(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

Por que os executivos brasileiros escrevem t�o mal?

Executivo que se preza valoriza (e muito) a l�ngua inglesa. O exagero chega a ser cafona: empowerment, call, follow up, briefing, feed back...


08/02/2021 04:00 - atualizado 01/06/2021 15:11


H� trinta anos, a Associated Press j� havia divulgado uma pesquisa segundo a qual, no Brasil, oitenta por cento das empresas (foram ouvidas quatrocentas) consideravam a escrita dos executivos p�ssima. Se essa an�lise fosse realizada hoje, certamente passar�amos dos noventa por cento, afinal, confus�es relativas ao uso do onde e do aonde, � diferencia��o entre o h� e o a, � utiliza��o do porqu� e � coloca��o da crase, por exemplo, s�o recorrentes no mundo corporativo.

Analisemos, pois, os fatos. Executivo que se preza valoriza – e muito – a l�ngua inglesa. O exagero chega a ser cafona: empowerment, call, follow up, briefing, feed back... Qual a raz�o, por exemplo, de usar feed back se temos a palavra retorno, meu Deus? Seria a nossa s�ndrome de vira-lata tupiniquim? Bem, fato � que executivos, de um modo geral, supervalorizam o ingl�s em detrimento do portugu�s.

Outra causa at�vica para o fiasco lingu�stico dessa turma diz respeito ao tempo, que, inexoravelmente, � dinheiro. Na lista de prioridades, o portugu�s fica l� no fim. Tamb�m n�o podemos fechar os olhos para a pouca intimidade da maior parte dos executivos com os cl�ssicos da literatura. Mas o que isso tem a ver? Ora, s� escreve bem quem l� bem. Entenda, por obs�quio, “ler bem” como ler textos linguisticamente not�veis.

Todavia, eu seria leviana se n�o defendesse os executivos. Nos workshops que realizo para o mundo corporativo, sempre percebo um desejo real de aprender, de rever as regras do nosso idioma. N�o por amor � l�ngua portuguesa, � claro, mas por medo de passar vergonha. Independentemente da motiva��o, quando esses profissionais d�o a mim a oportunidade, tornam-se excelentes alunos. Chega a dar gosto de ver. Enfim, n�o se pode cobrar tanto de quem mal tem tempo para almo�ar, de quem precisa usar as refei��es do dia como janelas para reuni�es. A culpa, talvez, esteja no sistema, n�o no executivo em si.

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)