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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Como sempre, o Atl�tico haver� de vencer conspira��es e vendavais

Mesmo que o destino tenha sido cruel com o Galo, v�rias vezes demos ol� no mau humor do universo pra sermos campe�es


15/05/2021 04:00 - atualizado 15/05/2021 07:13

A chegada de Cuca, que inicialmente sugeria perda de competitividade se comparado a Sampaoli, está mostrando gratas surpresas aos atleticanos(foto: RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS)
A chegada de Cuca, que inicialmente sugeria perda de competitividade se comparado a Sampaoli, est� mostrando gratas surpresas aos atleticanos (foto: RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS)


Diz-se que o universo � uma esp�cie de Michel Temer: ele tamb�m conspira. Ao contr�rio do ex-presidente, por�m, costuma faz�-lo “a favor”, desencadeando supostamente uma s�rie de eventos que culminar�o no sucesso total de alguma nobre tarefa que se est� a empreender. Isso, claro, quando se trata dos outros. No caso do Atl�tico, o universo est� sempre pronto a nos puxar o tapete. Golpista!

Poder�amos discorrer sobre variados epis�dios da nossa hist�ria em que fomos a Dilma (n�o por acaso, atleticana), e o universo, o desgra�ado do Temer. Fiquemos com o exemplo daquele trist�ssimo 9 de dezembro de 2001. Venc�amos o S�o Caetano em jogo perfeito, e est�vamos a um passo da final. A�, veio o universo com suas cumulonimbus, e uma chuva de milimetragens b�blicas desabou diretamente do inferno sobre nossas cabe�as, a ponto de tornar o ludop�dio um esporte aqu�tico impratic�vel – para n�s, obviamente, porque, para o S�o Caetano, foi uma b�n��o ca�da dos c�us. “Fod�-los-ei”, teria dito o Temer, antes de o desastre se consumar, afinal.

Em momentos cruciais e hist�ricos, no entanto, fomos capazes de driblar a m� vontade desse pessoal para conosco. E, ent�o, o universo foi o goleiro do Am�rica de Cali, e a gente, o Vargas naquele meio-chap�u maroto e desconcertante. Pense no jogo contra o Tijuana em 2013. O p�nalti aos 42 do segundo tempo, o universo conspirando contra mais uma vez. Tudo posto, num �nico lance: o Arag�o, o Wright, a bola que entrou contra o Coritiba em 1985 e o juiz n�o viu, o p�nalti que o Simon n�o marcou em 2007, o Marques fora das finais de 99, a chuva em S�o Caetano. E na perna esquerda de S�o Victor, La Canhota de Di�s, o nosso dedo m�dio erguido para Deus e o mundo.

Em 2013, o gigante acordou, voc� se lembra – como bem disse uma amiga, a Nina Lemos, acordou e foi fazer coc�. Antes de dar merda, por�m, o Brasil convulsionou-se em protestos monumentais. Justamente quando a gente ia ganhar a Libertadores, o pa�s amea�ava p�r fogo em si mesmo. Pensava c� com meus bot�es: nada mais Atl�tico do que o mundo acabar justo quando a gente est� pra ser campe�o. Mas assim como aquele jogador que ganhou o Motoradio e ofereceu a moto para o pai e o r�dio para a m�e, a gente foi fondo, foi fondo – e na par�bola improv�vel do Leonardo Silva, nosso testa de ferro, ganhamos. A despeito de toda e qualquer conspira��o.

Na quinta-feira, novamente nos vimos entre tiros, porrada e bombas. Claramente, o universo conspirava contra os tr�s pontos, dessa vez lan�ando sobre n�s os cumulonimbus do g�s lacrimog�neo. Podia-se ouvir ao fundo o coro golpista clamando pelo encerramento precoce do jogo, antes que o triunfo se tornasse inevit�vel: “Chola mais”. No entanto, a gente foi fondo, eis a verdadeira Bestia da Am�rica do Sul, La Bestia Negra y Blanca, Mineiro dos inferno! Agora, � ficar na torcida para que o povo colombiano possa tamb�m festejar seus tr�s pontos: “Chora, n�o vou ligar, chegou a hora, vais me pagar, pode chorar, pode chorar”.

A adversidade � nossa amiga. O azar � nosso irm�o. � a massa de p�o a que fez refer�ncia o chef Kalil nos tempos em que ocupou o cargo mais importante da cidade: “Quanto mais bate, mais cresce”. Quando entrar em campo amanh� para a disputa de sua 15ª final consecutiva do Campeonato Mineiro, o Galo estar� jogando contra a inconst�ncia de seu “projeto” e as falhas que permitiram a sa�da de Jorge Sampaoli. O universo j� conspirou contra. � assim que a gente gosta.

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