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Estado de Minas ENTREVISTA DE SEGUNDA

Novo presidente da Sociedade Mineira de Cardiologia ser� empossado na sexta

A cerim�nia de posse de Ant�nio Fernandino de Castro Bahia Neto ser� transmitida ao vivo, a partir das 20h do dia 4/2, pelo canal da SMC no YouTube


31/01/2022 04:00 - atualizado 31/01/2022 16:45

Antônio Bahia
Ant�nio Bahia tem t�tulo de Fellow da Sociedade Europeia de Cardiologia (foto: Let�cia Duval/Divulga��o)

Novo presidente da Sociedade Mineira de Cardiologia para o per�odo 2022-2023, Ant�nio de Castro Fernandino Bahia Neto se graduou h� pouco mais de 20 anos na Universidade Federal de Minas Gerais. Apesar de n�o ter se envolvido com o ambiente acad�mico em sua carreira, o cardiologista diz que o que mais lhe chama a aten��o com rela��o ao ensino m�dico nas �ltimas duas d�cadas n�o s�o mudan�as na estrutura curricular ou no modelo pedag�gico, e sim o amplo acesso � informa��o no mundo globalizado atual. "Graduei-me em uma �poca em que a internet n�o fazia parte da nossa rotina di�ria. Para conseguir um artigo cient�fico, por exemplo, t�nhamos que solicitar na biblioteca da faculdade e o mesmo s� chegava depois de algumas semanas. Hoje tudo est� ao alcance imediato, com um click, e a informa��o de qualidade � acess�vel tamb�m atrav�s de v�rios outros formatos, como m�dias digitais."

Ele tamb�m reconhece a grande evolu��o dos recursos tecnol�gicos dispon�veis para avalia��o e assist�ncia ao paciente, que s�o tratados com bastante familiaridade pelas gera��es mais novas. "Em contrapartida, temos que tomar muito cuidado para n�o relegar a um segundo plano princ�pios fundamentais da medicina, como escutar o paciente, toc�-lo, desenvolver a empatia e se tornar sens�vel aos seus problemas."

Ant�nio Bahia tem t�tulo de Fellow da Sociedade Europeia de Cardiologia, concedido a  um grupo de pouco mais de 4.300 profissionais no mundo todo. Seu nome foi indicado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e aprovado no segundo semestre de 2020. "O Fellow da Sociedade Europeia de Cardiologia � um t�tulo de honra concedido a profissionais de sa�de que t�m alguma contribui��o relevante � especialidade. � motivo de muito orgulho, por ser um t�tulo reconhecido pela comunidade cardiol�gica como um s�mbolo de excel�ncia", comenta, acreditando que a indica��o se deva em grande parte "ao trabalho e ao compromisso j� de quase 15 anos no atendimento aos pacientes do SUS com quadro de infarto agudo do mioc�rdio, o que por si s� j� � motivo de grande realiza��o pessoal e profissional".

Voc� conhece bem a realidade da Sociedade Mineira de Cardiologia (SMC), da qual atualmente � diretor financeiro e h� dois anos foi vice-presidente. Nesse contexto, qual o grande desafio � frente da SMC e como se prepara para enfrent�-lo?
A Sociedade Mineira de Cardiologia teve nos �ltimos anos gest�es austeras, marcadas pela transpar�ncia, responsabilidade e sustentabilidade. Tive o privil�gio de fazer parte das duas �ltimas diretorias, presididas pelos colegas Carlos Eduardo de Souza Miranda e Henrique Patrus Mundim Pena. Al�m de toda a experi�ncia adquirida pelo conv�vio e exemplo di�rio desses dois grandes l�deres, o exerc�cio de cargos de gest�o em outras entidades de classe e em uma institui��o hospitalar nos trouxe uma maior seguran�a e preparo para enfrentar os desafios deste pr�ximo bi�nio. E certamente o maior deles � promover o crescimento cont�nuo da Sociedade, de maneira �tica e de modo a alcan�ar um destaque cada vez maior nacionalmente, difundindo e transformando o conhecimento cient�fico em melhor qualidade assistencial e promo��o da sa�de.

BH � sede da SMC, que � formada pelas regionais Sul, Tri�ngulo, Leste, Leste/Nordeste, Campo das Vertentes, Centro/Oeste e Norte. Em um ano em que a pandemia ainda n�o acabou, como voc� pretende estreitar os la�os entre os cardiologistas do estado, contribuindo tanto com a vida profissional quanto com o incentivo � aquisi��o de conhecimento e amplia��o dos horizontes cient�ficos?
Este � um trabalho que j� vem sendo realizado de maneira cont�nua nos �ltimos anos. Minas Gerais � um estado de grande dimens�o territorial, o que torna a integra��o entre os cardiologistas mineiros, dentro de cen�rios e realidades regionais muito diversas, um obst�culo e, ao mesmo tempo, um grande est�mulo! Faz�-los sentirem-se representados e como parte atuante da SMC nos parece ser a chave do sucesso. O modelo de governan�a atual, em que os representantes de cada uma das sete regionais participam ativamente das nossas atividades associativas, possibilita uma gest�o mais inclusiva e representativa. E neste cen�rio de pandemia, a difus�o de ferramentas para reuni�es on-line e ensino a dist�ncia nos possibilitaram transpor barreiras impostas pela dist�ncia e, de certa forma, facilitaram nossa miss�o de congregar os cardiologistas mineiros para analisar e difundir a ci�ncia m�dica.

