
A COVID-19 est� se aproximando da realidade de muitas pessoas, mesmo aquelas que se julgavam protegidas ou distantes dos locais com maior circula��o do v�rus j� demonstram inseguran�a. O que antes eram n�meros agora s�o pessoas doentes e conhecidas.
"O pai da minha amiga testou positivo"; "A tia da minha vizinha est� com COVID"; "Tr�s amigos da minha filha foram infectados". A proximidade da doen�a a torna mais real e desperta na maioria das pessoas uma vontade quase que incontrol�vel de realizar exames para saber se j� foram infectadas.
Qual o sentimento por tr�s desse desejo? A necessidade de se sentirem protegidas. Infelizmente, n�o � t�o simples assim.
Qual o sentimento por tr�s desse desejo? A necessidade de se sentirem protegidas. Infelizmente, n�o � t�o simples assim.
S�o in�meros testes com fun��es completamente diferentes e, por isso, testar individualmente, de maneira aleat�ria, sem um acompanhamento m�dico n�o faz sentido. A escolha do tipo e o momento de realiza��o do teste deve ter um objetivo, pois o contr�rio disso seria um gasto desnecess�rio, informa��o incorreta e o desperd�cio de um recurso que no momento � escasso.
Abaixo, respondo as principais d�vidas sobre o tema.
Como s�o os testes da Covid-19?
Todo exame deve atender algum objetivo. Podemos procurar o v�rus, fragmentos do v�rus, prote�nas, anticorpos, c�lulas de defesa inespec�ficas, espec�ficas e tamb�m altera��es indiretas que contribuem para as an�lises.
- O teste de isolamento do v�rus ir� observar a presen�a do v�rus analisado;
- O teste de RT-PCR (rea��o em cadeia da polimerase em tempo real), detecta fragmentos do material gen�tico do v�rus;
- O teste sorol�gico ir� detectar e quantificar anticorpos, prote�nas de defesa, no organismo, podem ser espec�ficos ou inespec�ficos.
Cada teste tem uma forma e um momento mais adequado para ser realizado. Por isso, testar aleatoriamente para satisfazer uma curiosidade pessoal nem sempre trar� respostas corretas.
Qual a fun��o dos testes?
Os testes s�o para avaliar o contato, o tempo, a imunidade e a intensidade da doen�a. A confirma��o diagn�stica proporciona uma an�lise individual mais precisa e ir� alimentar as estat�sticas populacionais. Os testes sorol�gicos ir�o avaliar o tempo e a imunidade individual o que tamb�m ter� impacto nas estat�sticas populacionais.
Quem deve ser testado?
Individualmente n�o h� indica��o para testagem de pessoas sem sintomas, por�m pode-se indicar estes testes como triagem ou para avalia��o de grupos populacionais mas sempre de maneira coordenada.
Se voc� teve contato com algu�m potencialmente contaminado por COVID-19 n�o adianta ir no dia seguinte para realizar exames, pois h� um tempo de resposta. Estar com exame positivo para COVID-19 altera mais as medidas de precau��o para que voc� n�o contamine outras pessoas do que poss�veis tratamentos, estes s�o guiados por sintomas e avalia��es cl�nicas.
O ideal seria que todas as pessoas com sintomas respirat�rios realizassem o exame, para alimentar os dados estat�sticos e fornecer melhores an�lises populacionais da pandemia. Com estes testes � poss�vel melhorar os dados de infectados, doentes, curados e �bitos devido � Covid-19 e, assim, melhorarmos as estrat�gias que ir�o conter o avan�o da doen�a na popula��o.
A avalia��o populacional � semelhante a uma pesquisa eleitoral em que a inten��o de voto neste caso s�o os resultados dos exames e ir�o demonstrar que uma parte da popula��o pode representar dados da popula��o geral.
Qual o momento adequado?
O teste para pessoas sem sintomas n�o est� indicado atualmente. Para pessoas com sintomas, tanto o v�rus quanto os agentes de defesa aumentam gradativamente e, por isso h� um dia mais adequado para realizar cada exame e encontrar resultados mais corretos. O teste RT-PCR, analisando secre��o de swaab nasal ou orotraqueal � ideal ser coletado do 4º at� o 7º de sintoma; se for analisado a secre��o traqueal � melhor a partir do 11º dia.
A doen�a estimula o sistema imunol�gico do paciente e podemos detectar agentes de defesa do corpo, alguns ser�o tempor�rios e outros duradouros. A imunidade inicial e tempor�ria � conferida atrav�s do IgM que � melhor detectado a partir do 7º dia de sintomas; nas 6 semanas seguintes essas concentra��es ir�o diminuir, gradativamente. O igG respons�vel pela imunidade duradoura ter� sua concentra��o m�xima no 14º de sintomas e permanecer� por muito tempo.
Ent�o, o que fazer?
A medida de isolamento social � atualmente a melhor e mais indicada para mitigar o cont�gio e propaga��o da doen�a. Para suportar a intensidade e melhorar os desfechos dos casos graves � necess�rio um sistema de sa�de robusto com capacidade t�cnica, principalmente em medicina intensiva para que seja poss�vel tratar de forma adequada as formas graves.
Os testes devem ser realizados na maior quantidade poss�vel, por�m de maneira coordenada, centralizada e com um prop�sito de melhorar as estrat�gias populacionais.
Tem alguma d�vida ou gostaria de sugerir um tema para esta coluna? Escreva pra mim: [email protected]