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Estado de Minas COLUNA HIT

Ruby lan�a "Dentro de mim", primeira faixa do EP "50 tons de preta"

Novo trabalho da cantora mineira � dividido em clipes e lyric videos. Artista de BH garante que pluralidade da m�sica mineira � sua grande influ�ncia


17/01/2022 04:00 - atualizado 17/01/2022 09:32

Entrevista de segunda
RUBY /CANTORA

“A mulher � protagonista dos fetiches, e n�o objeto deles”
Cantora Ruby
Nascida Camila, Ruby adotou o nome art�stico em homenagem a Ruby Nell Bridges Hall, ativista norte-americana (foto: Yasmin Dib/DIVULGA��O)

“50 tons de preta”, t�tulo do primeiro EP da cantora Ruby, faz refer�ncias ao universo da artista que, musicalmente, foi influenciada por v�rios g�neros musicais e obviamente pela quest�o de ra�a. "Minhas influ�ncias musicais s�o m�ltiplas, assim como a comunidade preta, que traz em sua composi��o as diferentes tonalidades de pele, desde a mais retinta at� as negras de pele mais clara como eu. Devido ao racismo enraizado no Brasil, o processo de aceita��o da minha negritude foi muito intenso", afirma ela, que, na sexta-feira, lan�ou a faixa "Dentro de mim" nas plataformas digitais.

Ruby conta que cresceu sem se enxergar nos lugares de destaque social, por isso “decidi ir de encontro aos padr�es e �s expectativas sobre mim e me propus a aprender sobre minha hist�ria, amar e aceitar quem eu realmente sou". Atualmente, garante, "como artista, vejo o quanto � gratificante ser refer�ncia para outras meninas negras que est�o exatamente nesse processo de constru��o da autoestima e da identidade cultural".

Para a cantora, seu trabalho tem influ�ncia da capital mineira. "� imposs�vel ser de Belo Horizonte e n�o sofrer influ�ncia da m�sica mineira, que � um ber�o de cultura", afirma. "Em Minas Gerais, temos uma incr�vel pluralidade de estilos, desde o Clube da Esquina at� Sepultura, Jota Quest, Skank, Pato Fu, Djonga, nossa recente descoberta, Marina Sena”, cita. Ela lembra tamb�m que o movimento do hip-hop e do funk tem se fortalecido e revelado v�rios artistas com proje��o nacional. "Minhas influ�ncias tamb�m passam pela igreja, onde tive o primeiro contato com a m�sica e comecei a cantar nos cultos, assim como meu pai, que � um amante da m�sica e tem uma cole��o de vinil e CDs dos anos 1960, 1970, 1980 e 1990."

Quais os motivos para escolha dessa can��o para abrir seu EP, “50 tons de preta”?
Escolhi "Dentro de mim" por ser talvez a m�sica mais “convidativa” de todo o EP. Um portal, como a caixa de Pandora, que, depois de aberto, revela um mundo de possibilidades.

Quais os pr�ximos passos em torno do EP?
O EP � um trabalho audiovisual dividido em quatro clipes e quatro lyricvideos. A ideia � lan�ar dois singles e a terceira m�sica vem trazendo o EP completo. Para a produ��o, formamos dois grupos distintos de produtores – um no Rio, produzido por Arthur Marques e o Dj Thay, e outro em Belo Horizonte, com os produtores M�rcio Buzelin e Renato Galozzi.

Qual o marco do in�cio de sua carreira como cantora? Como foi chegar at� aqui?
O marco foi ter sido “descoberta” por meio de um v�deo caseiro que postei cantando junto com meu irm�o no Instagram. Dali, recebi um convite para gravar profissionalmente e lancei meu primeiro single, “Chapadin de amor”, em parceria com Papati- nho. Tem sido muito gratificante essa oportunidade e todo o processo de aprendizagem e conex�es que ela proporciona.

O que aconteceu com seus projetos em decorr�ncia da pandemia? E como foi sua rotina profissional durante essa crise de sa�de?
Posteriormente a “Chapadin de amor”, lancei outros dois singles em parceria com o Papatinho e um deles feat com o rapper BK. Depois desses lan�amentos, decidi fazer um trabalho mais conciso, no qual conseguiria discorrer sobre uma ideia em diferentes �mbitos e sonoridades. Assim, entrei em uma jornada de autoconhecimento e aprendizagem sobre a minha pr�pria forma de me expressar artisticamente, tudo isso conciliando com as diversas limita��es da pandemia.

Na certid�o de nascimento, seu nome � Camila; no showbusiness, Ruby, uma homenagem a Ruby Nell Bridges Hall, ativista norte-americana conhecida por ser a primeira crian�a negra a estudar em uma escola prim�ria caucasiana, em Louisiana, no s�culo 20. Estamos em um momento dif�cil: de um lado, a pandemia, de outro, a quest�o pol�tica do pa�s. Para voc�, um artista deve se posicionar? Por qu�?
Acredito que sim. Devemos nos posicionar, pois quanto maior � a proje��o do artista � tamb�m sua influ�ncia e, consequentemente, sua responsabilidade. O que me entristece � a polariza��o em que vivemos, em que qualquer posicionamento gera retalia��o. Mas acredito que, quando esse posicionamento se d� atrav�s da arte, constru�mos narrativas que se conectam da forma mais aut�ntica poss�vel. Como disse minha diva Nina Simone: “Voc� n�o pode evitar. O dever de um artista, no que me diz respeito, � refletir os tempos”.

Nesse contexto, o que voc� quer mostrar ao p�blico com seu trabalho?
Em “Dentro de mim”, busquei trazer o poder da vontade da mulher, o dom�nio que n�s temos ou dever�amos exercer sobre nosso corpo e consequente prazer. Nesse lugar que retrato, a mulher � a protagonista dos fetiches e n�o objeto dele. Meu objetivo foi descrever essa pot�ncia em ser feminina e dominar a situa��o ao mesmo tempo, at� porque feminilidade n�o � sin�nimo de sujei��o, e a vontade da mulher � real e latente. Do que mais gosto nesse trabalho � a oportunidade de falar dessa pot�ncia feminina em v�rios �mbitos diferentes, e em como a consci�ncia e aceita��o disso transformam nosso olhar sobre n�s mesmas e sobre o outro.

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