Recado
“Quando voc� n�o tem nada a dizer, n�o diga nada.”
Charles Caleb Colton
E da�?
Pindorama bateu a China. O coronav�rus matou mais gente aqui do que na terrinha natal. “E da�?”, perguntou Jair Bolsonaro depois de saber da explos�o de v�timas da covid-19. “Eu sou Messias, mas n�o fa�o milagres.” Ops! Os brasileiros duvidaram do que ouviram. Depois, confirmaram a pergunta. Partiram, em seguida, pra interpreta��o. Sobraram vers�es. E da�? Enquanto o consenso n�o vinha, algu�m fez uma pergunta que foge do campo da sa�de. Messias se escreve com inicial grandona ou pequenina?
O ungido
Depende. No caso, faz parte do nome do presidente – Jair Messias Bolsonaro. � substantivo pr�prio. Mas pode jogar no time dos comuns. A palavra vem do hebraico mashiah, que quer dizer ungido. � a pessoa na qual se depositam as aspira��es de reden��o ou salva��o. Por manter linha direta com Deus, tem poderes excepcionais. Entre eles, promover reformas sociais ou encarnar promessas v�s: H� povos que ainda esperam pelo messias.
Um l�, outro c�
“Por que da� tem acento?” Eis outra quest�o que frequentou os coment�rios sobre a fala de Sua Excel�ncia. A resposta: porque o grampinho quebra o ditongo. Sem ele, temos dai, que rima com pai. O i convoca o agudo pra confirmar que o a fica de um lado, o i do outro. � o caso tamb�m de ego�sta. Para tanto, preenchem quatro condi��es:
1. ser antecedido de vogal: da-�,
e-go-�s-ta
2. formar s�laba sozinho ou com s: da-�, e-go-�s-ta
3. ser a s�laba t�nica: da-�, e-go-�s-ta
4. n�o ser seguido de nh: rainha, bainha, campainha, ladainha.
Igualzinho
O u, ao ver a solu��o encontrada pelo i, pensou na frase de Antoine Lavoisier. “Na natureza”, disse o cientista franc�s, “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” Chacrinha simplificou a m�xima: “Na tev� brasileira, nada se cria, tudo se copia”. O lanterninha das vogais entrou na onda: “Na l�ngua, nada se cria, tudo se copia”. E p�s m�os � obra. Seguiu a norma do i: sa-�-de, a-ta-�-de, ba-�s.
Da turma
Mais exemplos? Ei-los: sa-�-da, sa-�, ca-�, ca-�-da, dis-tri-bu-�, con-tri-bu-�, re-tri-bu-�, dis-tra-�-da, con-
Vai e volta
A troca do diretor-geral da Pol�cia Federal foi o pomo da disc�rdia. Bolsonaro queria substitu�-lo. Moro queria mant�-lo. No sai, n�o sai, ambos sa�ram. O fato virou manchete. Com a not�cia, pintou a pol�mica. Uns escreveram o cargo em disputa com h�fen. Outros sem. E da�? A reforma ortogr�fica uniformizou o emprego do h�fen com o adjetivo geral. Geral sempre pede o tracinho: secret�rio-geral, diretor-geral, coordenador-geral, orientador-geral, procurador-geral.
Olho vivo
Se o cargo tiver certid�o de nascimento escrito sem h�fen, permanece sem tracinho. Como no jogo do bicho, vale o que est� escrito.
Leitor pergunta
Outro dia, li “c�mera fotogr�fica”. Fiquei na d�vida: c�mara ou c�mera?
n Carlos Alberti, BH
Os deputados federais se re�nem na C�mara dos Deputados. Os estaduais, nas assembleias legislativas. Os da capital da Rep�blica, na C�mara Legislativa (C�mara Distrital n�o existe. Os deputados � que s�o distritais). Na acep��o de instrumentos que captam imagens, valem as duas grafias – c�mara e c�mera: c�mara fotogr�fica, c�mera fotogr�fica.