Com a pandemia, o mundo virou de pernas para o ar. Qual o reflexo dessa crise de sa�de que o cardiologista percebe com clareza? Por qu�?
Na pandemia, temos observado um aumento expressivo no grupo de risco para doen�as cardiovasculares, seja porque as pessoas est�o se tornando cada vez mais ansiosas e estressadas, est�o se alimentando de maneira inadequada ou simplesmente deixando de praticar alguma atividade f�sica, devido �s restri��es impostas pelo isolamento. Ademais, o medo da contamina��o neste per�odo levou v�rios pacientes a deixarem de procurar assist�ncia m�dica para tratamento de doen�as cr�nicas e exames de rotina e preven��o. As pr�prias restri��es de acesso aos hospitais e o contingenciamento de leitos para o tratamento da COVID-19 reduziram drasticamente o n�mero de procedimentos eletivos realizados nos �ltimos dois anos. O resultado observado � um aumento de 6,8% nas mortes por doen�as cardiovasculares no Brasil no �ltimo ano, com rela��o a 2020, e 12,5% com rela��o a 2019, segundo dados recentes apresentados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.

A vacina��o � o caminho para o combate � COVID, a utiliza��o de �lcool em gel � imprescind�vel, assim como evitar aglomera��es. Mesmo assim, se n�o formos contaminados, teremos sequelas emocionais desta pandemia. J� quem teve a doen�a ainda poder� sofrer algum tipo de sequela f�sica. O que fazer para que tudo isso, literalmente, n�o fa�a o cora��o sofrer?
A cria��o de novas rotinas, adequadas �s restri��es e cuidados que o momento imp�e, � fundamental para um cora��o saud�vel. Sem negligenciar o uso de m�scaras, o distanciamento e a vacina��o, manter a pr�tica regular de exerc�cios f�sicos, os cuidados com uma dieta equilibrada e o abandono de h�bitos como o tabagismo e o consumo excessivo de �lcool s�o a chave de uma vida saud�vel. Neste mundo de amplo acesso a informa��es, procurar afastar-se de not�cias que possam causar ansiedade e estresse e usar a tecnologia para momentos de relaxamento e para nos aproximar dos amigos e familiares s�o boas dicas para minimizar os sofrimentos causados pela pandemia.

Voc� j� foi diretor do Hospital Nossa Senhora das Gra�as, que fica em Sete Lagoas e atende a uma popula��o de 650 mil pessoas, considerando as cidades ao redor. Um dos destaques da institui��o � a rede estruturada para atendimentos de infartos do mioc�rdio, inclusive no SUS. Qual a import�ncia desse servi�o, como funciona e qual impacto tem? Existe op��o de lev�-lo para outras cidades?
O infarto agudo do mioc�rdio � a principal causa de �bitos no Brasil. Entre as medidas que sabidamente reduzem a mortalidade nesta situa��o est�o o diagn�stico precoce e o tratamento imediato. Atualmente, Sete Lagoas e regi�o contam com um servi�o de excel�ncia no atendimento ao infarto no SUS, com acesso integral e irrestrito dos pacientes com dor tor�cica ao Hospital Nossa Senhora das Gra�as, 24 horas por dia, sete dias por semana. Enquanto dados nacionais mostram que apenas 15% dos pacientes na fase aguda de um infarto t�m acesso a um cateterismo card�aco e/ou angioplastia, a realidade na regi�o � que todos os que precisam s�o submetidos a esses procedimentos, de maneira imediata e a qualquer hora quando indicado. Isso s� � poss�vel, al�m do empenho e compromisso dos profissionais envolvidos, pelo credenciamento da institui��o junto ao SUS em alta complexidade cardiovascular e ao Programa Rede de Resposta �s Urg�ncias e Emerg�ncias da Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais. Dessa forma, em qualquer institui��o hospitalar do estado que atenda aos requisitos legais e de estrutura para os credenciamentos acima � poss�vel implantar um servi�o similar.

No final do ano passado, o governo federal, por meio de portaria, alterou a tabela de valores dos procedimentos, medicamentos, �rteses, pr�teses e material especial para atendimento a casos de infarto agudo do mioc�rdio (IAM) no Sistema �nico de Sa�de (SUS), bem como implantes de marcapassos e outros procedimentos em alta complexidade cardiovascular. Em que isso pode se refletir no dia a dia do paciente atendido pelo SUS e o que voc� acha que deve ser feito para que seja garantido atendimento com dignidade pelo SUS?
Como j� amplamente manifestado, inclusive pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e pela pr�pria SMC, a economia e o uso racional de recursos devem sempre nortear qualquer gest�o, quanto mais a p�blica. No entanto, a preocupa��o gerada pela publica��o da portaria ministerial se deve � importante redu��o or�ament�ria em itens necess�rios para os atendimentos das demandas da alta complexidadecardiovascular, o que pode acarretar algum risco de desabastecimento e suspens�o de procedimentos eletivos e emergenciais no SUS. A solu��o, como parece j� estar sendo constru�da, passa pela ampla discuss�o e envolvimento de entidades como a Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hemodin�mica e Cardiologia Intervencionista e Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular nos estudos t�cnicos para uma realoca��o or�ament�ria vi�vel.





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