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Estado de Minas SA�DE em evid�ncia

Letramento cient�fico

Para quem pensa que estamos vivendo no para�so epidemiol�gico, os n�meros s�o um choque de realidade


03/10/2023 04:00 - atualizado 02/10/2023 23:45
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A Fiocruz divulgou, na quarta-feira (20/9), uma atualiza��o do boletim InfoGripe. O cen�rio segue similar ao da semana anterior, no qual se identificou um ligeiro aumento nos casos de s�ndromes respirat�rias agudas graves (SRAG) associadas � COVID-19, majoritariamente localizados em estados do Sudeste e do Centro-Oeste, com destaque para o Rio de Janeiro, S�o Paulo e Goi�s.
 
O coordenador do InfoGripe, o epidemiologista Marcelo Gomes, destaca que a popula��o adulta � a mais afetada e faz um alerta para alguns estados do Sudeste e do Centro-Oeste. “O que continua chamando a aten��o � essa retomada do crescimento da COVID-19, especialmente no Rio de Janeiro, em S�o Paulo e Goi�s. � um processo lento. O Rio de Janeiro chama um pouco mais a aten��o, pois a situa��o est� mais clara, mas S�o Paulo tamb�m j� come�a a ficar mais evidente”, afirma Gomes.
 
Em fun��o da retomada que se observa, o pesquisador relembra a import�ncia da vacina��o em dia. “Temos a vacina bivalente, agora dispon�vel para a maior parte das faixas et�rias. E mesmo para aquelas faixas �s quais a bivalente ainda n�o est� aprovada, estar em dia com a vacina dispon�vel para a sua idade � fundamental, especialmente agora que observamos esse aumento”, destaca.
O n�mero de casos e �bitos torna evidente a preocupa��o da Fiocruz, do coordenador do Infogripe e da comunidade cient�fica.
 
Nas quatro �ltimas semanas epidemiol�gicas, a preval�ncia entre os casos com resultado positivo para v�rus respirat�rios foi de: influenza A (2,4%), influenza B (1%), v�rus sincicial respirat�rio (11,5%) e Sars-CoV-2/COVID-19 (39%).
 
Entre os �bitos, a presen�a desses mesmos v�rus entre os positivos foi de: influenza A (1,1%), influenza B (1,1%), v�rus sincicial respirat�rio (0%), e Sars-CoV-2/COVID-19 (77%).
Para quem pensa que estamos vivendo no para�so epidemiol�gico, os n�meros s�o um choque de realidade. Certamente, n�o estamos mais no caos dos dois anos iniciais da pandemia (2020 e 2021). Mas estamos longe de ter o problema resolvido.
 
Tamb�m na mesma semana, foram divulgados os dados de cobertura vacinal com a vacina bivalente no Brasil. 
 
A boa not�cia para n�s, belo-horizontinos, � que BH se destacou como a capital com melhor cobertura vacinal. A m� not�cia � que tivemos apenas 28% da popula��o vacinada. Certamente, bem melhor que Boa Vista, que teve apenas 7,88% da popula��o com cobertura vacinal atualizada.
Os motivos para essa preocupante situa��o s�o v�rios. Falta de informa��o, com certeza, � uma das mais importantes. Costumo dizer que quando a informa��o de qualidade anda mais r�pido que a dissemina��o de uma doen�a epid�mica, temos grande chance de prevenir uma cat�strofe.
 
Tamb�m discuto com meus alunos e residentes o “conceito “ de epidemia e surto em pa�ses onde a ignor�ncia epidemiol�gica predomina. Nesses locais, caso a imprensa seja livre, o conceito de epidemia � “quando o problema chega �s primeiras p�ginas dos jornais escritos e televisados”. Ou seja, longe do conceito estat�stico e epidemiol�gico correto.
 
Entretanto, n�o podemos deixar de tocar numa ferida que est� exposta e ainda aberta e dolorida. A perda da credibilidade da popula��o na ci�ncia. Mas isso � pauta para a pr�xima coluna.


* Para  esse texto, usei como refer�ncia o boletim epidemiol�gico da Fiocruz de 20/9/23.

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