
A cidade desperta nas cinzas de uma quarta-feira.
As pessoas hoje se assemelham a cobras de laborat�rio. Dormem no �lcool.
Dia oficial da ressaca.
O homem precisa delirar para acordar do susto de viver.
O legado do carnaval est� no brilho da lantejoula perdida.
Amanhecer ao lado de ningu�m e dar boa noite!
A insanidade pand�mica escorre no suor do foli�o sedento de del�rio.
Atr�s do trio el�trico v�o os sobreviventes.
Os mortos ainda roem ra�zes de roseiras plantadas em covas rasas.
A comiss�o de frente reverencia a vit�ria do negacionismo.
Me perguntaram:
- E e agora, o que ir� acontecer?! Nada! Absolutamente nada!
Era nada antes, ser� nada depois.
Qual a diferen�a?!
Entre um nada e outro, vacine-se que esse nada dura mais.