
* Excepcionalmente hoje a coluna de Gustavo Nolasco � escrita por Bruno Bueno, jornalista, nascido e criado em BH, cruzeirense nas boas e nas m�s
Um clube enorme como o Cruzeiro � constru�do por muitos p�s, m�os e c�rebros, de muita gente que precisa ser lembrada. Torcedores fan�ticos, que numericamente em muito superam as outras duas maiores torcidas do estado: flamenguistas e atleticanos, nesta ordem, como demonstram todas as pesquisas s�rias. Torcedores que foram respons�veis pelo eterno recorde de p�blico do Mineir�o.
Torcedoras e torcedores, an�nimos ou n�o, simbolizados por Salom�s, Marias, Let�cias Talitas, Polianas, Cinaras, Sebastianas, Fub�s, Franciscos, Pablitos, Gustavos, Marquitos, Oswaldos, Guilhermes, Brunos, Andr�s, N�vios e Jos�s. Dirigentes e funcion�rios honestos e comprometidos, como Felicio Brandi, Carmine Furletti e os irm�os Masci.
Treinadores geniais, respons�veis por verdadeiros esquadr�es, como Ayrton Moreira, Zez� Moreira, Orlando Fantoni, Ilton Chaves, �nio Andrade, Vanderlei Luxemburgo e Marcelo Oliveira. Jogadores que fizeram importantes pap�is de protagonistas, coadjuvantes, carregadores de piano, estrategistas, l�deres, matadores, velocistas, xerifes, pared�es ou gar�ons, alguns com breves, mas fundamentais passagens pelo maior de Minas.
Exemplos n�o faltam: Niginho, Geraldo II, Neco, Evaldo, Z� Carlos, Natal, Pedro Paulo, Revetria, Roberto Batata, Perfumo, Nelinho, Palhinha I, Ademir, Douglas, �dson, Careca, Adilson Batista, Ronaldo Fen�meno, Luiz Fernando Flores, Ricardinho, Marcelo Ramos, Palhinha II, Elivelton, Fabinho Guerreiro, Roberto Ga�cho, Sor�n, Cris, Dracena, Luiz�o, Maldonado, Gomes, Aristiz�bal, Fabr�cio Guerreiro, Montillo, Roger Flores, Lucas Silva, L�o, Marcelo Moreno e muitos outros.
E por fim, o que faz um gigante s�o seus �dolos. Estes, que comp�em uma lista seleta de craques, monstros sagrados e decisivos. Que nunca vestiram nem vestiriam a camisa do rival. Que fizeram centenas de jogos defendendo a camisa do Cruzeiro e que viveram, no maior de Minas, seu melhor momento.
Neste grupo, dos merecedores de est�tuas na Toca II, est�o Nin�o, Raul, Dirceu Lopes, Piazza, Jo�ozinho, Nonato, Dida, Alex, F�bio e, claro, o maior de todos, Tost�o. A estes seremos eternamente gratos por tudo que fizeram pelo Cabuloso. Eles sempre ter�o o status de semideuses e ocupar�o o mais alto nicho no altar da China Azul.
Escrevo isso para lembrar que, n�o importa o que aconte�a, o verdadeiro cruzeirense nunca se esquecer� de nenhum desses, que levaram o Cruzeiro � condi��o de �nico gigante do estado. Desses que, ao longo das d�cadas, nos deram um cartel de t�tulos que jamais ser� alcan�ado em Minas por nenhum clube, ou melhor, nem pela soma das conquistas de todos os times mineiros.
Mesmo no pior momento de nossa hist�ria, sangrada por dirigentes e conselheiros desonestos, incompetentes e omissos, que j� t�m um lugar garantido no esgoto da hist�ria do Cruzeiro, temos que reverenciar nossos �dolos. Precisamos ouvir suas vozes que nos dizem, todos os dias, alguns de l� do c�u, que dias melhores h�o de vir.
E jamais deixemos de reverenciar e respeitar aquele que, mesmo nos sofridos gramados da S�rie B, com sal�rios atrasados e cercado por colegas de time, no geral, muito pouco brilhantes, nunca abandonou o barco, e segue envergando com enorme dignidade e dedica��o nossa camisa 1, rumo aos mil jogos defendendo o maior de Minas.