Voc� sabe por que os dias da semana t�m feira no nome?

Voc� foi � Feira do Livro de Bras�lia? O programa � imperd�vel. A gente passeia, encontra amigos, descobre mont�es de novos livros. Pode olh�-los, folhe�-los, admirar as ilustra��es, ler as historinhas, saltar p�ginas ou deix�-los sossegados na estante. � uma festa.

A festa est� no nome. Feira, em latim, quer dizer dia de festa. As pessoas levantavam-se cedinho. Vestiam as roupas mais novas e sa�am pra rua. Reuniam-se nas pra�as, batiam papo e ouviam m�sica. Ningu�m falava em trabalho. Era s� descanso. Vendo tanta gente reunida, os comerciantes tiveram uma ideia. Resolveram expor os produtos. Quem gostasse comprava. Aparecia de tudo – frutas, legumes, carnes, doces, animais, roupas, m�veis. A variedade tomava conta do peda�o.

Resultado: o dia de festa virou dia de trabalho. Por isso, em portugu�s, os dias da semana t�m feira no nome: segunda-feira, ter�a-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira.

Voc� acha que segunda-feira � o primeiro dia da semana? Nem pensar. O primeir�o � o domingo. A segunda vem depois.

Na Feira do Livro, um verbo sobressai nos interiores e exteriores. � ler. De um jeito ou de outro, o monoss�labo impera glorioso. Romancistas, poetas, roteiristas, memorialistas e outros istas conjugam-no sem economia. Vale, por isso, lembrar a mudan�a imposta ao pequenino. A reforma ortogr�fica cassou o acento do hiato eem. Agora ficou assim: ele l�, eles leem; ele v�, eles veem; ele cr�, eles creem; ele d�, eles deem.

A perda do acento de ler, ver, crer e dar n�o tem nada a ver com ter e vir. Essa duplinha mant�m o chap�u: ele tem, eles t�m; ele vem, eles v�m.

Monteiro Lobato repetia: “Um pa�s se faz com homens e livros”. E completava: “Os livros n�o mudam o mundo. Mudam os homens. Os homens � que mudam o mundo”. O criador de Narizinho, Pedrinho, Em�lia, Jeca Tatu e tantas outras criaturas que povoam nosso universo sonhava inundar o Brasil de livros. Dar op��o aos leitores. Sabia que livro n�o se imp�e. Escolhe-se. “Uma leitura com cobran�a”, dizia convicto, “� capaz de vacinar a crian�a para sempre.”

Ao pegar um livro, um jornal ou uma revista, a pessoa exercita o poder. Faz e acontece. Quem lhe assegura a for�a � Daniel Pennac. Ele escreveu os direitos imprescrit�veis do leitor. Conhece?

1. O direito de n�o ler.

2. O direito de pular p�ginas.

3. O direito de n�o terminar um livro.

4. O direito de reler.

5. O direito de ler qualquer coisa.

6. O direito ao bovarismo (doen�a textualmente transmiss�vel).

7. O direito de ler em qualquer lugar.

8. O direito de ler uma frase aqui e outra ali.

9. O direito de ler em voz alta.

10. O direito de n�o comentar.

Terremotos s�o frequentes. Na quarta foi a vez do Afeganist�o. Morreram mais mil afeg�os. O fato me deixou curiosa: qual a etimologia da palavra que rouba o sossego de adultos e crian�as?

Terremoto tem duas partes. Uma: terra. A outra: moto. As quatro letras querem dizer movimento. A palavra completa? Movimento da Terra. O vaiv�m tem uma raz�o: enormes placas rochosas se assentam sob a superf�cie do planeta. Mexem-se na busca de acomoda��o. �s vezes abusam. Jap�o, M�xico, Chile, Equador, R�ssia, China conhecem a trag�dia. Valha-nos, Deus!