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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Carta a Diego, com o amor celeste que vem de ber�o

Em sua primeira vez num est�dio, voc� ficou fascinado com a beleza daquele mar azul, repleto de bandeiras � nossa frente


23/02/2022 04:00 - atualizado 23/02/2022 07:45

Diego assistiu no estádio a um jogo do Cruzeiro
Com um ano e nove meses, Diego assistiu no est�dio a um jogo do Cruzeiro, acompanhado pelos pais, Bruno e Talita (foto: ARQUIVO PESSOAL)

Bruno Bueno*

Meu filho,

Neste domingo, 20 de fevereiro de 2022, voc� viveu o primeiro cap�tulo de uma linda hist�ria de amor. Um amor que vem de ber�o, mas que na verdade se iniciou com o seu vov� Dinho, passou para o papai, que passou para voc�. Com um ano e nove meses de idade, voc� assistiu no est�dio a um jogo do Cruzeiro.

Certamente, voc� n�o entendeu tudo que se passava dentro do campo. Mas voc�, com certeza, entendeu muito bem o que � ser cruzeirense, o que � fazer parte daquela multid�o, unida por uma paix�o avassaladora, que nunca abandona o time nem em seus piores momentos.

Com o uniforme completo do Cruzeir�o, no colo da mam�e, Talita, voc� viu o menino V�tor Roque – apenas 14 anos mais velho que voc� – marcar seu primeiro gol como profissional. Viu tamb�m o gola�o do matador Edu, que ser� novamente artilheiro da S�rie B e far� os gols que nos levar�o de volta � elite do futebol brasileiro. O resultado – 2 a 2 – foi algo menor diante de todo aquele mund�o de vis�es, sons, cheiros e sentimentos se abrindo ao seu redor.

Volta e meia, durante a partida, voc� parecia encantado. O jogo ocorrendo l� embaixo e seus olhinhos pretos vidrados nas arquibancadas, naquele tanto de gente que n�o parava um minuto de cantar e apoiar o time. Voc� ficou fascinado tamb�m com a beleza daquele mar azul, repleto de bandeiras tremulando � nossa frente e uma multid�o vestindo a mais bonita camisa j� vista na Terra. Voc� pulou, bateu palminhas e cantou com a torcida.

Fazer um nen�m dormir nem sempre � uma tarefa simples, todo mundo sabe. E n�o � que, j� nos minutos finais do jogo, embalado pelo som da torcida, alimentando-se do sagrado leite materno, voc� adormeceu na arquibancada? S� pode ser porque ali, junto � sua torcida, voc� se sentiu em casa, sem qualquer medo, com a seguran�a de um lobinho em meio � sua matilha ou, ainda melhor, como um filhote de raposa em meio � raposada...

Mas, pensando bem, j� d� at� para dizer que seu amor pelo Cruzeiro � antigo. Quando voc� ainda estava na barriga da mam�e, a gente cantava para voc� o hino do Maior de Minas. Dois dias ap�s seu nascimento, o brilhante colunista Gustavo Nolasco, titular deste espa�o, escreveu uma linda cr�nica intitulada “Nasceu mais um cruzeirense”. Quando voc� completou tr�s dias de vida, na sa�da do cart�rio, com sua certid�o em m�os, o papai ligou para o Cruzeiro para fazer seu cart�o “S�cio Kids”.

Assim como o papai e tantos outros que passaram a inf�ncia nos anos 80, quando o Cruzeir�o viveu tempos de vacas magras, voc� ter� sua identidade de cruzeirense forjada na adversidade. Jamais desanime. Quando o papai era pequeno, o seu vov� Dinho, depois das mais dolorosas derrotas da Raposa, dizia, com tranquilidade, para mim e para o seu tio Gui, ainda nas arquibancadas de concreto do Mineir�o: “� agora que o Cruzeiro mais precisa da gente. Quando est� ganhando, � f�cil estar aqui. No pr�ximo jogo, vamos saber quem s�o os verdadeiros cruzeirenses. E n�s estaremos aqui”.

As tempestades sempre passam, Dieguito, e o Cabuloso volta ainda maior. Afinal, como voc� mesmo gosta de dizer, “� o nosso Cluzelo quelido”!

*Jornalista, belo-horizontino, residente em Bras�lia, cruzeirense nas boas e nas m�s. Escrevendo esta coluna a convite do jornalista Gustavo Nolasco

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