(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

J� que voltamos ao passado, o ''Atl�tico precisa chamar o pov�o de volta ao Mineir�o''

Diante do C�lon, que tem ''torcida chata e apaixonada'' a forma de ganhar � no grito da Massa


postado em 31/08/2019 04:00 / atualizado em 31/08/2019 12:23

O Atlético conquistou o bicampeonato da Conmebol em 1997, goleando o Lanús na Argentina e empatando em BH(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS - 6/11/97)
O Atl�tico conquistou o bicampeonato da Conmebol em 1997, goleando o Lan�s na Argentina e empatando em BH (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS - 6/11/97)


O Brasil elegeu um Collor de novo, se bem que piorado. Os militares est�o no poder. H� gente achando que estrangeiros querem tomar a Amaz�nia. Batemos contin�ncia para a bandeira dos Estados Unidos. A Argentina declarou a morat�ria. Se havia alguma d�vida de que voltamos no tempo, a classifica��o do Flamengo a uma semifinal de Libertadores � o comprovante, o recibo com firma reconhecida. Daqui a pouco aparece o Wright.

H� de ressurgir tamb�m o Fusca do Itamar. Foi contempor�neo das nossas duas Copas Conmebol. Essas j� voltaram, travestidas de Copa Sul-Americana. Ali�s, seu nome oficial � Conmebol Sul-Americana. Vulga Sula, assim como Sula Miranda, a irm� da Gretchen. Enquanto o Galo fazia sucesso l� fora, ganhando seus dois primeiros t�tulos internacionais, as duas faziam sucesso aqui dentro. Ambas est�o a� outra vez. E o Galo tamb�m.

N�o fosse pelo Cruzeiro, eu estaria certo de que a nossa distopia � apenas uma volta ao passado. Como Marty McFly e aquele cientista maluco, ter�amos dado a marcha a r�. Mas, naqueles tempos, os anos 90, o Cruzeiro teve sua segunda funda��o (a primeira foi nos anos 60, antes disso se tratava de um S�o Caetano), montou grandes times, ganhou seus maiores t�tulos. Agora, o que se prenuncia � um fim de feira danado, a depender do resultado do jogo contra o Internacional pela Copa do Brasil. O atleticano partid�rio da “nossa bandeira jamais ser� vermelha” ter� de rever suas posi��es.

Ali pelos anos 90, tudo o que sonh�vamos continha uma dose de Marques. A gente tinha atravessado os 80 sem ganhar o Brasileiro, roubado, injusti�ado e azarado. Cumulus nimbus apontavam no horizonte sombrio. Para o atleticano n�o tinha Collor – o salvador da p�tria era o Marques. A nossa cara e a nossa alma. Se tivesse ganhado em 99, estaria apenas um degrau abaixo de Reinaldo, parelho com o Ronaldinho Ga�cho e Dad�.

Naquela �poca, o Mineir�o era uma loucura total, uma galoucura. O futebol moderno, essa praga, ainda n�o tinha grassado mundo afora. Derret�amos na solaca envoltos pela multid�o de descamisados (opa, essa express�o � do Collor!), cant�vamos como tenores impar�veis, beb�amos como o Zeca Pagodinho. Pratos com restos de tropeiro e copos de chopes preenchidos com o l�quido suspeito sobrevoava nossas cabe�as. O bandeir�o era o maior do mundo.

Agora o tempo, embora seja o mesmo, � outro. O Galo est� na semifinal da Copa Sul-Americana. Nossa casa � o Independ�ncia e o futebol excluiu o pov�o. Mas, exce��o � regra, � no Mineir�o que faremos o jogo de volta contra o Col�n. (J� estive em C�lon, e veja que coisa: estava a caminho de Buenos Aires quando, nessa prazerosa localidade �s margens do Rio Prata, o meu carro estragou. S� entrava a marcha a r�. Adentrei Buenos Aires 300 quil�metros depois aboletado gloriosamente na boleia de um guincho.)

O Atl�tico precisa chamar o pov�o de volta ao Mineir�o. Na quinta-feira, o Cerro Porte�o desconsiderou as regras da Conmebol e sua torcida fez um dos mais espetaculares “recebimentos” do time no jogo contra o River Plate, pela Libertadores.

O Galo podia fazer igual. Se voltamos no tempo, a gente s� vai ganhar no grito da Massa. O Col�n tem uma torcida chata e apaixonada, far� a sua parte na peleja da vida. Deixemos que a nossa seja o que ela sempre foi, mais chata ainda e mais apaixonada do que qualquer outra.

Poss�vel advers�rio numa hipot�tica final da Sula, o Corinthians � o nosso rival pelo Brasileir�o amanh�. Jogo de seis pontos, com chance de nos deixar a tr�s do l�der, esse Flamengo que, embora de elenco espetacular, n�o conta mais com Wright ou Arag�o, e tem no VAR seu maior inimigo. Uma vit�ria no Itaquer�o vai nos fazer sonhar, como sonhamos nos 80 e 90. E quando se sonha t�o grande, o Lobo Mauro me ensinou, a realidade aprende.


*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)