(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas M�SICA

Aluizer Malab conta como BH se transformou em palco de megashows

Produtor que ajudou a criar o festival Eletronika e empresariou o Pato Fu � o convidado de hoje da se��o ''Embalos de s�bado � noite'', da coluna HIT


27/11/2021 04:00 - atualizado 27/11/2021 01:28

Ilustração mostra músico tocando guitarra com o formato do Pirulito da Praça Sete

Aluizer Malab
Produtor cultural

Nossa pacata Belo horizonte adormecia muito cedo at� o in�cio dos anos 2000.

Eram poucas op��es de vida noturna, t�nhamos pequenos clubes, bares e festas. Eram programa��es intensas nos clubes, cada um no seu estilo. Isso nos fazia concentrar fogo nos finais de semana, �s quintas, sextas e s�bados.


Eu vinha dos anos 1990, cortando este pa�s de norte a sul para realizar shows com o Pato Fu. Conseguia entender o movimento das principais cidades brasileiras, e a MTV era o canal descolado que ditava comportamento, o divisor de �guas daquela gera��o. Al�m de dar visibilidade para um monte de bandas e eventos, ela era nosso quintal.

E n�s, em Belo Horizonte, carentes de espa�os, t�nhamos dificuldades em trazer shows para c�. A falta de casas nos levava ao improviso e ficava mais caro realizar. Para assistir a um bom show, muitas vezes t�nhamos que ir para S�o Paulo ou Rio de Janeiro.

Essa car�ncia me levou e a unir for�as com outros produtores que tamb�m tentavam realizar shows mais alternativos aqui, apesar das dificuldades. Foi a� que me juntei a Marcos Boffa, Jefferson Santos e meu finado amigo Haroldo Botelho para criar o Eletronika – Festival de Novas Tend�ncias Musicais.

Um evento ousado, com formato arrojado, palestras, workshops, feira de moda, DJs, VJs e bandas nacionais e internacionais. Foram 37 atra��es na primeira edi��o, em cinco espa�os da cidade simultaneamente. Surgiu em 1999, trazendo temas como “Se a m�sica dos anos 2000 � a m�sica 
do futuro, qual � a pr�xima?”.

T�nhamos grande conex�o com festivais similares que aconteciam pelo mundo afora. Tivemos oportunidade de programar palcos Eletronika em eventos com o S�nar Barcelona. Como via de m�o dupla, pudemos trazer programa��o para o nosso festival, como fizemos com o Mutek, de Montreal.

Passaram pelo festival Tom Z� e Tortoise, Otto, John Spencer and Blues Explosion, Mogwai, Rubin Steiner Quartet, Ricon Sapienza, Amon Tobin, Na��o Zumbi, Dengue Dengue Dengue, Stereolab, Atom Heart, Battles, LCD Soundsystem, Marcelo D2, Instituto, Maki Nomiya (Pizzicato Five), Mark Mark, Anderson Noise, Arto Lindsay, Birdy Nam Nam, Asian Dub Foundation, Ellen Allien, DJ Dolores, DJ Marlboro...

Est�vamos no momento pr�-digital. Dava trabalho estar atualizado sobre as novidades. Sem Google e redes sociais, s� no suor mesmo. A gente conseguiu montar programa��es maravilhosas, recheadas de nomes desconhecidos para a maioria, mas que encantavam o p�blico. Movimentamos a cena local, isso nos dava credibilidade para realizar shows ao longo do ano, fora do festival. A gente contava com um seleto p�blico, extremamente engajado.

Uma de nossas premissas era o artista ter boa performance, al�m do prazer de aplicar as pessoas em novos sons. A falta de locais estabelecidos nos fazia pesquisar novos espa�os, sempre t�nhamos de adapt�-los. Eletronika foi o primeiro evento musical a ocupar a Casa do Conde de Santa Marinha, Parque Municipal Am�rico Renn� Giannetti, Cine M�xico.

Tiramos todas as cadeiras e transformamos o Francisco Nunes num clube. Ocupamos os teatros e o foyer do Pal�cio das Artes com shows simult�neos.

Com outros parceiros, Leo Ziller, Otac�lio Mesquita e Bruno Carneiro, trouxemos algumas edi��es do Creamfields, festival de m�sica eletr�nica que re�ne grandes nomes do cen�rio mundial. Line ups? David Guetta, Gorillaz Sound System, Mike Relm e Laurent Garnier, entre tantos nomes.

E n�o podemos nos esquecer do Pop Rock Brasil, que se encarregava de todo o cen�rio nacional, anualmente. Surgiu tamb�m o Marista Hall, que na sequ�ncia recebe naming rights e se torna Chevrolet Hall. Por ali passou uma infinidade de shows. BH entrou na rota das atra��es internacionais.

Tivemos por l� Alanis Morissette, Moby, Ringo Starr, Elvis Costello, Deep Purple, Cardigans, Gang of Four... At� o in�cio dos anos 2010, era l� que os shows aconteciam.

Com a Copa do Mundo, vieram as reformas das arenas Independ�ncia e Mineir�o. Uma nova era, subimos a r�gua. Belo Horizonte passa a receber Elton John, Paul McCartney, Beyonc�, Pearl Jam... No caso do Mineir�o, al�m da arena, mais um espa�o para eventos: a Esplanada. Por ali passaram John Mayer, Iron Maiden, Ed Sheeran, Foo Fighters, Los Hermanos, Tribalistas, Amigos...

Essa efervesc�ncia musical, a revolu��o digital e a possibilidade da informa��o100% on-line fizeram surgir uma nova gera��o muito mais aguerrida. Produtores e artistas com muita vontade de inovar. Isso � facilmente percebido em novos festivais, v�rios de alto n�vel, mesclando o novo e o estabelecido.

E assim caminha a humanidade, entre conflitos de gera��es marcados por suas manifesta��es culturais. Todo esse movimento me traz mais amor por esta cidade e um pouco de saudades, mas estamos juntos no processo de fazer este lugar melhor. Isso n�o para, � permanente.

O melhor? Est� por vir!!!

. A SE��O “EMBALOS DE S�BADO � NOITE” CONTA A HIST�RIA DA VIDA NOTURNA DE BH, QUE, ANTES DA PANDEMIA, DEU O QUE FALAR


*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)