou graves: recomenda-se adiar a vacina��o at� aresolu��o do quadro, com o intuito de n�o se atribuir � vacina as manifesta��es da doen�a.
� improv�vel que a vacina��o de indiv�duos infectados (em per�odo de incuba��o) ouassintom�ticos tenha um efeito prejudicial sobre a doen�a.
Entretanto, recomenda-seo adiamento da vacina��o nas pessoas com quadro sugestivo de infec��o ematividade para se evitar confus�o com outros diagn�sticos diferenciais. Como a pioracl�nica pode ocorrer at� duas semanas ap�s a infec��o, idealmente a vacina��o deveser adiada at� a recupera��o cl�nica total e pelo menos quatro semanas ap�s oin�cio dos sintomas ou quatro semanas a partir da primeira amostra de PCR ou testeantig�nico positiva em pessoas assintom�ticas.
17. Tenho alergia a ovo. Posso tomar a vacina?
A vacina contra gripe � composta por prote�nas de diferentes cepas do v�rus Influenza - elas s�o definidas ano a ano sob orienta��o da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS). Essas cepas s�o cultivadas em ovos de galinha, portanto, cont�m tra�os de prote�nas do ovo.
Para casos de alergia leve, pode tomar normalmente. Para casos de alergias graves, a vacina para gripe poder� ser feita somente em ambiente hospitalar, sob supervis�o m�dica.
A alergia ao ovo afeta aproximadamente 1,3% de todas as crian�as e 0,2% de todos os adultos.
Se uma pessoa � capaz de comer ovo levemente cozido (por exemplo, ovo mexido), sem rea��o, � improv�vel que seja al�rgica. Assim, pode receber qualquer vacina contra a gripe;
Diversos estudos publicados t�m relatado que o risco de anafilaxia associada � vacina contra influenza em pacientes al�rgicos � prote�na do ovo � muito baixo.
Em 2012, foi realizada uma revis�o dos estudos publicados. Considerados 4172 pacientes al�rgicos ao ovo, 513 relataram hist�ria de rea��o al�rgica grave e n�o relataram casos de anafilaxia ap�s a administra��o da vacina inativada contra influenza. O maior estudo na revis�o incluiu 830 pessoas al�rgicas, das quais 164 relataram hist�ria de rea��o al�rgica grave ao ovo, e apenas 17 (2%) apresentaram qualquer evento adverso. Todos os eventos adversos foram leves e inclu�ram dor abdominal, urtic�ria e sintomas respirat�rios, como dispneia.
Segundo dados dos CDC, aconteceram 10 casos de anafilaxia ap�s serem administradas 7,4 milh�es de doses de vacina inativada contra a gripe (taxa de 1,35 por um milh�o de doses). A maioria desses casos de anafilaxia n�o estava relacionada com a prote�na do ovo presente na vacina.
Atualmente, portanto, existem claras evid�ncias de que a vacina pode ser administrada, com seguran�a, a pacientes com alergia ao ovo. Vale salientar que qualquer rea��o grave a qualquer componente da vacina torna-a contraindicada a posteriori.
18. Tive uma rea��o grave � vacina anterior da gripe. Posso tomar?
Se a rea��o foi de alergia grave, n�o pode.
19. Tomei a vacina para gripe na rede p�blica. Posso tomar outra dose na rede particular?
Sim, com intervalo de quatro semanas.
20. A vacina gripe protege ou ajuda a prevenir a Covid-19?
Infelizmente o v�rus influenza, causador da gripe, n�o tem parentesco ou semelhan�a gen�tica com o SARS-CoV-2, respons�vel pela Covid-19.
Entretanto, neste momento de pandemia, a vacina��o contra a gripe � important�ssima para evitar uma sobrecarga maior no sistema de sa�de e reduzir a possibilidade de confus�o de diagn�stico.
21. Quem n�o deve tomar a vacina para vacina da gripe?
- Crian�as menores de 6 meses de idade;
- Pessoas com hist�ria de anafilaxia grave a doses anteriores.
22. Quais s�o as poss�veis rea��es adversas da vacina da gripe
Aplicada por inje��o, a vacina pode causar desconforto no local da aplica��o e um mal-estar leve e passageiro (no m�ximo 24 horas ap�s a aplica��o), podendo tamb�m fazer febre, como se fosse o in�cio de um resfriado
23. Devem as gestantes receber a vacina trivalente ou quadrivalente para Influenza?
Sim. Em qualquer per�odo da gesta��o.
As gestantes t�m risco aumentado de complica��es, devido a altera��es que ocorrem naturalmente no sistema imune durante a gesta��o. A pr�pria gravidez pode levar a certa dificuldade na respira��o, o que se mostra particularmente relevante no segundo e terceiro trimestres da gesta��o.
H� recomenda��o para que todas as gestantes, em qualquer per�odo da gravidez, recebam a vacina contra influenza, devido ao risco de graves complica��es associadas ao aumento de hospitaliza��o e �bito em gestantes expostas ao v�rus. H� evid�ncia de que a vacina��o em gestantes protege os rec�m-natos de adquirir gripe por at� seis meses, al�m de ocasionar menor probabilidade de prematuridade, de aborto e de rec�m-nato com baixo peso ao nascer. Estudos sobre vacina��o contra influenza durante a gesta��o n�o evidenciaram danos para a m�e e o feto.
24. Quem est� amamentando pode tomar a vacina da Influenza?
Sim. N�o existem contraindica��es formais para a administra��o da vacina em mulheres que se encontrem amamentando
25. Pacientes imunossuprimidos podem tomar a vacina?
Sim. Dever� ser sempre a vacina de v�rus inativado (a �nica dispon�vel entre n�s). Alguns pacientes com imunossupress�o podem ter uma resposta imunol�gica baixa. S�o eles:
Pessoas com HIV/Aids;
Transplantados de �rg�os s�lidos e medula �ssea;
Doadores de �rg�os s�lidos e medula �ssea, cadastrados nos programas de doa��o;
Portadores de imunodefici�ncias cong�nitas;
Usu�rios de drogas il�citas;
Indiv�duos em terapia imunossupressora, incluindo o uso, em longo prazo, de corticosteroides, anticorpos monoclonais, quimioterapia, radioterapia e determinadas drogas antirreum�ticas;
Portadores de neoplasias, incluindo leucemia, linfoma de Hodgkin e n�o-Hodgkin, e mieloma m�ltiplo, entre outras;
Pessoas com anemia falciforme e outras hemoglobinopatias.
Refer�ncias:
• Material originalmente elaborado pelo Dr. JulivalRibeiro(Infectologista – DF) e Dra. Nancy Ballei( UFSP –EPM- SP)