Hoje � um dia mais que especial para o atleticano, em raz�o da inaugura��o do Terreir�o do Galo, tamb�m conhecido como Arena MRV, e da estreia no Brasileiro logo menos, contra o Vasco da Gama. Comecemos, no entanto, pelo domingo passado. Ai credo, o Gal�o ganhou mais uma vez! Lembrei do Galv�o Bueno em 94, quando ainda torc�amos como argentinos pela sele��o: “� tetra! � tetra!”. Parab�ns aos envolvidos. Obrigado, meu Galo querido.
O Galo campe�o � sempre aquela lufada de esperan�a, aquele renascer das trevas. Curioso que tenha acontecido no domingo de P�scoa, e n�o apenas pelo chocolate no pobre do Coelhinho. Foi na P�scoa que Jesus levantou e saiu andando, depois de morto. “A vida sempre vence a morte”, me disse certa vez o Chico Pinheiro. E o Galo sempre vence o Am�rica.
O Galo campe�o � a melhor das terapias de casal. � o coach perfeito para alavancar a vida pessoal. � o que de melhor o RH poderia fazer para dar � equipe uma inje��o de �nimo. O Galo campe�o aumenta o colesterol bom, baixa a glicemia e o triglic�rides, eleva a libido e a autoestima, faz cair os �ndices de suic�dio, homic�dio e latroc�nio. Embora no dia seguinte abundem os atestados m�dicos dando conta de patologias diversas a impedir a labuta oper�ria, h� de chegar o tempo em que o Galo campe�o ser� recomendado pela OMS e a ONU como solu��o para a boa sa�de e a paz universal.
Dessa vez n�o houve sobressaltos: foi dispensado o teste para card�acos, afinal sempre em dia. Ganhamos como o Tim Maia, numa relax, numa tranquila, numa boa. Aquela velha hist�ria: o Am�rica jogou como nunca e perdeu como sempre. E o coitado do R�ver foi novamente chamado � sua s�rie no supino – agora s�o 12 as ta�as levantadas pelo zagueiro e halterofilista, o maior campe�o da hist�ria do Atl�tico. Obrigado, Capita, voc� roubou a vaga do Luizinho no meu Galo de todos os tempos!
Preocupante foi a pelota jogada contra o Brasil na ressaca do t�tulo, tr�s dias depois (sim, eu sou a prova viva de que h� ressacas de tr�s dias, se h�). Mas vamos fingir que n�o aconteceu, o Coudet que d� seu jeito, nada que um ch� de boldo n�o resolva. Bola pra frente que hoje tem mais!
Hoje � hoje, meus amigos! Ainda que a gente s� considere devidamente inaugurado o Terreir�o do Galo quando o Galo jogar em seu novo quintal, veja voc� a que n�vel chegamos: vai cair um cisco aqui no z�io quando cantar o tal de Samb�, seja l� o que for essa m�sica, talvez um grupo de samba japon�s, n�o sei, algu�m que tenha ouvido falar me acuda por favor. O fato � que n�o importa: se tocou na inaugura��o da nossa casa, ent�o coitado dos Beatles e dos Rolling Stones perto do Samb�, a maior banda de todos os tempos. Se for uma banda.
O fato � que temos de parabenizar cada atleticano pela realiza��o do sonho da casa pr�pria. Verdade que hipotecamos desde as cuecas at� o faqueiro, penhoramos at� as nossas pulseirinhas compradas na Feira Hippie, estamos com o pires na m�o igual o Wagner Pires no arquifregu�s, toc-toc-toc. Que se dane! Agora temos a nossa casa, se precisar comemos a primeira safra da grama que acabou de brotar. De fome n�o morreremos, ainda mais naquele caldeir�o.
Hoje � hoje! Entorpecidos por toda a psicodelia destilada pelos virtuoses do Samb�, rumaremos em prociss�o para o nosso sal�o de festa, do qual tristemente come�amos a nos despedir. Nos embalos de s�bado � noite, enfrentaremos o Vasc�o de Jair, o �nico Jair que a gente respeitava. “Vasc�o, Gal�o, torcida de irm�o!”, vai cantar a famosa Galoucura. “Ganhar o Brasileiro, e dale dale Galo, ganhar o Brasileiro, dale Galo!”.
Ganhar o Brasileiro, a Copa do Brasil, a Libertadores, o Mundial. O Mineiro j� foi. A qu�ntupla coroa! O Galo campe�o de tudo salvaria o mundo do aquecimento global. Eu acredito.