
Gestora cultural, Janaina Tabula tinha se desligado de uma empresa pouco antes de a pandemia ser decretada no Brasil. Ela queria seguir por outros caminhos e, ao mesmo tempo, tirar do papel um antigo sonho de ter um brech�. "Quando sa� da empresa, nem imaginava que pouco tempo depois viver�amos a crise pela qual estamos passando", diz ela, que, em janeiro do ano passado, come�ou a sua trajet�ria com a moda circulando por pra�as de Belo Horizonte, como a de Santa Tereza, dirigindo seu Fusca 1974 cheio de araras e sombrinhas coloridas para criar um clima com os fregueses.
A ideia do brech� itinerante foi o primeiro passo de Janaina para entender um pouco do mercado. Ela conta que, saindo de um emprego em outra �rea, n�o se sentia madura o suficiente para abrir as portas. Diz tamb�m que do mercado cultural levou �queles encontros a import�ncia da rela��o com o consumidor, o olho no olho, a conversa. "A compra seria consequ�ncia dessa rela��o", teoriza.
Veio a pandemia e os planos precisaram ser refeitos. "Com a pandemia estourando pensei: f*&@. Como fazer agora? Estava desempregada e n�o tinha direito a ajuda emergencial do governo. Tinha de dar meus pulos", lembra ela, que seguiu rumo ao mundo digital. No Instagram criou o @abigailbrecho_oficial.
Sem conhecimento de como o mercado digital funciona, Janaina fez cursos para entender o mecanismo. A moda, pela qual ela sempre teve um olhar interessado, ganhou outra dimens�o. "Continuo aprendendo sobre o digital onde vou apresentar meus figurinos e dali tirar a minha sobreviv�ncia. Tenho tamb�m outras camadas para falar de moda. Quero falar de poesia, construir hist�rias a partir de um determinado figurino que vestimos para os palcos da vida real".
Sem conhecimento de como o mercado digital funciona, Janaina fez cursos para entender o mecanismo. A moda, pela qual ela sempre teve um olhar interessado, ganhou outra dimens�o. "Continuo aprendendo sobre o digital onde vou apresentar meus figurinos e dali tirar a minha sobreviv�ncia. Tenho tamb�m outras camadas para falar de moda. Quero falar de poesia, construir hist�rias a partir de um determinado figurino que vestimos para os palcos da vida real".
Atenta, Janaina sabe que o n�mero de brech�s on-line � enorme e que ela precisaria encontrar uma forma diferente para apresentar seus produtos revelando todas as camadas interessadas. Foi quando decidiu criar fotos mais perform�ticas, buscando inspira��o em nomes da cultura brasileira, como a cantora Elza Soares, Fernanda Abreu e Maria Beth�nia, sempre ouvindo as sugest�es dos seguidores. "Crio microfic��es cotidianas. Na hora das fotos, tento sentir a textura daqueles figurinos, o que eles me provocam"
As inspira��es geram cole��es muito bacanas, como uma s� com pe�as feitas por costureiras ou trabalhos com o extinto CGC. Nessas situa��es ela mostra que aquela pe�a tem uma hist�ria.