A infla��o est� a�, mas... o pre�o do caf� n�o est� mais caro!!!

Quem aguenta? Nosso rico cafezinho d� um susto atr�s do outro. H�

11 meses p�r o pretinho na x�cara exige mais e mais notas da nossa desvalorizada moeda. Mas a dor n�o se restringe ao bolso. Afeta tamb�m os ouvidos. Rep�rteres de tev�s abertas e fechadas, de r�dios AM e FM, de jornal�es e jornalinhos anunciam que “o pre�o do caf� est� mais caro”. Uiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! � otite na certa.

Pre�o caro? Nem pensar. � redund�ncia. Caro e barato encerram a ideia de pre�o. Produtos e servi�os s�o caros ou baratos. Pre�o � alto, baixo, elevado. A mo�ada mereceria banda de m�sica e tapete vermelho se desse a informa��o assim: O pre�o do caf� est� mais alto. Tamb�m poderia ser assim: O caf� est� mais caro.

O cineasta e jornalista Arnaldo Jabor nos deixou. Aos 81 anos, voltou pra casa. Admiradores, parentes e amigos se despediram do corpo no Museu de Arte Moderna. Muitos falaram em “�ltimo adeus”. Alguns se perguntaram se a duplinha era pleonasmo.H� despedidas e despedidas. Nas mais curtas, dizemos tchau, at� j�, at� logo, at� logo mais. Nas m�dias, at� � vista. Nas compridonas, adeus. Durante a vida, podemos dar v�rios adeuses � mesma pessoa. Na morte, damos o �ltimo. N�o � pleonasmo.

Bolsonaro foi � R�ssia? Bolsonaro foi a R�ssia? Ocorre crase ou n�o? A resposta est� com o artigo. Cidades, estados e pa�ses s�o cheios de caprichos. Ora d�o vez ao grampinho. Ora n�o. No aperto, a gente chuta. O resultado � um s�. A Lei de Murphy, gloriosa, pede passagem. O que pode dar errado d�.

Como safar-se? H� sa�das. Uma delas: seguir o conselho dos pol�ticos. “Para vencer o diabo”, dizem eles, “convoque todos os dem�nios.” Um demoniozinho se chama troca-troca. Construa a frase com o verbo voltar. Depois, substitua o ir pelo indiscreto voltar. Por fim, lembre-se da quadrinha:

Se, ao voltar, volto da,

crase no a.

Se, ao voltar, volto de,

crase pra qu�?

Viu? O da – casamento da preposi��o de com o artigo – denuncia a presen�a do a. Vamos ao tira-teima:

Bolsonaro voltou da R�ssia.

Se, ao voltar, volto da, crase no a.. O artigo d� a vez ao acento.

Bolsonaro foi � R�ssia.

O presidente foi a Petr�polis.

O presidente voltou de Petr�polis.

Se, ao voltar, volto de, crase pra qu�? X�! A regra n�o tem exce��o.

Os organizadores suspenderam a temporada de cruzeiros at� 4 de mar�o. O preju�zo � de
R$ 350 milh�es – “n�mero vultuoso”, segundo a CNN. Bobeou. Vultuoso, com u, significa atacado de vultuosidade (congest�o facial). O comentarista quis dizer vultoso (alto, elevado). Moral da hist�ria: parecido n�o � igual.

Muita gente pensa que o verbo enfezar tem a ver com fezes presas, a conhecida pris�o de ventre. A raz�o: a pessoa que n�o consegue fazer coc� fica irritadi�a, chata, enjoada, enfezada. Mas, entre os mitos da etimologia e a etimologia real, h� senhora diferen�a. O verbo vem do latim infensare – ser raivoso, ser hostil. Nada a ver com fezes.

O mundo pol�tico est� em polvorosa. Pululam candidatos � Presid�ncia da Rep�blica, ao Senado, aos governos estaduais. S�o muitos pretendentes, poucas as vagas. Os que se lan�am se denominam pr�-candidatos. Al�m do resultado da aventura, pinta uma d�vida. Quando usar h�fen com o prefixo pr�-? A regra � pouco clara. Compare:

Usa-se com tracinho: pr�-escola, pr�-vestibular, pr�-estreia.

Usa-se colado: preaquecer, precogitar, precondi��o, preexistente.

A sa�da? Recorra ao dicion�rio.

Ficar de p� ou ficar em p�?

>> C�lio Dutra, Recife

Tanto faz. Uma forma e outra d�o uma canseiiiiiiiira. Em ambas, p� fica no singular.