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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Que o Turco se junte ao Kalil e a Said e fa�a hist�ria no Galo

Que venha 22! Com o Atl�tico bi da Libertadores, tri do Brasileiro e da Copa do Brasil, campe�o mineiro e mundial, da Supercopa...


29/01/2022 04:00 - atualizado 29/01/2022 09:16

Antonio El Turco Mohamed
'Me afei�oei completamente', diz Fred Melo Paiva sobre Turco e a promessa cumprida ao saudoso filho (foto: Pedro Souza/Atl�tico)
Depois de longo e tenebroso inverno, tamb�m conhecido por ver�o, este ordenhador de pedras est� de volta � labuta oper�ria. Palavras s�o tijolos, assentam-se umas sobre as outras, erguem-se par�grafos como se levantam paredes. E l� se v�o quase 11 anos em que este pe�o de obra est� a fazer o edif�cio, infinito como no conto do Murilo Rubi�o. Ao fim e ao cabo (se houver fim e houver cabo), farei como fiz nas f�rias em Cara�va: erguerei um mastro, e assim como tremula a bandeira de S�o Paulo sobre o pr�dio do Banespa, tremular� o outro pavilh�o preto e branco – aquele que importa.

Pois bem, o longo interregno entre o inacredit�vel ano de 21 e este alvissareiro 22 ofereceu insuspeitadas surpresas, a terminar com o empacotamento de Olavo de Carvalho. Sem querer misturar futebol com pol�tica, mas j� misturando, celebrei como um t�tulo – n�o � todo dia que a COVID colhe, vamos dizer, um Hitler. O guru antivax malvad�o atingido em cheio pela pandemia que julgava inexistente. O roteirista do Brasil t� ficando �bvio demais, vou cancelar essa s�rie.

Roteirista bom � o roteirista do Galo. Acabou o ano, todo mundo de f�rias e l� vem ele com a bomba: Cuca saiu. N�o acreditei. “Cuca Beludo???”, questionei meu filho, o portador da not�cia em primeira m�o. Cuca pra mim � doido. Ele e o Olavo de Carvalho. A diferen�a � que o primeiro � inofensivo, apenas um Napole�o de hosp�cio. E como bom Napole�o, �timo de estrat�gia. Mas doido.

Pessoas pr�ximas me contam sobre uma visita ao s�tio do Cuca no Paran�. Enquanto circulavam pela propriedade, parentes do Cuca se esquivavam por entre as �rvores, olhavam desconfiados, escondiam-se atr�s das paredes. S�o todos doidos, ao que parece. O Cuca apenas finge um pouco melhor, mas � not�vel, ainda assim, um parafuso a menos.

Como Olavo, foi tarde, j� que n�o devia ter vindo – n�o sem antes falar com honestidade sobre o estupro coletivo no qual se envolveu em seu imprescrit�vel passado, desculpar-se, arrepender-se de verdade, ajudar de alguma forma na luta das mulheres contra a viol�ncia sexual. O Cuca me confunde: gosto dele mas n�o gosto, sou f� e o odeio, que volte um dia e n�o volte nunca mais. Cuca n�o � o maior t�cnico da hist�ria do Galo, cujo maior t�cnico de sua hist�ria � o Cuca. Cuca �, isso sim, um Cuca Beludo.

Ent�o, adentramos 22 e foi-se o Junior Alonso. A�, n�o. A�, foi foda. Sofri. Fui beber sozinho. “Gar�om, aqui nessa mesa de bar, voc� j� cansou de escutar centenas de casos de amor”, comecei minha ladainha. “Gar�om, no bar, todo mundo � igual, meu caso � mais um, � banal, mas preste aten��o, por favor.”

Alonso era um caso de amor. Fazia aquele tipo cowboy americano, de gestos econ�micos, sorriso inexistente, r�pido no gatilho e duro na queda. Alonso a seriedade em pessoa, o genro que mam�e sonha. A classe de Luisinho, a seguran�a de Olivera, a lideran�a de R�ver, a estrela de Leonardo Silva – que homem! Isso tudo envolto na aura do guerreiro paraguaio, �ndio comedor de jesu�ta, Black Label do Paraguai, veias abertas da Am�rica Latina. Se Belchior jogasse bola, seria o Alonso. Mujica, Che Guevara, Brizola, Simon Bol�var – somos todos Alonso!

V�o-se os an�is, ficam os dedos, sobretudo os m�dios, erguidos, altivos: por que venderam o Alonso, porra? Veio, ent�o, o God�n, j� com esse nome de mineiro gordo, simpatizei com ele. At� que vestisse a camisa do Galo, a informa��o era de que God�n tava no finzin da carreira. Agora que vestiu o manto, t� achando ele jovem, esguio, j� nem percebo sua pouca telha. Impressionante como uma camisa pode transformar a pessoa da �gua pro vinho, veja o poder da moda.

Foi-se tamb�m, durante as f�rias, Diego Costa. Fanfarr�o. Segundo fontes seguras, doido tamb�m. Sua passagem rel�mpago merece menos tijolo na arquitetura desta coluna do que a sa�da de seu parente da fam�lia Costas, o F�bio. Quem diria que o Cr�z�ir� daria as costas dessa maneira a F�bio de Costas, hein? N�o se pode andar pelo Barro Preto sem um retrovisor acoplado nos ombros, ou vem algu�m e lhe tasca uma facada. S� tem Ad�lio Bispo naquelas plagas, gente ruim.

Foi-se a alface e chegou o tomate. Veio tamb�m o Turco Mohamed. Entendi nada, jamais tinha ouvido falar de sua pessoa, Turco pra mim era o Kalil, e Mohamed todas as pessoas que conheci no Marrocos por ocasi�o do Mundial de 2013. Ocorre que o Turco perdeu o filho num acidente de tr�nsito e cumpriu a promessa de levar o time de seu menino a um t�tulo in�dito. Pronto, me afei�oei completamente. Que o Turco se junte ao Kalil e tamb�m a Said, do Trio Maldito que meteu o 9 a 2 eterno, na seleta galeria dos Mohamed que fizeram hist�ria no Gal�o.

Bem, feitas essas conjecturas, que venha 22! Com o Galo bicampe�o da Libertadores, tri do Brasileiro e da Copa do Brasil, campe�o mineiro e mundial, da Supercopa e da porra toda. A �nica elimina��o que aceitamos � a do Bolsonaro, em outubro de prefer�ncia. A�, sim, adeus ano velho, feliz ano ano!

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